Mais um "10 de Junho". Um dia que já celebrou "o chamado dia da raça", que honra o grande bardo Camões, que "virou" da diáspora e das comunidades, mas um dia essencialmente dedicado às medalhas e aos medalhões, à nafatlina e até de certo modo, à palhaçada.
Camões...Coitado! Quão semelhante é teu fado "igual" ao meu...Mesmo dito ou escrito de forma assim bizarra, irónica ou despudorada, não deixa lá de ter alguma verdade e suscitar alguma reflexão.
Diz-se que, e tal como de Bocage, que viveu da "caridade", que terá até passado alguma "fomeca".
Morreu a orgulhar-se da grandiosidade do seu povo. Dos seus heróis do mar; do nobre povo, da sua nação valente...
Das armas e dos barões assinalados, que passaram para além da Taprobana, deste ex-condado beirão, antecipando o sonho do Vieira, o tal "Quinto Império", que não teve nunca pés para andar.
O orgulho, tal como a água benta, cada qual toma a que quer e não faz, nem nunca fez, mal a ninguém.
Agora que o povo é nobre, se calhar até é, embora seja necessário especificar melhor, que e qual, mesmo qiue esse povo não tenha "cheta", para viver decentemente. Só orgulho e medalhas é pouco...
Só que estas coisas, trazem dividendos, políticos, já se vê.
E a política é a arte da "palhaçada", não direi que é da mentira, por encarnar uma redundãncia, mais forte ou mais cruel.
Fico-me por aqui a pensar no Camões, nos Barões deste país e no Povo que tanta nobreza demonstra em aceitar ou tolerar tanta e tanta asneira que se vai fazendo. Mas vão-se distribuindo umas coleirinhas e umas medalhinhas, com bons nomes e bons propósitos e pronto.
Antigamente dizia-se em fim desta festa :"Viva Salazar". Felizmente que tudo isto se alterou e bem. Só que ainda há quem dele se lembre...e até tenha vontade de o copiar... na íntegra.
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