sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Natal de um Natal

Foi Natal.
Há mil e tantos anos,
Que vem vindo,
Vai indo,
Desiludindo

Hoje é Natal de fariseus,
Excluindo famintos e plebeus,
E quem estende a mão a outros natais,
Que são dias,
Que são iguais:
Dias sem perdão,
Sem coração,
Mas que são natais.

Este é o Natal dos milhões,
O Natal dos cifrões,
Que não distingue o bem do mal,
Mas que dizem ser Natal.

É o Natal da solidariedade,
Da clemência
E da amisade,
Também da ansiedade,
Das omnipotências,
Do rebate das consciências,
O Natal da gula,
Do samba e do peru,
Longe, bem longe
Daquele que o protagonizou,
E pensou,
Que viveu pobre,
Nasceu,
E morreu,
nu

É preciso pensar outro Natal,
Um Natal diferente,
Daquele que perdura ainda
na alma de muita gente.
Que vive se calhar,
no peito de algum irreverente
Ou até de alguém que talvez nem sequer seja crente,
Mas que é Natal

Natal de Alguém
Que das palhas de Belém foi à cruz,
Natal mais pequeno, mais pobre,
Mas com mais luz,
Natal que trouxe à Terra
Aquele que foi Jesus.

23.12.95
H.M.

Sem comentários:

Enviar um comentário