terça-feira, 11 de junho de 2013

POLITIZADO, MAL ENTENDIDO E MAL AMADO


Em pouco mais de três décadas de vivência democrática, e  após a revolução de Abril, da ignorância e do país amordaçado que éramos,   saltámos de um  pé coxinho, para um país livre e politizado, em que a democracia serve (?) quase todos os direitos e  desígnios universais  dos cidadãos, uns melhores, e quiçá indispensáveis, outros   nem tanto. E nesse "nem tanto" que pode, e muito bem, encaixar-se no oportunismo político, o cartão de "militante" tornou-se  cartão de crédito, e é uma benesse e uma garantia, a acautelar nos dias que vão correndo. Daí  um salto na escala das mais valias, e na ascenção social, vai um nada. Até o ultrapassar, do mais execrando vilão do nosso tempo-, o desemprego.
Mas o que mais impressiona, é o facto, de os protagonistas, dessa anacrónica situação, digo anacrónica, para não dizer irónica, é o facto de muitos se alcandorarem a cargos para os quais nunca pensaram, nem sequer têm  a mais leve vocação ou noção   do que são e do que os espera, da formação que é necessária e  exigida, da sua responsabilidade, da sua repercursão na vida colectiva, do próprio ridiculo a que se irão expor ou poderão originar. E é nesses organismos, que nasceram muitas vezes, mais à revelia do que do bom senso, ou das paixões libertárias de ocasião,  ou do bom senso em geral, que surgem esses "especimens". A  política tem dessas coisinhas, ou seja,  come à mesa no restaurante, no café, no hotel, entra na sisuda repartição.  Sobe a escadinha do escritório da empresa. Vai ao mais impedernido gabinete  do ministério,  da instituição.Tornou-se um virus, uma muleta, um andarilho, em algo epidémico, que corrói e divide.
É por isso que vemos à frente de uma uma instituição hospitalar, um administrativo,   de uma empresa estatal de telecomunicações,  um marçano; dos transportes,  um enfermeiro;  e de uma instituição cultural, um engenheiro quimico, ou um engenheiro hidraulico a orientar um museu.
Essa versatilidade,  essa fácil absorção dos fiéis à causa, muitas vezes sem qualquer garantia de sucesso e só visível no status político,   vai arruinando a confiança e o país de ponta a ponta.
Por cá, e infelizmente, já vamos vndo disto. E o pior: recai  quase sempre em rapazolas disponíveis, sem qualquer experiência de vida, que não seja a partidária...que é difícil...mas rendosa...
    

Sem comentários:

Enviar um comentário