segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O QUE VIEMOS NÓS AQUI FAZER?!

Quando me perguntam:" Sabes o que vieste AQUI fazer?"
Digo-lhes sinceramente do fundo da alma o que penso: "Não sei!"
Depois de quase sessenta anos de escritas e leituras, em jornais, revistas, livros, e tudo o que possa BORRAR papel, de sustentar e de dar milhares de opiniões, desde os tempos em que estas nem podiam ser dadas, ou até pensadas, continuo procurando a grande finalidade para a vida, achando-a sempre divina e louvando quem a "inventou</i>", mas admitindo e analisando outras, desde as mais espirituais, às mais terrenas. E a mais palpável e a mais provável, é a continuidade e a preservação, afinal o grande tributo e a maior homenagem a quem a CRIOU.
E é neste iniciar de século e milénio, em que a loucura anda à solta e de "mão dada" com a vida, que me interrogo: "para onde caminha tudo isto"?
Será que há alguém a reflectir neste assunto? Será que há alguém a quem interesse saber o que é, e o que veio "aqui fazer"? Alguém em quem desperte essa simples curiosidade?
A magnificência e a simultânea insignificância da vida, dura muito pouco, mesmo com a evidência de todo o conhecimento que se alcançou; da adaptação, da evolução, que o tempo e a Natureza foram gerando. E hoje tudo, continua como no começo. E a pergunta surge e mantém-se: afinal o que viemos nós cá fazer?
E a resposta continua tão dúbia, quanto verdadeira: continua sendo a Criação, e a especulação da grandiosidade do desconhecido, esta a grande meta do actual pensamento.

domingo, 15 de janeiro de 2012

CADA VEZ MENOS E PIOR ESTADO

Quando eu era pequeno, e já vão uns anos, dizia-se à boca cheia: "Quem manda?" E a súcia repetia submissa: Salazar! Salazar era tudo. E Portugal era governado por uma "Troica" feita muito à portuguesa, onde quem mandava era um chanceler-, de nome Salazar-, um aldeão que geria um pobre país, de dez milhões de habitantes, cinco dos quais analfabetos... Ainda assim, que não venha a pior...É que, pelo andar do "carroussel", se calhar vai vir...
Hoje no auge daquilo que pomposamente apelidámos de Democracia, coisas há que continuam espantando e preocupando. Não queremos, nem podemos, dirrimir o "valor acrescentado" que trouxe a Portugal a Revolução de Abril, mas francamente...Estou a sentir-me incomodado com tanta tolice e até de pertencer à raça lusitana, se calhar, mesmo à humana.
Isto vem a propósito do título desta reduzida nota.
Naquele tempo, com todas as incongruências, demasiadamente badaladas e conhecidas, e altamente reprováveis, havia coisas que se poderiam ter eviitado e se perderam, desde o respeito, que imposto ou não, existia. O mesmo se poderá dizer à segurança, e à responsabilidade. A paz podia até ser podre, mas havia. E havia algo que hoje não há: havia Estado. O Estado, tal como a ortografia, está irreconhecível: falido. Foi tomado de assalto por gente que tem ganância, mas que não tem, nem experiência, nem noção do que é ser ou pertencer ao Estado.
E ao quererem emagracer aquilo que engordaram e criaram durante anos, e continuam, engordando para agradar às clientelas; ao desprestigiarem o que suporta o próprio Estado- , a Função Pública-, deram-lhe a machadada. Há uns anos a esta parte, que se assiste ao assédio à máquina do Estado e à sua gente. É a gente da política, que virou carreirista, e "tomou de assalto", ou anda de salto, de um lado para o outro, entrando, não por baixo, mas por cima, bem por cima, por vezes sem respeito por quem por lá anda aguentando, Deus sabe como... Vêm de empresas, de bancos, de tudo o que cheire ou tenha uma pitada de política partidária...
Não! Isto não é emagrecer Estado! NÃo! Isto é estragar Estado!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O SER HUMANO

O ser humano, é apenas mais uma forma bizarra de vida animal, que se distingue de entre as outras, não pela inteligência ou imaginação, mas pela noção de que tem uma consciência: a do que fez ou do que faz, o que lhe confere o direito de ir vivendo os mesmos erros, as mesmas angústias, as mesmas esperanças, e o faz encarar a vida, como um imenso equívoque, quando se aliena dos imensos prodígios que por acaso conseguiu, sem, de entre eles, desvendar a dimensão do absoluto...

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

UM BOM LIVRO?

UM BOM LIVRO, NÃO É AQUIELE QUE TEM MUITAS PÁGINAS, LEVA ANOS A ESCREVER, TEM A ASSINATURA DE UMA PERSONALIDADE CONHECIDA, UMA CARA DA TV, DA POLÍTICA, DA ECONOMIA, EDITADO POR UMA GRANDE EDITORA, DE UM PAÍS IMPORTANTE, PERTO OU DISTANTE.
UM BOM LIVRO, É AQUELE QUE FALA DE COISAS QUE AS PESSOAS CONHECEM, MAS NÃO TÊEM O DESASSOMBRO DE AS DIZER...POR VEZES VINDAS ATÉ DE UMA EDIÇÃO DE AUTOR...DE UM AUTOR QUASE INVISÍVEL, QUE NÃO DESEJA SER TRATADO COMO ESCRITOR, NUM PAÍS ONDE HÁ MUITOS AUTORES E MUITO POUCOS ESCRITORES...