terça-feira, 30 de agosto de 2011

AUTO-ESTIMA NO FAIAL : PRECISA-SE!

Quando aqui cheguei e já lá vão mais de cinco décadas, algumas coisas me encantaram a par de outras, que me impressionaram menos bem. A primeira foi indiscutivelmente uma certa finessse trazida quiçá de outros tempos, que tem tendência a desaparecer, sobretudo na cidade da Horta , que considero como  a cidade mais bafejada em beleza no arquipélago.
A perda progressiva de algumas infraestruturas e até de poder político (Os Ex-Distritos), trouxeram de novo à ribalta, velhos  fantasmas e conceitos de grandeza e   pequenez, vindos de perto ou de bem mais  longe, que dificilmente têm  sido ultrapassados, apesar de ter havido o bom senso, quando se  elaborou a arquitectura  autonómica, de se ter respeitado  o que foi a história destas ilhas.
E, isto porque essa pequenez nunca existiu,  para quem entende que a mais valia de uma terra, assenta , não em pressupostos económicos, demográficos ou geográficos, mas em pressupostos culturais.
Esta uma questão que os próprios faialenses não perceberam. E não perceberam, que deviam gostar mais de si e do que por aqui se faz, se fez ou se vai fazendo.  Resumindo: deviam gostar mais da sua terra.
Porque gostar da terra é também gostar de si. A isto chama-se auto-estima. E não só os faialenses: todos os que por aqui vivem ou têm a sorte ou obrigação de  viver, deviam, seguir esse exemplo.
Cuidado, em não confundir  com o bairrismo exacerbado...Porque esse é uma doença...Um  virus HN (qualquer coisa), que mora em muito lado aqui pelos Açores...

domingo, 28 de agosto de 2011

JARDIM SEMPRE IGUAL A SI MESMO

Toda a oposição lhe acerta em cheio. Está a merecê-las  há  muito. A política e o discurso têm limites. Até mesmo nesta estranha utopia, chamada democracia,  e isto porque gerada  num país de brandos e suaves costumes...
E é utopia, porque em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão. Ou haverá?
Ou houve? Se  houve, e houve com certeza, as culpas estão diluidas por  tanta gente...Até de além fronteiras.
Gente com pouca experiência de vida, essa a que nos vai caindo em sorte na governação... E eis que surge a crise.
Jardim que sempre gostou da gastar à farta, vê-se agora apertado: falta-lhe liquidez. E lança-se na aventura e no ataque. E é um tal zurzir, voltando-se para os Açores,  para  o elo mais fraco. Um elo que tem na lapela uma marca política  aberrante, (segundo ele), porque diferente da sua.
É a política no seu melhor.
Quer,  não,  exige uma igualdade à lauta mesa do orçamento, (em metal sonante) para as suas duas ilhas (Madeira e Porto Santo), igaualzinha à dos Açores, esquecendo-se de que os Açores são nove ilhas, (S. Miguel, Sta. Maria, Terceira, Graciosa, Pico, Faial, Flores e Corvo), isto para quem não sabe e há muita gente, infelizmente, que não sabe...
Saberá mesmo o homem alguma coisa de geografia?  Na quarta classe do meu tempo aprendia-se isto. Ou o mal será outro. Será da execranda tabuada?
É que agora nem é preciso sabê-la, e até há gente da política que  não  sabe.
Nem é preciso - têm a máquina de calcular. O pior é quando falham as pilhas...
 E pelo que se está vendo, elas falharam (as pilhas),  e falharam a todos os níveis....
 Que Deus os abençoe, a todos, os bons e os maus da fita, incluindo o Jardim...
E já agora:  que não voltem a pecar! Amen...

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

OS MELROS

Não me refiro obviamente, aos que vestem calças e usam colarinho branco. Esses terão tratamento adequado a seu tempo. Refiro-me aos outros, aos que cantam âs quatro da madrugada, encantando a sua  amada.
Àqueles que nos inspiram com as suas melodias, que animam a Mãe Natureza e o dia-a-dia de cada um de nós.
Também a crise lhes bateu à porta: uma portaria a deixar mão livre aos caçadores, que abundam por este país de  brandos e suaves costumes. A política a fazer mais uma das suas graças: caçar melros, num total de 40  por cabeça (de caçador). Uma demagogiazita que não agradou nem a gregos, nem a troianos, nem aos caçadores, nem sequer aos agrcultores, porventura os mais prejudicados. Bem pelo contrário: revoltaram-se contra a medida. Então, disseram os primeiros, eles são os  nossos companheiros. Animam-nos no dia-a-dia e acompanham-nos nos bons e nos maus momentos.
Os outros: aquilo não tem qualquer valor cinegético... Se os mais prejudicados que são os lavradores, não querem, então que havemos de dizer...
Ora vejam a sensibilidade, sobretudo da política. E o dito foi dado pelo não dito.
Podem voar livremente os nossos  maravilhosos e astutos melros negros, enquanto não surgir de novo um politiqueiro, sem experiência de vida, que é o normal, com duas ou três dezenas de anos, a dizer e a fazer das suas, e a dar golpes de asa à sua  maneira...
Um eterno  obrigado ao bom senso, que vem  do povo, dito ignorante e inculto, que às vezes sabiamente tem, e  que gratuitamente vai distribuindo lições e exemplos, aos sábichões  e aos doutores deste país...
Onde se abandonam velhos e animais...ditos de companhia e estimação...trocando-lhes amor, por uma auto-estrada, sem rosto e sem nome ou por uma cama de hospital  solitária, às vezes fria, cheirando a formol e a naftalina...