sexta-feira, 27 de abril de 2012

Mais um amigo que partiu

Foi o Fernando Melo. Alguém com quem convivi mais de meio século. Agosto de 1960, foi a primeira vez que conversámos. Ali na redação de o jornal "O Telégrafo", um jornal pequenino, mas com algum sumo. Tempos heróicos, em que escrever, era doloroso, e até perigoso. Por essa altura ele já lá andava, rabiscando e revendo provas. Estou a recordar-me de gente desse tempo: de Rogério Gonçalves e as suas "Maneiras de Ver". Da família Gonçalves, Ilidio, Antero, José Maria. Do prof. Ramiro. Do Manuel Gaudêncio. Do Radio Philips, com uma caixa enorme, onde se recebiam as notícias da Emissora Nacional, de lápis na mão, cheia de ruídos e chiadeiras. O Fernando é desse tempo. Um homem que viveu a comunicação e a escrita, por dentro e por fora. Escrevia e escrevi durante algum tempo, mais de quarenta anos, primeiro com um pseudónimo. Não fosse o diabo tecê-las... Escrever era uma aventura, que o Fernando também partilhou, ele e outros, um punhado de aventureiros, como o Jaime Batista, o Ruben e outros que já por cá não andam. Não vou cair na tentação do laudatório fácil. Porque amigo, é amigo, isto apenas para dizer, que amigo dispensa o lugar comum de ser bom, quando se desiste ou se é forçado a desistir da vida. Amigo, é sempre amigo, vivo ou morto. Amigo é alguém que se respeita, seja como for. Amigo, é alguém que faz falta, vivo ou não, e que a distância não faz esquecer nunca. Amigo Fernando Melo, onde quer que estejas, um abraço. Humberto Victor Moura

sábado, 14 de abril de 2012

ORA AGORA ENGANAS TU...

Todo o mundo escancha a boca, a falar na crise. É crise para cá... crise para lá...E é verdade. Mas é sobretudo uma crise de valores. Politicos e economistas não encontram a RAZÃO E O PIOR: a saída, tal a dificuldade; pelo outro lado, há quem se vá governando à fartazana com essa crise.É dar uma olhadela pelas agências de notação. O dinheiro, tanto engorda como condena à miséria e à fome tanta e tanta gente.
Aqui mesmo neste rincão florido de meia dúzia de almas, sufragadas e boas, coisas há que, me dão para rir, que sem darem gozo algum, dão seguramente para pensar.
Se quero comprar por exemplo um "pó-pó" dos que há de mais baratinho; um toyotazinho, vasculho os anúncios, das TV, das Internet, dos catalogos, e lá está: dez mil euros e qualquer coisa. Vou ao mesmo carrinho, de novecentos de cilindrad, aqui à mão e em exposição, custa a bagatela de dezoito mil, repito dezoito mil. Quem vende não consegue explicar. Já nã se pode dizer (enganar) que é dos transportes, porque o IVA para as regiões autónomas (outra alegria), é bem mais barato e dá e cresce para o tal transporte...
Ora amigos, com tanta gente a querer ganhar(?) assim e a querer enganar assim, sem que seja consifderado especulação ou coisa mais séria, grave e sonante...ONde vai isto parar?
E o mentiroso era o engenheiro (que dizem ser), Sócrates...E estes que lá estão? E estes que referi, como comerciantes de boa cepa?
Afinal de contas, a mentira, a aldrabice, o desrespeito, e irreponsabilidade, A IMPUNIDADE, e o que mais, andam à rédea solta...
Quando ponho umas batatinhas no quintal, sempre digo para comigo: para que fazes isto Humberto duma figa, melhor, burro duma figa? Trabalho?! É como dizia o Agostinho da Silva: NADA. O homem não foi feito para isso. Mas para contemplar. Nesse caso, para contemplar, não a naturez, mas a vigarice...algo com que muita gente se cobre...
No meio de tudo isto, dou-lhes um conselho porque a solução está à mão: é seguir à letra o velçho slogan: " Ora agora enganas tu,
Ora logo engano eu"
Santa Democracia...Ou santa autonomia...-