quarta-feira, 19 de junho de 2013

O DESCONTENTAMENTO

Nunca, em nenhum periodo da história  recente, se assistiu a um descontentamento tão generalizado em relação às políticas que estão a ser implementadas,  e também, e cocomitantemente, aos politicos que as produzem, como está acontecendo. É um descontentamento que engloba uma carga imensa que abarca as injustiças, a corrupção, a incompetência, a falta de sentido de Estado, a ausência de responsabilidade,  o vê-se-te-avias,  o carreirismo  a qualquer  preço, o non-sense, a  falta de confiança. E esse descontentamento tem  um sentido único: as políticas e os políticos. Mas os políticos não são os únicos culpados:  são comandados por outras forças estrnhas e  mais invisíveis,  quiçá mais poderosas e perigosas e esse descontentamento também lhes é dirigido.
Não estou a falar de forças surgidas da sombra, que também existem, mas de outras: as da  finança, da alta finança sobretudo. Dos bancos e dos banqueiros; da ganância e da usura.
E cuidado:  estas manifestações surgidas no Brasil  se estendendem por todo o mundo, são manifestações justas, vindas de jovens e  de menos jovens,que podem atingir, nesta era das redes sociais,  dimensões gigantescas e incontroláveis. Atenção, a quem tem o previlégio, o peso ou a  sorte (talvez a má sorte) de governar. É que esta BOLA de Neve, poderá tornar-se incontrolável.
Vamos analisar este DESCONTENTAMENTO e saber como sair dele...airosamente para evitar o caos.
E muita atenção, quando se fala de REFORMAS de ESTADO. É esta sede de ganância toda ela "cheirando"  a  PRIVADO, que estará na base de muita imjustiça e de muito desiquilibrio, que este neo-liberalismo desenfreado, está a produzir.
É caso para dizer, que falharam as metas dos políticos, das políticas, dos economistas, dos banqueiros, dos bancos e da finança em geral. Nova ordem está a ser precisa. Já!

terça-feira, 11 de junho de 2013

POLITIZADO, MAL ENTENDIDO E MAL AMADO


Em pouco mais de três décadas de vivência democrática, e  após a revolução de Abril, da ignorância e do país amordaçado que éramos,   saltámos de um  pé coxinho, para um país livre e politizado, em que a democracia serve (?) quase todos os direitos e  desígnios universais  dos cidadãos, uns melhores, e quiçá indispensáveis, outros   nem tanto. E nesse "nem tanto" que pode, e muito bem, encaixar-se no oportunismo político, o cartão de "militante" tornou-se  cartão de crédito, e é uma benesse e uma garantia, a acautelar nos dias que vão correndo. Daí  um salto na escala das mais valias, e na ascenção social, vai um nada. Até o ultrapassar, do mais execrando vilão do nosso tempo-, o desemprego.
Mas o que mais impressiona, é o facto, de os protagonistas, dessa anacrónica situação, digo anacrónica, para não dizer irónica, é o facto de muitos se alcandorarem a cargos para os quais nunca pensaram, nem sequer têm  a mais leve vocação ou noção   do que são e do que os espera, da formação que é necessária e  exigida, da sua responsabilidade, da sua repercursão na vida colectiva, do próprio ridiculo a que se irão expor ou poderão originar. E é nesses organismos, que nasceram muitas vezes, mais à revelia do que do bom senso, ou das paixões libertárias de ocasião,  ou do bom senso em geral, que surgem esses "especimens". A  política tem dessas coisinhas, ou seja,  come à mesa no restaurante, no café, no hotel, entra na sisuda repartição.  Sobe a escadinha do escritório da empresa. Vai ao mais impedernido gabinete  do ministério,  da instituição.Tornou-se um virus, uma muleta, um andarilho, em algo epidémico, que corrói e divide.
É por isso que vemos à frente de uma uma instituição hospitalar, um administrativo,   de uma empresa estatal de telecomunicações,  um marçano; dos transportes,  um enfermeiro;  e de uma instituição cultural, um engenheiro quimico, ou um engenheiro hidraulico a orientar um museu.
Essa versatilidade,  essa fácil absorção dos fiéis à causa, muitas vezes sem qualquer garantia de sucesso e só visível no status político,   vai arruinando a confiança e o país de ponta a ponta.
Por cá, e infelizmente, já vamos vndo disto. E o pior: recai  quase sempre em rapazolas disponíveis, sem qualquer experiência de vida, que não seja a partidária...que é difícil...mas rendosa...
    

sábado, 1 de junho de 2013

O mundo das letras, está  mais pobre, o mundo das letras em geral, e o das  açorianas, em particular. O Daniel de Sá, partiu, deixando entre nós,  para além de consternação pelo seu desaparecimento, o valor da sua indiosincrasia e da sua obra, revelada em inúmeros escritos e narrativas,  num  estilo muito pessoal e  próprio, em que ficção e realidade se misturaram , numa  amálgama de deliciosa simbiose , recheada de personagens, espargindo gritos e silêncios, gente anónima  de terra e mar, lançada com a  simples missão de viver, e  viver de sonhos,  por vezes até sem eles, amordaçada ou escorraçada, nas ânsias de um dia a dia mistificado e  penoso, ou de um  dia a dia  que chega e que morre sem perdão.

Neste universo, difícil e tortuoso (o das letras), em que até ler se tornou  exercício árido  e  raro , Daniel de Sá, foi  um homem de fé e de principios, que  nunca se afastou dos seus desígnios, das suas verdades, que  nunca abdicou da sua visão humanistica e da  universalidade  da vida e fê-lo criteriosamente. O render da sua guarda é um exemplo, para todos os que queiram enveredar pela penosa e difícil missão de ser contador de histórias. E ele era um contador de histórias. algo já raro entre nós e pelo mundo maqauiavélico que trilhamos...