sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Português suave?


Nestas noites invernosas, quase intermináveis, deixa em paz a Internet-, o Facebook, o Twitter-, e desliza por uma boa leitura. Abeira-te de um bom policial, ou de um "magrinho" opúsculo de contos ou novelas. Ou de um vistoso catálogo de fotos bem retocadas, sobretudo com legendas. Ou até, e isto se souberes ler melhor, e quiseres usufruir "daquilo" que a literatura te pode oferecer, como arte, e cultura, de pensamento e de saberes, pega num romance-, num bom romance-, coisa já bem rara na nossa praça editorial (nacional e regional), algo com uma boa história, destas que comportam princípio, meio e fim.
"Sinais de Infinito", talvez possa ser isso, porque é uma história que lança desafios à Vida, e Sinais de esperança à Morte.
Feito por alguém que conheces, que é amigo da terra e da Terra, da Natureza, que vive nos bastidores dos media e da escrita, escrevendo há mais de meio século, sem ganhar um tosto, cujo único interesse é o de deixar aos vindouros o que isto é, era ou talvez venha a ser ou será. Que vive (os Açores por dentro), transportando-os com alma e devoção para a História-, a História do Mundo, de um mundo que se auto-destrói, que se flagela, e uns Açores que carregam consigo o peso de quinhentos anos de solidão e abandono, sem deixar de fora a própria conspiração natural, dos simos e das tempestades.
Açores, nove rincões, nove mundos desconhecidos, caravelas desgovernadas ao sabor de vagas, ventos e procelas. Ilhotas à mercê de gulas e interesses. Ilhas eternamente cotejadas e flageladas pela gula dos tempos.

O livro "SINAIS DE INFINITO" - Realidades e Mitos do Nosso Tempo" pode ser essa cartilha que precisas ou que procuras e onde te podes rever ou rever a tua história.
Um livro sem subsídios, sem apoios, sem editores, sem publicidades, sem interesses, que não sejam os de deixar aos vindouros, o que é que nós por aqui fizémos ou estamos a tentar fazer; aquilo que construímos...Ou se calhar, aquilo que estamos a destruir.
É um acrescentar de ponto, ao mais que renegado mundo da escrita , esta tão mal compreendida e entendida por quem comanda a divulgação desta "coisa" que se chama cultura, por estes lados e por estes ilhéus, onde ela é também usada...Por vezes até mantida com alguma pureza.
Quem se importa?! Com essa escrita? Com essa cultura? Com essa língua? Com estes Açores?!
Apetece-me perguntar aos que se ufanam de nos representar nos areópagos da rex publica: serei mesmo portuga? Ou poderei ter a veleidade ou a ousadia de querer ser também português?

3 comentários:

  1. Se fosse o producto, mais ou menos acabado de uma Sonny ou de outra "magia" , as bocas escancaravam-se e os Ua´s surgiam por todos os lados...
    Mesmo que fosse imagens mil e uma vezes repetidas, cansadas, falhas de oportuniodade e existindo essas vistas e paisagens há mais de cem mil anos....È isto o que somos: uns panacas. Até me faz lembrar a velha anedota: "O amor é uma cobiça, entre pelos olhos e sai...»

    ResponderEliminar