terça-feira, 15 de outubro de 2013

DESIGAULDADE, MANHA E OPORTUNISMO POLÍTICO

Nunca um orçamento de Estado foi tão sujeito à trilogia da desigualdade, da manha e do oportunismo político acrescentando-se-lhe o poverbial anticonstitucionalismo, como neste governo. A manha reflecte-se descaradamente na suposta e já conhecida, e concretizada medida dos cortes nas pensões e no chumbo subsequente do Triunal Constitucional, único orgão ainda sério no meio de tudo isto, para com o Povo português e a sua Constituição. Desigualdade, porque é a função pública e sobretudo os reformados e pensionistas da Caixa Geral de Aposentações, os grandes visados, deixando o resto, por enquanto, à mercê de novos empreendimentos e entendimentos nesta matéria. Convém também não esquecer, que os funcionários da própria Caixa Geral de Depósitos, estão isentos destes cortes e mais curiosamente, os da TAP, uma Empresa Pública que se apresenta deficitária há já alguns anos que tentaram privatizar, algo que, e ainda bem, não foi conseguido, enquanto esfregam as mãos para privatizar (leia-se entegar) aos privados o pouco que nos resta. Em matéria de oportunismo político, está bem patente em serem os funcionários públicos, os únicos e mais directos receptores de tão brutal e até irracional feixe de medidas, desde cortes nos vencimentos, mudanças de local de trabalho, aumento de horas no computo geral de trabalho, cortes que agora descem para os 600 euros, porque são "inofensivos", nem sequer podem fazer greve. São dinheiro em caixa para este governo, mesmo que esses funcionários tenham levado uma vida inteira de trabalho, por vezes bem mal remunerado, que tenham descontado o dinheiro que lhes era solicitado e aprovado por lei, incluindo o Montepio dos Servidores do Estado, que era obrigatório. O problema é que estes rapazolas que andam pelo Governo, não sabem como isto era. Não conhecem as clausulas, a legislação e o rigor a que se submetia o dito funcionalismo. Falar-lhes de funcionalismo e de Estado, é sinónimo de falar-hes de coisas que não gostam e não conhecem. Nunca por lá andaram. Servem-se dele quando lhes convém, nada mais. Querem um Estado à sua medida, um Estado que seja uma empresa flexível, aquilo de onde são oriundos. Antes, muito antes de nascerem, eu já por lá andava a comer o pão que o diabo amassou. Depois, passaram a andar pelas juventudes partidárias; agora são Ministros, são Secretários de Estado e detêm, outros cargos pomposos, mas às capacidades, ao entendimento, à experiência de vida, disseram nada. Não vou repetir o que Mario Soares disse, apelidando-os de delinquentes, mas são, em muita coisa irresponsáveis, acmpanhados pela tal troika, isto não levanta dúvidas a ninguém. São gente menor, como lhes chamou Hermano Saraiva. Que a situação é e está má, disto ninguém tem dúvida, agora resolver com medidas que vão levar à ruina, (ou já levaram) ao empobrecimento, à destruição da classe média, ao desmantelamento da estrutura do Estado, privatizando tudo a torto e a direito, vendendo o país ao preço de saldo e da uva mijona, cavando cada vez mais o fosso a caminho da miséria, comprometendo o futuro já de si incerto. Assim não vamos a lado algum.

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