quinta-feira, 20 de novembro de 2014

 O mais incauto ou menos atento às vicissitudes do quotidiano em Portugal, pensará, dirá mesmo,   que este é o país do ferrabodó e do regabofe,  algo  constituido e consumido por  gente fora da lei,   vigaristas, aldrabões, onde a mentira, o arranjo, a falta de escrúpulos,  campeia de norte a sul, sem apelativos, agravos, nem clemências. Do vale tudo ou quase  para se conseguir dinheiro ou outros artefactos equivalentes .
Felizemte que não é bem assim, que há gente séria, que há gente que trabalhe honestamente, que procure dignificar a sua origem,  a família ou a terra onde nasceu.
E não é curial, nem se pode julgar a parcela pelo todo.
Agora que a falta de escrúpulos, a ganância, a falta de vergonha,  campeiam de norte a sul, quase sempre em esferas dirigentes, aí não há dúvida e a unanimidade é cada vez mais sentida por quase toda a gente.
E vão-se aglomerando casos e mais casos, na política, na banca, nos mais altos cargos do Estado.
A corrupção é lugar comum e faz parte já do dia-a-dia.
Demitem-se Ministros, alteram-se e substuem-se a torto e a direito figuras que nos pareciam intocáveis, mesmo alguns sendo irrevogáveis, é um vê-se-te-avias, que o comum do cidadão, fica, não surpreendido, já que nada o surpreende, mas contristado, ressentido,  incomodado, porque  deixou de acreditar no que quer que seja.
As palavras deixaram de ser ouvidas, de ter o significado que se lhes  atribue,  para serem ôcas, vazias, mesmo por mais eloquentes que sejam e pensá-las, nem vale a pena.
É neste cenário lúgubre que vamos viajando, sem porto à vista, sem timoneiro capaz, sem  bússula giroscópica, e sem norte por perto.
Salve-nos Nossa Senhora da Boa Viagem, porque a nau está arrombada e a meter água.


PS - Pelo que se vê, esta Europa, e porque não estemundo, está a ficar globalizado, mas aferido, não por cima, ou pelo melhor,   mas ao contrário, isto é,
  por baixo...bem por baixo...
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