sexta-feira, 12 de agosto de 2011

OS MELROS

Não me refiro obviamente, aos que vestem calças e usam colarinho branco. Esses terão tratamento adequado a seu tempo. Refiro-me aos outros, aos que cantam âs quatro da madrugada, encantando a sua  amada.
Àqueles que nos inspiram com as suas melodias, que animam a Mãe Natureza e o dia-a-dia de cada um de nós.
Também a crise lhes bateu à porta: uma portaria a deixar mão livre aos caçadores, que abundam por este país de  brandos e suaves costumes. A política a fazer mais uma das suas graças: caçar melros, num total de 40  por cabeça (de caçador). Uma demagogiazita que não agradou nem a gregos, nem a troianos, nem aos caçadores, nem sequer aos agrcultores, porventura os mais prejudicados. Bem pelo contrário: revoltaram-se contra a medida. Então, disseram os primeiros, eles são os  nossos companheiros. Animam-nos no dia-a-dia e acompanham-nos nos bons e nos maus momentos.
Os outros: aquilo não tem qualquer valor cinegético... Se os mais prejudicados que são os lavradores, não querem, então que havemos de dizer...
Ora vejam a sensibilidade, sobretudo da política. E o dito foi dado pelo não dito.
Podem voar livremente os nossos  maravilhosos e astutos melros negros, enquanto não surgir de novo um politiqueiro, sem experiência de vida, que é o normal, com duas ou três dezenas de anos, a dizer e a fazer das suas, e a dar golpes de asa à sua  maneira...
Um eterno  obrigado ao bom senso, que vem  do povo, dito ignorante e inculto, que às vezes sabiamente tem, e  que gratuitamente vai distribuindo lições e exemplos, aos sábichões  e aos doutores deste país...
Onde se abandonam velhos e animais...ditos de companhia e estimação...trocando-lhes amor, por uma auto-estrada, sem rosto e sem nome ou por uma cama de hospital  solitária, às vezes fria, cheirando a formol e a naftalina...

Sem comentários:

Enviar um comentário