Hoje já nada me espanta. E não me espanta, porque as pessoas (algumas pelo menos), encarnaram pequenos monstros e insaciáveis vamprios. É ver essas agências de rating. É vê-las avaliando com o maior despudor e à vontade (digo zêlo), os países mais coxos ou mais pobretanas, apelidando-os de lixo (quer sejam instituições, e não só, com um historial credível), no panorama abstruso incompreensivel, daquilo que se convencionou chamar economia mundial.
Uma agiotagem tão asquerosa que mete nojo. Só que essa agiotagem está a condenar à fome milhões de seres, familias inteiras, crianças e velhos, gente que desejava, queria e tinha o direito de viver melhor.
Quem anda por de trás de todo esse imbróglio? Onde está a cabeça desse polvo ignaro e invisível?
Com que intenções ele vai sugando? Quem tem força para o estripar?
Em Portugal a sensação de riqueza que se gerou com a aurora de Abril, foi perversa, quase falsa, tal como várias outras utopias. Grandes proventos para uns, nada ou quase, para outros, a gosto de governantes de ocasião. Arrotar postas de pescada, tornou-se tarefa fácil para o Zé . Que passou a mudar de pó-pó mais vezes, por vezes ano-sim, ano-não. A ter mais doutores nas suas fileiras, embora alguns continuem sem saber qual a capital do reino da Dinamarca. Aí também houve ingenuidade e até alguns culpados. Salvou-se o melhor: a LIBERDADE, por vezes até esta foi confundida e posta em causa, por quem mais a desejava: o Povo, um palavrão que no meu saudoso tempo apenas servia o judaico-cristianismo que o utilizava só e com parcimónia em fins de semana ou em cerimónias menos frequentes ou mais pias.
Mas a CEE ou a UE não agradou a alguns troianos, àqueles porventura que tinham os olhos virados para dentro ou para o seu próprio umbigo. E aí está a aligeirada resposta: a crise.Uma crise que é, ou talvez não, também uma palhaçada. Não de rir; mas de chorar...
Olhem a missiva da Irlanda, um aviso ao carreirismo político caseiro que abunda. Que a revejam e que a meditem com cuidado. Mesmo aqueles que nunca aprenderam a malfadada tabuada, porque tinham à mão as minusculas máquinas de calcular e o dinheiro para as comprar...coisa que a gente não tinha, nem sonhava nem sequer com sombras, no nosso malfadado tempo.
E fala-se de gerações rascas, e de gerações à rasca ...
Olhem para a minha! Liceu? Isto era na altura, coisa rara e para fidalguia...
Agora? Agora até os vão lá buscar a casa (os meninos)...e de graça...E até lhes oferecem ensino privado e bolinhos quentes à mistura, que o digam alguns doss sensíveis papás...
Telefones e pó-pós? Viam-se mas muito poucos, só para os senhores, não vou dizer drs., porque esses eram também raros e bem poucos, e escassos em muita e muita outra coisa...
Empregos? Cunhas? Fome?
De tudo isto havia para dar e vender, ou então só para alguns... Era tudo, pelo menos, um milhão de vezes pior do que agora por aí acontece. Refiro-me material e socialmente...Só que havia um coisa importante que desapareceu da lusolandia e um pouco por todo o mundo: a palavra. E a palavra significava simplesmente honradez...Mas deixem-me lá sonhar, que é bom... Isto vai mudar, sim senhor! Para melhor... Para melhor...
E não se esqueçam de extirpar a tal cabeça ou as tais cabeças do polvo...Que se calhar são muitas...
Uma palhaçada...Mas muito e muito triste, meus amigos...
E não ponham a culpa ao pobre do Sócrates que já teve os seus dividendos e os nomes mais sonantes de todos os quadrantes, (politicos e não só), e que se aguentou firme como uma rocha ou a outro malfadado politico mais novato, fresquinho, e cagãozinho, de última hora. Porque esse terá de fazer o mesmo que o malfadado dito cujo ou bem pior: ir buscar o dinheiro para pagar as dívidas, que já somam milhões e não vêm de agora: vêm de longe; de há muitos e longos anos. Rebusquem no miolo dessas memórias emperradas e vejam, a começar pelos quadros especiais da função pública, uma reestruturação em proveito próprio ou apenas para alguns felizardos da agora tão perseguida e proclamada função pública...!
Como julgam que viveram nestes últimos anitos todos, meus heróicos convencidos?
Preparem-se para o sacrificio QUE ELE JÁ AÍ VEM, isto é se querem que isto continue! E talvez melhore...
Ou então? Ai dinheiro! Ai vida! Ai pensões!
Ai! Ai! Ai...Nem o FMI nos vai poder salvar...
E não queiram voltar para trás, tal como nos rezava a tal cantiguinha do Mourão, "Ó tempo volta para trás..."...Porque eu não quero, nem recomendo...Nem sequer ao meu maior inimigo... de estimação...
Nota: Sei que recentemente andam por aí a tentar por as mãos nesses manfios, os amiguinhos dos ratings, e tentam desesperadamente considerá-los no mínimo como delinquentes. Há muito que digo isto...Então que diabo de democracia é esta em que vivemos?
A roda para poder ir ao eixo precisa de mão firme, mas justa e já agora, porque não, democrática?...Se não, nem vale a pena viver nesta bagunça... E mais: sei também que o tal FMI está já cá a arregaçar a manga, não para fazer cócegas, mas para começar a molhada, e sei também que aqueles que não aprovaram as medidas de contenção do famigerado PEC4, vão ter de engolir o sapo... vivinho da Silva...Só que maior...muito maior...
AHHHHHHHHHHHH...Só quero é rir....Porque, tal como tu , vou ter de chorar...
Se calhar o "Ai! Ai! Ai", já nem vai ser suficiente...
E até acho que o que lá está no banquinho à ordem, que é pouco, e suadinho, pode ir à vida...engordar a súcia mentecapta que nunca nada fez... senão barulho e a sua aritmética de números invisíveis... de magia...para consumo próprio e exclusivo...
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