quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

AS HÉRNIAS DO PRESIDENTE E DESTE PAÍS

Coisas há, que me dão que pensar. O Presidente Marcelo, alguém com quem simpatizo, rapaz um pouco mais novo do que eu, está "acometido" de uma hérnia inguinal: precisa, como é óbvio, de uma cirurgia rápida, como mandam os catecúmenos. E a comunicação social rejubilou: ...Há material para "triturar", enquanto o Marcelo "vai à faca". Pela parte que me toca, desejo-lhe melhoras e rápida recuperação. Não posso é desejar o mesmo, à comunicação social, sempre tão pronta a cobrir os acontecimentos. Uma hérnia, que tanto trabalho lhe está dando, tem de ser "aproveitada"... Por mim, já vou na quarta ou na quinta, algumas repetidas. É talvez, resquícios de um fadário açoriano, ter hérnias, e o Marcelo também tem essa costela e essa característica e está a ficar também "velhinho". Agora a comunicação social, cumpre e bem, a sua missão: badalar a hérnia ou as hérnias do Presidente deste país, não todas, claro. As que interessam. Aí fico pensando, nos chavões desta insipida democracia: igualdade, etc, etc. E recordo o Pessoa, que não enjeitava um copito, quando bem cheio, ali ao Martinho junto à arcada no Terreio do Paço, ao dizer: (...) Uns mandam no mundo. Os outros são o mundo)... e ele, eu e tu, também são esse mundo... E eu pergunto o que é a igualdade? E o que é o mundo ou melhor, esse mundo e a quem ele pertence? À comunicação social? Aos de que ela se ocupa e badala? Ou a todos nós, ínfimos e ignorados expectadores?

sábado, 23 de dezembro de 2017

PEREGRINO DA INTERROGAÇÃO

Velha e boa amiga, personalidade que muito admiro, alma de artista criativa e inteligente, em conversa amena e ocasional,  e em gracejo de momento,  ter-me-á "cognominado" de "incansável protagonista, MELHOR DIZENDO, PEREGRINO  da interrogação".
Virando os olhos para dentro, tentei alcançar,  para  além  da "profundidade" daquele "ingénuo pirôpo", da sua intenção e da sua  veracidade. Olhei um percurso já longo, que é a minha vida, e sem querer, constatei a realidade; que nunca ninguém defenuiu de forma tão sincopada,  clara e simples, o meu percurso, de vida, quer nas letras, quer nela própria: E o "quem sou eu", voltou à carga e à origem desse pensamento: afinal um "protagonista"  ou talvez um "agente" da interrogação, alguém que tenta entender o que o rodeia e que questiona o que sente ou entende  não estar de acordo com a sua própria indiosincrasia, com os seus princípios, com a sua filosofia de estar na vida e no espaço que o rodeia.
A verdade é que questionar tem sido essa filosofia, a que sempre me "atormentou". Questionar tudo e todos. E sobretudo, questionar-me.
E o porquê desse questionar?
Resumo em duas ou três  palavras:
Primeiro: porque a dimensão de tudo "Isto"  que nos rodeia, é imensa. Basta entender, que há corpos "errantes", astros,  por este espaço fóra, em que a sua luz , ainda não chegou  ao planeta Terra e a luz percorre cerca de 350 mil quilómetros por segundo.
Depois, porque o ser humano, locatário "recente" do sistema, e  que se aboletou num desses milhões de sóis que giram por esse espaço imenso, extremamente sincronizado e ordernado,  desenvolveu
fórmulas sofisticadas de sobreivência, misturando-as com auto-destruição, ganância, "predadorismo" e desrespeito, por quem o criou e pela sua Obra - a Natureza-,  deixando fruir e até entender, que a irracionalidade, passou a fazer parte da sua missão e do seu mundo.
Isto e muito, muito mais, tem-me levado a interrogar permanentemente,  não excluindo a própria morte, o fim de um ciclo maravilhoso, mas frustante, até por vezes incompreensivel, o que nos leva mais directamente a perceber, que somos muito pequenos, seres ínfimos, perante a magia que nos rodeia, grandiosa, mas contendo, ela própria, algumas lacunas.
Daí a interrogação permanente, com muitas respostas e sem algumas confirmações.





REPENSAR, SE CALHAR É PRECISO

Um dos grandes deficits da sociedade portuguesa, concentra-se, neste momento, em duas áreas fundamentais: na Justiça e na Comunicação social. Na justiça, pela sua morosidade, lentidão, algo nubloso,  e sobretudo muito influenciado, pela denúncia, que num sistema "apelidado" de democrático, deixa algo, para não dizer muito, a desejar. E sujem processos a demorar duas, três, quatro vezes, excedendo o desejável, o regulamentar, o quiçá fidedigno.  E surgem os comentários. E surgem as desconfianças. E surgem, as interpretações. O que não é saudável e bom para a democracia e para as pessoas.
Quanto à Comunicação Social, vai "explorando"  no seu dia-a-dia, os "acontecimentos, por ela detectados, investigados, explorados, e até recriados, deixando até transparecer, que se quer substituir à justiça.
E isto é lamentável. Apoiando-se, nem sempre em factos, mas mais em denuncias, o que também não é bom, investigando muito mais os assuntos, do que quem as produz.
É a cultura do descrédito, do medo, do vale quase tudo.
Tenho sessenta anos para mais do que para menos, de comunicação escrita, e que me lembre, nem no tempo do malquisto salazarismo, ele que condenava as cartas "anónimas", sem que antes tentasse saber quem as mandava, isto acontecia.
Para bem de todos nós, que se repense tudo isto, a bem da verdade e de todos nós.





quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

NÓS SOMOS OS OUTROS

Todos sabemos, com maior ou menor clarividência, que a justiça não existe, e não existe porque, enquanto que  para uns, justiça pode ser baseada em premissas de "dureza", para outros pode ser exatamente o contrário. Pode eventualmente conseguir-se uma aproximação aliando consciência e bom senso, algo muito difícil de se obter nos dias "áureos" que vamos trilhando.
Assim justiça, é algo muito complexo de definir e ao sabor de cada um, e sobretudo, isto sim, de executar, para quem lhe é sugerida ou  tem essa missão. E não é apenas foleando cartapaços ou velhos papéis bolorentos, que podendo embora, alertar para as nossas consciências, vamos com ligeireza lá chegar.
A justiça, anos passados, estava circunscrita, à sabedoria, e essa, à idade.
Os conceitos inverteram-se, e a idade passou a ser senilidade, mesmo com o recurso às magias que a técnica nos vai oferendando.
E eu fico a olhar para isto, por exemplo:


não há insubstituíveis, nem homens que não consigam fazer tarefas que outros fazem. Haverá porventura (e irá sempre haver) homens mais capazes, melhor apetrechados, mais vocacionados, e eventualmente, homens diferentes, para melhor e para pior, em termos de eficácia, de capacidade, de discernimento, de valia para a humanidade.
O que me continua impressionando, é que, e ao contrário do que o Camões dizia; "os homens que da lei da morte se vão libertando", nem se libertam da morte e na maior parte das vezes nem da vida, são  medíocres, só que
aproveitam bem as oportunidades, vivem por vezes regalados, com  bons salários, bons empregos, conseguidos com pouco esforço, à sombra da política, das amizades, do compadrio.
Mesmo que essa gente cumpra (e bem o seu dever, o que é raro), tal qual um bom funcionário, artesão, obreiro do quotidiano, porque razão está sempre na "calha", para receber umas comendas, umas medalhas, o nome de umas ruas e ruelas, para lhes perpetuar a memória?
Isto quer dizer, que mesmo admitindo o cumprimento normal (o obrigatório, e o mínimo que se pode esperar) é sempre considerado para uns, uma graça dos deuses.?
O Fernando Pessoa é que dizia com alguma graça: "O mundo é dos que mandam. Nós (ele incluído), somos os outros. E eu acrescento: os que obedecem.

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

O VAZIO

Cada vez mais, o vazio provocado pela ausência, da pessoa que provavelmente mais amei na vida, minha mulher Antonieta, querida amiga e companheira, durante quase seis décadas,
 faz-me crescer e sentir uma revolta surda e interior  imensa, uma espécie de  sentimento de injustiça provocado por "aquilo" que convencionámos chamar de doença e morte. E isto,  porque maus e bons, são objecto de tratamento semelhante, por vezes até acontecendo exatamente o contrário. Continuam por cá os menos bons e os melhores vão nos deixando. As religiões curiosamente, sempre estiveram atentas a esse facto, razão pela qual, oferecem céus e infernos, aos mais ou melhor bem comportados aqui por baixo. Mas não deixa de ser uma "tábua de salvação" que natural e obviamente não agrada a todos, mas que não deixa de ser curiosa e ter até sentido: viver para eterna a para  sempre, talvez sem doença.
Áí não se intrometem as forças duvidosas e  exógenas da sorte, do ter ou do não ter, do bem ou do mal, do bem ou do mal  nascido.

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Morte fim da Vida? Ou Principio de Vida ou Mistério na busca do Desconhecido? Ou algo aberrante, enquanto ela existe?

Questionar todos e tudo, foi sempre o meu lema e a minha humilde tarefa através do tempo, daquela viagem difícil e sinuosa, a quem chamaram VIDA.
E quanto mais me aproximo da centúria, e quanto mais o desgaste do tempo, vai fazendo paulatinamente o seu "trabalho", mais dúvidas e mais incoerências, vão enchendo o meu alforge sempre pronto a  interrogar os "porquês" e as "finalidades", que vão surgindo desse poço incontornável, gerador de verdades e mentiras, que é o espaço que habitamos a Terra que logo poderá ser o Universo.
E vejo e sinto a vida, tal como ela é, algo maravilhoso,  mágico, etéreo,  grandioso e maravilhoso, mais no seu surgir, como no seu trajecto, mas desiludinddo  no seu devir e na sua finalidade.
E olho o homem, alguém que foi fugindo à natureza, adulterando-a em determinadas situações, acumulando e quinhoando, lucros e prejuízos em proveito  próprio  e prejuízo dela, não lhe dispensando ou regateando um agradecimento, um louvor ou sequer uma referência, vivendo na orla de uma mágoa permanente, uma espécie de espada apontada ao fim do dia,  de todos e de tudo: a morte.
Algo que dizem ser natural, mas que eu entendo brutal.
Vida sim, é o meu lema.  Morte? Nunca!
Meu último livro "Sinais de Infinito" (algo que devias ler e que talvez seja mesmo o último), fala da Vida e fala da Morte. Fala de alguém (afinal o seu autor "encapotado"), que consegue descobrir remédio para a morte, aumentando a vida.
É apenas sonho e nada mais, mas poderá não ser...
Mas tudo isto leva-nos a meditar se a Vida não será uma Magia? E a morte uma libertação?
Ou se pelo contrário: a morte uma desilusão?
Ou a vida, uma "mentira?



segunda-feira, 27 de novembro de 2017

O MISTÉRIO

Diz-se que Agostinho, alguém que a igreja entendeu mandar canonizar e "promover" a santo, afinal  o seu grande e  maior pensador, terá certa vez, junto a uma praia deserta, presenciado uma cena que lhe despertou alguma curiosidade, se não mesmo, intrigado: era uma criança, que ia e vinha do mar, com enorme afã,  trazendo uma pequena vasilha  e depositando o seu conteúdo numa pequena cova, que na praia com carinho fizera.
Agostinho não se coibira, como homem inteligente, culto e conselheiro que era,  de lhe segredar:
- Então?   Se é encher a cova de água, isso o que desejas, nunca o irás  conseguir.
A criança bela e loira, de uma estranha formosura, interrompendo por instantes a sua tarefa, olhou-o demoradamente, olhos nos olhos, e apenas lhe disse:
- Estou fazendo, exactamente o que estás pensando.
Esta a forma encontrada e a resposta adequada, para muito do que nos rodeia, daquilo que no nosso histórico se vai passando, daquilo que encontramos no dia-a-dia, daquilo que  nos parece estranho, misterioso, injusto, até falho de sentido.
Aquilo, que por mais que  pensemos, meditemos, ou exigimos do nosso mais profundo e intimo   pensamento, não conseguimos desvendar ou sequer entender. Chamam-lhe genericamente  "mistério",  uma forma simplista de o assinalar, afinal uma palavra que no léxico normal, serve para rotular tudo aquilo que não entendemos, não alcançamos, não conseguimos nem encontramos forma de decifrar e muito menos solucionar.
E os mistérios tomam "nuances", revestem-se de princípios e até cobrem-se de rótulos. Há os "santos mistérios", os quiçá mais "credíveis" e até famosos. E há os outros.
Todos deixando muitas dúvidas. Uns porque não têm cobertura cientifica. Outros produto de milhares de gerações, vividas na ignorância, na intimidação e no medo. Algumas, porque não são possíveis de abordar, admitindo até, que a mente humana é incapaz de o conseguir.
Estará nesse substrato, a origem da vida e "utilidade" da morte, a última a revelar-se um contrassenso, ou uma "estimável" aberração.
Viver para sempre ou até que necessário, útil, ou comummente desejável, deveria ser o trajeto  comum e ideal da VIDA. O contrário é, em minha opinião, uma falência e um erro. Morrer, é, embora da Vida fazendo parte, é a grande falência para a maior magia que a Natureza alguma vez criou. Uma falência apenas substituída por outra - a memória-, esta mais efémera que agudiza ainda mais a necessidade de a reavivar, mas que não substitui a de reviver.
Uma necessidade dolorosa, porque também ela inerte e morta.
E o grande mistério continua sendo, porque se vive e pior ainda, porque se morre.







domingo, 19 de novembro de 2017

O ÚLTIMO SORRISO

Toda a vida (e a vida toda), rabisquei, para jornais, livros, até revistas, ideias e pensamentos.
Escrevi e rabisquei em tudo e de tudo,  naquilo em que se podia escrever ou  "borrar" de tinta.
Falei e escrevi, (bem e mal), das pessoas e das coisas, em tempos  difíceis e  ocasiões menos "oportunas", que me tornaram a caminhada algumas vezes, mais íngreme e menos suave e atraente.
Tentei por esse facto,  perceber e entender melhor  a vida (a minha e a dos outros), aproveitando ou rejeitando, aquilo que ela  e eles, podiam oferecer  de bom ou de  "menos mau", um lema que cultivo,  sigo e sempre segui, aquele, em  que há sempre algo  aproveitável, em cada um que a este mundo vem ou é "atirado", mesmo que seja por obrigação ou "engano".
 Fui  até declarado algumas vezes, uma espécie de "marginal" e  um solitário avulso, mas nunca, nem me senti só, nem sequer marginalizado, bem pelo contrário, sempre integrado na comunidade, embora criticando-a por dentro, quando necessário, sugerindo e apresentando caminhos e soluções, e mais do que tudo, fui um homem feliz, que fez e disse o que quis, por vezes até o que  pôde ou aquilo que, advertida ou inadvertidamente deixaram.
Uma vida inteira "cheia" e simultaneamente "vazia", em que as esperanças, eventualmente falharam, mas nunca faltaram.
Mas, foi  ao surgirem  apenas dezassete anos para a centúria, que esbarrei, no maior, mais cruel, e mais difícil, escolho  minha vida: a doença e  morte da companheira, da mulher e esposa, confidente e amiga,  Maria Antonieta de seu nome. E isto, porque  foi ela provavelmente a pessoa que mais amei na vida. Que mais respeito me incutiu. Que mais me ajudou. Que me tornou a própria vida, um sonho bom.    Que nunca me exigiu nada e que  me deu tudo.
E foi numa vulgar mas  fatídica madrugada, de uma sexta feira dia 8 de Setembro de 2017, pouco faltando para a seis  da madrugada, que me chamaram do Hospital da Horta, a dizer que a noite correra mal para ela e  se  desejava vê-la...
Cheguei alguns minutos depois.
Abriu então os olhos, tão belos como os conheci 60  anos antes na primeira vez, olhou-me demoradamente num sorriso, como que a confirmar todo o nosso sonho de amor, e assim se ficou naquele sorriso que tanto havíamos partilhado  vida fora, desta vez, num sorriso para sempre.
E eu deixei de sorrir...também para sempre


.







quinta-feira, 19 de outubro de 2017

O Massacre da Comunicação Social

O "massacre" da comunicação social, em tudo o que seja notícia, é uma realidade  comum neste país. Toda ela, anda em roda viva, à espera que aconteça. Que surja a tropelia, o incêndio, o acidente,o sismo, a calamidade, a graça e a desgraça. E levam dias seguidos até que surja outra  " agitação", e até que aquela  morra, e outra "tropelia" surja no horizonte Alimenta-se do caso, da ocasião, do acontecimento, do que correu menos mal ou menos bem, (em seu entender) por vezes até com contornos, que cheiram a política. Vive à sombra da graça e da desgraça. Tudo em nome da informação, da liberdade, (por vezes retirando-a,  a seu jeito), querendo por vezes impor a sua visão e a sua opinião.
O resultado é "surpreendente": cansa as pessoas; satura-as; Faz com que fiquem fartas e cheias, da própria notícia, da própria realidade, afinal  um mau serviço à sociedade.
Sempre fui alguém muito ligado à escrita, aos jornais. E por isso mesmo, é com mágoa, que toco neste assunto. Há excesso de "má" informação, na nossa comunicação, isto para não dizer, que muita dela, anda a reboque da política, do grupo, ou do sistema.
E a comunicação não pode nem deve ser isto.
Há pouco, ouvi esta "coisa", incrível dita na TV, por um  sinistrado dos fogos, que arrasam e desgraçam este país: Deixem por favor, de estar permanentemente a  "falar"ou a "exaltar", os acontecimentos com os fogos florestais. E eu acrescento, principalmente por parte da classe politica.
É que, dizia o tal sinistrado, "já não se pode ouvir..."

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

UM PAÍS DE FOGO E MORTE

Cada vez mais me apercebo e entendo,  que a política é um misto de "sisuda" e às vezes "nefasta palhaçada", com contornos "maquiavélicos", e em que os seus protagonistas, vão dando "uma no cravo", outra na ferradura, tentando de qualquer jeito e maneira, alcançar o poder.
Assim é. Arranjam-se nomes; tiram-se conclusões; subvertem-se razões; queimam-se pessoas;
conotam-se situações; esquecem-se históricos, fala-se de responsabilidades, esquecendo o passado.
A incoerência e ás vezes a própria razão, são postas em causa, com uma ligeireza que causa assombro, até medo.
Será que o poder é assim uma "coisa" tão boa e tão má ao mesmo tempo?  Porquê?
Veja-se por exemplo, o caso presente. Todos sabemos que o país está a atravessar um período, (em termos de destruição e incêndios), um dos piores dos últimos tempos (decénios) da sua história mais recente.
De quem é a culpa? Do governo actual?
Qual governo? Este? E os anteriores?
Isto de incêndios, é algo que sempre conheci, e para os cem, já nem me faltam muitos.
E a culpa, não será de quem não limpa matas, de quem lhes larga fogo, de quem ganha dinheiro (e muito), à conta disto? Dos que corporizam esta palhaçada, que não faz muito, lá estavam à frente de outros governos, com a agravante, de nos irem chupando dinheiro, enquanto que este vai tentando inverter esta situação e fazer alguma coisa de positivo?
E o Povo não tem a sua quota de culpabilidade, ao fazer queimadas por tudo e por nada e em tudo o que é sitio? Ao atear fogo por todos os lados? (Só com um polícia e um bombeiro em cada árvore)
Tadinhos! Não sabem que o fogo queima, mata,   destrói? Que torna a vida um inferno a tudo e a todos? Que mata pessoas, animais,  e  o que mexe e remexe, até aquilo que não mexe, nem remexe.
Tudo isto é uma tristíssima situação, acompanhada de outra:  uma tristíssima palhaçada política.
Que as pessoas percebam: fogo, nunca mais. Que se investigue quem ganha  com isto, e se ajude sem limites, quem perde ou perdeu.
Quem ganha, o que ganha, e a intenção com que larga esse fogo?
E queira-se ou não, a solução, passa pela prevenção, pela educação, pela fiscalização.
E depois, pela coação, dura,
rigorosa.

domingo, 15 de outubro de 2017

JULGAR SEM SER JULGADO

O que se passa neste país, (sem querer enaltecer ou minimizar a sua eficácia e/ou o seu alcance, refiro-me obviamente  à justiça), dá no mínimo para reflectir.
E mesmo sem querer  apontar nomes ou pessoas, vejo que nem sempre (ou mesmo raramente) há consonância nas decisões ou nas conclusões de opinião, (o que pode ser positivo ou pelo contrário), quanto a muito do que se passa e pior do que isso: há uma espécie de "deficit" democrático, em relação à opinião colectiva, de muito do que vai acontecendo,  isto quando se tenta entender aquilo  que se chama justiça, (naturalmente a dos homens, já que a outra é mais complicada, mas também ela a merecer um apontamento), já que  nem sempre nos "agrada" de todo.
E sem querer citar pessoas ou nomes, como atrás referi,  dou o exemplo de Isaltino Morais, que depois de passar pela cadeia alguns anos, continuou a manter a confiança do seu eleitorado, como político e como homem, isto a querer dizer, que é alguém   mais "válido" do que a maioria dos portugueses que o criticaram e rodeiam
Tudo isto vem a respeito do ex primeiro ministro, José Sócrates.
Pode eventualmente não se gostar do seu estilo (a sua desgraça), mas, em minha opinião,  foi um bom estadista, e um bom parlamentar,  homem de palavra certa, na altura certa, sem titubeações, sem medos e receios,  aquele  homem que depois do 25 de Abril congregou mais poder e mais força e até mais simpatia popular, e que desafiou tudo e todos e que foi, apesar do terrível período em que governou e pelas imensas afrontas que passou, (crises internacionais nunca dantes vistas e  ocorridas, uma campanha feroz da oposição, por vezes a rondar o desonesto) principalmente a financeira e a partir dos Estados Unidos,  uma oposição impiedosa e cerrada, tentando o alcance do poder, de uma direita que acabou por desarticular todo o equilíbrio do país, em termos organizativos, quer de sistema económico, quer de sua própria  riqueza autóctone. Veja-se o caso das privatizações.Até os CTT COM MUITAS CENTENAS DE ANOS DE "BOM", AO SERVIÇO DO ESTADO, e que sempre deu lucros fabulosos, não escapou à gula das privatizações
Sócrates, foi em minha opinião, o homem  que desafiou  o "indesafiável":
À justiça, cortou-lhes os privilégios; ao Alberto João da Madeira, os orçamentos regionais que eram iguais (um arquipélago com duas ilhas - a Madeira, recebia o mesmo do que um outro, com nove - os Açores-, algo que se intrometia pelos olhos dentro, mas que nunca ninguém deu por isso). A própria Ferreira Leite aventou a hipótese de fazer coligação com o PS, mas com a única condição, de não incluir o José Sócrates.
Afinal, e melhor pensando,  tudo uma questão de birra e de estilo. Daí fazerem tudo e mais alguma coisa, para o deitar abaixo.Os políticos e a comunicação social temiam-no. Era alguém que tinha de ir abaixo. E assim foi.
E essa perseguição continuou e continua.
Em minha opinião, o Sócrates foi um "senhor" da política contemporânea, quer se goste ou não dele. Homem sem medo, que  defendeu  princípios: era totalmente contra as privatizações. Não sei como vêm com esta, de que estava (feito) com os empresários e banqueiros. Ele próprio tentou salvaguardar  a PT, com a chamada "golden share", algo que no governo seguinte, foi logo e apressadamente eliminado. É uma história mal contada.
Em resumo. Sócrates, nas super  difíceis condições que governou, foi um bom Primeiro Ministro, um grande parlamentar, um desafiador nato da comunicação social, que o odiava e  temia, (e em que  "se privilegia"  o sensacionalismo e até em alguma, a mentira), já que não teve nunca, nem jornalistas, nem comentadores  à sua altura, e isto ganhou-lhe ódios que acabaram por conseguir o seu desiderato: queimá-lo vivo e destruí-lo, o que, e melhor pensando,  não acredito de todo.
Tudo isto está a tornar-se demasiado estranho. Demasiado politizado para o meu gosto.
E a destruição de uma, duas, ou um  milhar de pessoas em  em hasta publica, não me agrada, nem nunca me agradou. E a "raivinha" ou a "dentadinha", mesmo quando subtil, também não.
Vamos aos factos. O homem já apanhou, (e isto em democracia), um ano de cadeia sem culpa formada. Já lá vão quatro anos de inferno e ainda nem se sabe muito bem o que aconteceu e o que vai acontecer. Só se sabe que o homem foi trucidado.
A justiça é ou deve ser cega? Mas para o bem e não para  o contrário.
Vamos fazer um julgamento honesto,  sem folclore.
Antes de mais. Vamos lá saber, a quem faltou o dinheiro, se alguém se queixou, e se ele o roubou? Só ou acompanhado?
E mais. Se é o único, neste Portugal afonsino, a cometer falcatruas?

















domingo, 24 de setembro de 2017

Hoje terei passado por um dos mais tristes momentos da minha vida.
Tentei encontrar  conforto naquilo que há muito não conseguia  - na celebração de uma eucaristia (missa),  na igreja das Angústias, igreja que minha saudosa mulher, frequentava assiduamente.
Foi-me impedido durante três anos, de o fazer, dada a incapacidade a que chegara: era uma crente e uma praticante rigorosa.
Uma tristeza e uma saudade imensa, invadiram-me   a alma,  ao recordar os  57 anos que separavam o que naquele altar acontecera: o nosso casamento.Tal como agora e à mesma hora,  num domingo 24 de Setembro mas de 1961, eu e ela ali estávamos, provávelmente no dia mais feliz das nossas vidas.
E  recordei o velhinho Mons. Medeiros, que Deus já lá tem, na sua melodiosa prédica de aconselhamento e união. E recordei a voz do orgão, "tangido" pelas mãos hábeis  do prof. Barreiros, numa aleluia de Gounot. E recordei  os amigos. Os acompanhantes e que eram muitos. Todo o séquito, os pais da noiva felizes tal como ela. E rebobinei  toda a alegre magia daquele acto,  todo o alcance infindo daquele  sonho, todo  todo o seu doce simbolismo.
E uma tristeza imensa  invadiu-me ainda mais. Apenas quinze dias antes,  ainda estava viva. E agora já não estava. Partira para não mais voltar. Para não mais se recordar da felicidade daquele e de outros momentos que aconteceram ao longo da nossa vida
E olhei em redor e enconteri-me desamparado, triste e só. Tinha deixado tudo por ela e ela fugira para tão longe e para sempre.
Queria vê-la. Mas não consegui.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

ABANDONADOS OS DOENTES DE PARKINSON? QUE FAZER?

Os últinos vinte anos da minha vida,  foram passados ao lado de minha mulher, (a mulher da minha vida), portadora de um doença neurológhica, a chamada Doença ou Sídrome  de Parkinson.
Não vou dizer o que é, ou o que foi essa experiência, porque não iriam acreditar. Eu próprio o diria, se mo perguntassem. Quedas diárias, algumas bastante graves; não dormir durante longas noites e durante anos, ter de "ajeitar"  corpo,   lençóis e  cobertores, ou mudá-los simplesmente. Não comer ou comer aos sobressaltos.  Vestir, despir, colocar na cama, mudar fraldas. Dar banho, hidratar continuamente tudo o que se revestisse de pele.  Pôr as refeições na boca (enquanto é ou foi possível),   e por fim, nem a boca se abre do doente para as receber. Ter de acudir às "necessidades" primárias. Ter de interromper o banho, para socorrer o doente que ameça estatelar-se no chão, quando se suponha já estar já dormindo. Superar a imensa dificuldade em administar medicamentos, (uma panóplia, que vai     de carbidopa, a levadopa, passando por amandatina e um outro sem número de  drogas, altamente tóxicas e nocivas para os orgãos, rins, fígado, etc.) que vão  aumentando à medida  que a degeneração avança (a doença de Parkinson é uma doença degenarativa). A despersonalização e o desinteresse pelo ambiente que   rodeia o doente,  vai tomando conta do cérebro e surge a demência, e o sofrimento constante, os gemidos, a dor  lancinante e constante, proveniente dos inúmeros  acidentes (pernas partidas, depois paralisadas,  escoriações e contusões, etc). As noites são longas e sem fim, e a agitação, sobretudo de pernas e  corpo, dão um desgaste impossível de descrever.A par de tudo isso, o epítete de doença incurável e  degenarativa, vai minando negativamente todos os que rodeiam   o doente e ele próprio.
Existem apenas"paliativos , que são administrados com  a  regularidade  possível (chegam a ser tomados de  hora a hora em doses reduzidas) mas ao fim de um tempo, deixam de responder ou seja, deixam de fazer qualquer efeito.
A incapacidade, torna-se total sobretudo quando existe o chamado estado (OFF). Sabe-se que vive apenas , porque respira.
A medicina não consegue, nem entender, nem responder. O pessoal de saúde, enfermeiros sobretudo,  até médicos da própria especialidade, dão em"fugir", como o "diabo da cruz" e fazem pequenas crueldades como amarrar pulsos e braços, quando a "coisa" dá para o torto, já que a agitação pode eventualmente ser imensa. É uma forma cruel de "descalçar" a bota. Aí havia muito a falar...e a responsabilizar, até porque se trata de uma doença  em que o carinho e a compreensão, fazem parte da atenuação dos sintomas, única acção possível e concretizável
Tudo porque a área da saúde desconhece total e completamente a doença, mesmo nos dias que vão correndo.E o pior:  Muita ignorância, gera muita certeza. Ninguém consegue "entrar" nessa maldita doença. Lembra-nos a Lepra de outros tempos.Podemos mesmo dizer, que esta e o Alzheimer  é a Lepra dos dias vão correndo  e dos tempos mais modernos.
Por fim, há o reflexo dos milhares de comprimidos tomados no dia-a-dia: aaí,  falham os rins, o fígado, o coração, o estômago, os orgãos vitais. E morre-se finalmente depois de tanto sofrimento: às vezes, anos de sofrimento.
Entretando o longo percurso da dor, do desalento, vai sendo "rendilhado" de revolta, da visão das recordações do passado,  da interrogação de "morrer? Quando? E de outra: para quê viver...?
E ainda de outra: é uma doença rara?Ainda é, mas está deixando de ser. Pensa-se que daqui por vinte anos, não será. Hoje são vinte ou trinta  milhões, Dentro de dez ou vinte anos, triplicará.
Até lá, (pelo menos por estes lados, Açores em em Porugal, em que a saúde nessa área, não é levada muito  a sério),  vão-se abandonando os doentes de Parkinson, apenas (e de quando em vez) lançando-lhe o epítete de "coitado".
Há dinheiro para tanta coisa. Para dar, roubar e vender, e não há para isto?
É caso para perguntar, se as doenças crónicas, incapacitantes, que dão muito dinheiro, devem ser "acauteladas" para que não haja mais crise?
Aqui fica a pergunta
A realidade é que os doentes de Parkinson  estão abandonados ao seu terrível destino- morrer em dor e desalento, mal acompanhados, mal compreendidos, mal apoiados, sofrendo terrivelmente cada minuto que passa, sem quaisquer apoios e sem indicios ou prespectivas, quer de alivio dos sintomas, quer da cura almejada que não se divisa e chega
.
Esse desinteresse, e/ou essa falta  de compreensão,  essee fracasso e essa lacuna brutal por parte das instituições e entidades ligadas às plíticas da  saúde,  à própria mentalidade que se alcandorou nos próprios profissionais, deixam um sarro amargo vindo de outras eras, tempos em que a lepra, que quando detecatada punha o homo sapiens a fugir a toda a força.E mais, o ruir de toda uma ciência, que se chama medicina, que vai evoluindo mas muito pouco, com escolhos bem visíveis e evidentes



domingo, 20 de agosto de 2017

NA GÉNESE DO MISTÉRIO

O possível  (ou o provável) descendente do  "homo sapiens", mais concretamento, do ascendente do homem actual, animal eclético e "estranho", e pressupostamente melhor apetretechado no processo da evolução, deste  espaço   "apelidado" ou cognominado  Terra, desde que inicou a sua fase de aperfeiçoamento e  entendimento do meio,  que o rodeava, da vida activa a que foi submetido,  do seu fim (e finalidade), - a morte e a reprodução,-  para além de se ir adaptando às ciscunstâncias da Natureza que o rodeava no  dia-a-dia, foi criando e inventando, alternativas e "artimanhas" para estimular a sua própria luta de sobrevivência, simultâneo instinto/necessidade, deixando de fóra de forma enviesada sem apelo, aquilo que de momento  não entendia, algo que com o tempo foi  paulatinamente conquistando, sem que todavia o fizesse cabalmente. Daí   ter "nascido" ou surgido o "mistério", algo que se tornou diferente, inacessível, mas que passou a fazer parte do quotidiano, quando a, ou as explicações, não surgiarm atempadamente ou eram relegadas para reflexão, segundo plano, e/ou, não encontravam as respostas mais fidedignas  e dignas de crédito..
Daí o surgir  de religiões,  credos,  ritos e rituais, de remédios para o sem remédio.
Daí ao prometer Vida eterna, já  que ela,  a Vida é a grande e a maior conquista da própria vida, foi um passo.
Porque a  vida, toda ela, sendo algo indefinível, é algo magno, grandioso e maravilhoso. E o prometer dessa  Eternidade, é também algo docemente maravilhoso, corroborando o pensamento a que está subjacento.
E tudo, porque a morte, é a negação da própria vida, a sua grande e inconciliável adversária, algo inconcebível, incompreensivel,  fantasmagórico, o verdadeiro fim do milagre.
Vida e Morte, a génese  dos mistérios e cocomitantemente das religiões, ritos e seitas, tábuas quiméricas da salvação, lenitivos improváveis para o fim, para o desespero e para
a dor.


quarta-feira, 16 de agosto de 2017


Vender "graças" e des(graças). Esta a minha missão.
Será mesmo?
Estou a pensar na comunicação social, aquela que partilhei e colaborei a minha vida inteira.
Há pouco ouvia o "slogan" agora muito em uso":...Os hospitais devem, devem, devem, devem..."
Serviços que são altamente necessários, sobretudo do Estado,  levam o estatuto de "caloteiros",  maus pagadores, maus exemplos, mal geridos,  corruptos e corrompidos, uma "quinta desgraça" no meio de tanta
"seriedade", de tanta "honestidade", de tanta proefeciência. Dá mesmo  para rir. Isto quer dizer, que
são mesmo os privados os "bonzinhos"? Os banqueiros e os "banquinhos"? As empresas e os empresários?
Valha-nos Deus. Esses não enganam, não mentem.  Não devem.e nem roubam?
Não! Os hospitais é que são os "mauzões", "os públicos", porque tratam as chagas e as mazelas de quem nada tem.
Bolas! Onde já ouvi isso?
E a dita (cuja) comunicação social,  vai ajudando o lado errado.
Ou não vai?






segunda-feira, 7 de agosto de 2017

AS MAIS VALIAS

O ser humano, temos de considerar, foi um "elemento privilegado" no processo de evolução, conhecido como o  de Darwin, mas, não  necessariamente, o que mais dele beneficiou ou  se esforçou para que tal acontecesse. Daí que a convivência com a sua matriz-, a Natureza-, tenha-lhe "traído" e trazido alguns,  amargos de boca e muitos dissabores.
E não faltará tempo, para que "mais e melhor"  aconteça. É de supor até, que tudo volte à estaca "zero".
E isto, porque ele homem, com a sua  suposta "inteligência" sem limites,  mais  não tem feito, do que desestabalizar o que supostamente foi ou  era equilibrado.
Referimo-nos obviamente ao ambiente, causas e efeitos, algo que pode ser corrigido, para que a Vida, continue por aí, a dar afinal, um sinal da sua vida.
Isto até é possível.
O que continua sendo impossível, é sabermos o que viemos "AQUI"  fazer? O que é a morte, e para que serve?
Se a doença é mandada pelos deuses, para purificar erros, que podem até não ser, ou se é algo que poderia ou pode ser evitado?
Sem falar nas prioridades da sua existência, de ser e como ser, o homem é afinal (e não passa,) de um "comparsa" ínfimo da Vida, que não sabe onde está, e mais,  para onde e porque vai..
E a resposta é: mistério.
E assim nasceram os mistérios.

Por essa e por outras razões,  o ser humano é pequeno, muito pequeno, e quanto ao seu valor e
saberes,  é: NADA!


quinta-feira, 29 de junho de 2017

IRRACIONALIDADE?

Irracionalidade? É isso mesmo,   que estamos a assistir: tentar politicamente, arranjar "bodes expiatórios", para que as "culpas não morram solteiras", frase muito a gosto dos políticos e  suas hostes, nos tempos que vão  correndo.
Mas aí está o problema: é que neste caso particular e brutal  do incêndio de Pedrogão Grande, dada a sua dimensão,  condições naturais específicas, tudo ou quase falhou, como as próprias telecomunicações, e as comunicações em geral, e falharam e falham, e vão falhar, se não houver uma prevenção de facto, aturada e consistente, já que, e isto sabe quem durante toda a sua vida andou ligado a essas "ninharias" das telecomunicações,  agora menos "insípidas", por via  dos satélites, mas que continuam a não ter garantia total, nem são cem por cento  fidedignas. Há zonas mortas, temperaturas excessivas, zonas de sombra, condições oro-gráficas, montes e vales e o que mais a natureza e a mão humana, foram derramando  a seu bel prazer. Culpas todos as têm; o que não limpa as suas matas. O que deixa até ao último pedaço de terra, para aproveitar e colocar lá uma árvore. O que não fiscaliza e faz vista grossa à coima. O que larga uma "isca", inconsciente ou conscientemente, a mando de mão criminosa e cria destas tragédias, que se vão repetindo todos os anos pelos  Verões, há muitos  e muitos anos a esta parte
Esta, a primeira questão.
A segunda, prende-se com as chamadas privatizações do tal organismo (SIRESP)  que superintende no sector publico-privado, das ditas telecomunicações.
Note-se que a "essência" do privado, concomitantemente das parcerias publico-privadas, é o lucro e no privado tudo funciona dessa maneira. Se dá ou há lucro: atende-se. Se não dá ou não há prespetiva de o conseguir, que  vá "pentear macacos".
E logo se configura, esse reles principio afinal de desigualdade: as cidades maiores, (como Lisboa, Porto, Coimbra, etc, até Ponta Delgada, empresas com nomes sonantes, como Medis, Medicare,e outras, na área saúde, por exemplo, exibem serviços diferenciados para fazer jus ao que pagam mensalmente os seus beneficiários e justificar o nome.  
Os outros, como nós, e em outros locais mais pechinchinhos, pagam e  de nada beneficiam, Até escandalosamente, pagam sobretaxa para ter médico e enfermeiro ao domicilio,   e nem sequer há um domicilio ou a referência de um médico, para  lá se ir aviar um receituário.
E a pergunta é esta: será isso legal?
Depois fala-se de, solidariedade.
Solidariedade de quem e de quê?
Solidariedade da periferia para o Centro? Ou dos mais  pobres, para os  mais aquecidos e   privilegiados?


terça-feira, 27 de junho de 2017

A "CANALHICE", a sedução do nosso tempo

Sem querer esconder uma pitada de humor "negro", já se vê, digo, que não foi a grande  "gesta" dos descobrimentos, nem sequer a sua  longa e multifacetada história,  geradora de uma cultura apreciável e "sui generis" , a  grande obra de Portugal e a que os portugueses criaram
A sua monumental  obra, foi, de facto, a sua própria  língua.
Nascida na base da  errância, e no descobrir e dar, "novos mundos ao mundo", foi-se enriquecendo e valorizando, tornando-se num "alforge" grandioso e imenso, de ideias e sentimentos, como poucos.
E entre o imenso léxico, que  a comporta, escolhi (por acaso), um vocábulo, pouco ou raramente utilizado, mas que neste século estará na eminência e na evidência de  o ser, direi mesmo, diária e repetidamente.
E o vocábulo é : "a canalhice".
"Acanalhar", um verbo mal aconselhado por ser rude, mas muito forte e real, que significa  usar  todos   os meios,   manhas e fórmulas, para denegrir, apoucar, prejudicar, desferir golpes, "sentenciar", "assaltar" ou "tomar de assalto", até  mesmo caluniar.
E é vê-lo galhardamente, a passear de braço dado com a política, o partidarismo e a partidarite, o futebol e os futebóis e outras "fulgurâncias", que a sociedade actual vai gerando e gerindo.
A necessidade ou a crueldade, de fazer rolar cabeças, sem razão que justifique, de dizer "não" quando se aconselhava  dizer "sim", de apelar à consciência, quando ela, nem sequer existe, de vender mentiras ou meias verdades, a troco de ganhos injustos.
É altura pois de dizer : basta! Vamos ser sérios!





segunda-feira, 19 de junho de 2017

A NOTÌCIA

O outro dia, um rapaz amigo, (rapaz não,  homem, homem também não, velho  e amigo),  deu-me a noticia, que nem era já notícia;
-Sabes quem faleceu?
- Não, disse-lhe. Se calhar,  vou adivinhar. O José?
- Qual  José que estás pensando?
Fiquei a deambular pelo escuro: Josés há tantos de facto...
Ele logo se antecipou.
- É pá: O José Silva.
A confusão continuou, surda, muda, redonda,  "matreira", e o resultado foi mais um naco de silêncio: foi alguém, logo pensei, que nos deixou. Que desapareceu , sem deixar rasto. Que sofreu, que andou por aí. Que chegou "cá", tal como eu,  " nu, descalço e  pontapé no cu... (perdoem lá a rudeza, mas às vezes é "preciso"...
E comecei a pensar no que é e como se comporta "tudo isto", e sobretudo como funciona. Ou se funciona?
E recordei o Fernando Pessoa, que só agora é recordado, talvez por um rebate de consciência, por ter dito "algumas verdades, mesmo que confusas para muitos," naquele tempo", em que também ele, era  "pequenino", como  tanto ele gostava, e "gozava"  dizer, "eles mandam no mundo, e nós somos o mundo", ele que era um humilde "empregadote" de escritório, na rua dos Douradores, terceiro andar, com um Patrão, alegre e rubicundo, sabido e oportuno, vivendo o negócio dos números e dos lucros, por fora e por dentro.
E que olhava  os seus pares, como vitimas da própria vida ou da sua inteligência ou falta dela.
E recordei quem poderia ser ou ter sido, o tal José. Ou o tal Silva.
Os  Josés e/ou os Silvas, qual a  "sina",  que lhes coubera em sorte?
E olhei o mundo mais ao perto. A tal Rua dos Douradores, dos Mercadores,  dos Sofredores. dos Mártires da Pátria ou dos  Mártires, sem ela.
E pensei: Também fui "empregadote" de escritório, numa Rua parecida, mas sem douradores. Cruzei  dias e noites, com gente em busca de nadas, na esperança do nadas.
Gente afinal que nasceu morta, e morreu viva,  aguardando a gentileza ou alguma deferência ou até  compreensão, numa hora sem data e sem fim,  como esta.
E que morreu, sem que isso acontecesse
Ou, como no caso do Pessoa,  retalhos "loucos" que nos deixou de prosa, que  chegaram e ficaram, que deixaram  memória saudosa, não de felicidade, mas  tristeza, o que afinal nos deixou bem claro, que o homem,  qualquer homem, não é assim tão pequeno, como é suposto, mais ainda quando tem a ombridade de se achar como tal, isto é, pequeno,  porque é aí que ele se engrandece,   enrobustece e até cresce.
E a palavra certa, é humildade, afinal toda a pedra e toda a lava de que somos feitos, não mais do que isso:
barro e calhau rolado.

ACONTECEU

Num momento de passagem pela vida, aconteceu.
E o aconteceu, é a tragédia, é a morte, com todo o seu "coro" de tristezas, dúvidas e desilusão.
Estou a pensar no incêndio, sinistro e   brutal, que assolou a parte norte do país, para os lados de Pedrógão Grande, um local pobre, de gente a quem fora consignada a "missão", nobre ou triste, de viver. Viver de forma simples, com muito suor e dor à mistura. Desta vez foi a própria Natureza lhe , aquela mesma que lhes deu a magia da Vida, a retirar-lhes barbara e avaramente de uma assentada reduzindo-a a pó,: árvores, calor, trovoadas, secas.
A isso, chama-se desgraça.
E as desgraças acontecem, de forma por vezes inesperadas e truculentas, até aos mais felizes, novos e saudáveis.
Dá que pensar. E muito.
Falar em resignação, é difícil. Falar em tristeza, também. Mas é a realidade.
Junto a minha tristeza, a todos os que perderam os seus amados familiares, amigos, e
conhecidos.





terça-feira, 13 de junho de 2017

Direita e Esquerda: VOLVER!!
Dirão alguns. Isto é do tempo da "tropa", por onde andou o signatário alguns anos, a um tempo em que era obrigatório e até era a sério e nem fazia mal a ninguém. Outros dirão, esquerdas e direitas, são simplesmente iguais, politicamente. A classe política tem muito em comum, é uma verdade, mas isto de direitas e de esquerdas, não é bem assim.
E para não roubar tempo, a quem tem muito que fazer (o que é isso?),  ou dele precisa, apresento um exemplo "simplérrimo" para não dizer "simplório":
Neste momento "contesta-se" uma nomeação para a TAP, mais concretamente a nomeação de um seu Director. Trata-se de o homem que negociou (e se opôs), a que ela,  TAP, fosse inteira e  integralmente privatizada, como a "tal direita", tão ardentemente desejava.
Bem ou menos bem, foi conseguido 50-0/0 para o Estado, o que não sendo bom, não é mau de todo.
Pois é este o homem que a direita não quer.
Amigos! Tirem lá as suas conclusões, admitindo que a TAP durante largos anos foi bandeira deste "malfadado" país.
Afinal,  melhor, e mais seriamente pensando,  o que interessa, é a sensatez do caso.
E aí sim: há diferenças. E grandes.




sábado, 10 de junho de 2017

UM PAÍS DE AFECTOS E DE MEMÓRIAS

O Portugal em que nasci e me criei, (e vão já muitas décadas), mesmo pobre, amordaçado e triste, era e é, "alguém" que fazia, fez e faz esquecer algumas amarguras e agruras , para que o sentido de pátria e sobretudo, o país dos afectos e das memórias ( que continua sendo),  não  diminua, se altere ou esvaia.
Isto para dizer que Portugal, (os Açores incluídos, sem que isto seja desprimoroso para nada nem ninguém,  bem pelo contrario), é um país que honra e é honrado pelos seus, estejam onde estiverem.
E o Portugal a que me refiro, é sobretudo a sua língua e a sua história, algo que leva à reflexão, num país com dez milhões de habitantes,  um estreito espaço entre o grande  oceano, e a imbatível Espanha de outras eras.
E ser açoriano, é tudo isso de forma acrescida, no que se refere às amarguras e às agruras.


quarta-feira, 7 de junho de 2017

A ENTREVISTA

O Primeiro Ministro, António Costa, nesta entrevista `a SIC, não nos surpreendeu: mostrou-se, aliás como sempre,  um homem sensato, que conhece a política e tem a palavra certa, na altura certa.
É um homem inteligente, que sabe o que quer e para onde vai, contrariando algum ou alguns Primeiros Ministros que o antecederam. O mesmo se poderá dizer, do actual Presidente da República.
Algo que afinal, é bom para o país e para os portugueses.


segunda-feira, 5 de junho de 2017

ILHAS

A Ilha do Faial e  as   suas gentes,  em dia consagrado à Autonomia, à "festa" e à  "folia" do Espírito Santo, surge como algo agridoce   e  suave, às pequenas  contrariedades, que vão surgindo, no  dia-a-dia   do seu quotidiano. Até o Presidente da República, Marcelo , (uma feliz escolha do povo português),    sentiu ele próprio, na pele, aquilo que mais dificulta e "emperra", essa  consolidação, sobretudo aquela  que se deseja, isto é, que  se afirme como região, que é sobretudo devido, à descontinuidade geográfica, já que o avião em que seguia, não conseguiu aterrar no Aeroporto da Horta e teve de desviar-se para  o do Pico, em tempo útil, para que  o Presidente,  pudesse "apanhar a lancha",   celebrar o Grande Dia e também saborear, as  sopas do Espírito Santo, magníficas como sempre, estas a merecerem honras  Guiness, tal a sua profusão.
É isso. Quer se queira ou não, as   ilhas, são ilhas.  Ilhas rodeadas de mar por todos os lados, menos por um, que mesmo  com as mais valias e benesses da tecnologia actual e de todo o desenvolvimento tecnológico, continuam ilhas.
 Ilhas,  votadas ao "desencanto",  pela descontinuidade, pela geografia, pela natureza, pelo mar, pelas intempéries, pelas irregularidades meteorológicas, pelos sismos.
Claro que esses contratempos podem (e devem) ser vencidos ou no mínimo, atenuados, como no caso vertente, que com apenas mais alguns metros de pista de asfalto no aeroporto talvez se resolvesse. Outras, serão mais difíceis, quiçá impossíveis mesmo. Mas até  isto, não foi ainda encarado, apreciado ou  visto em pormenor,  
Uma Autonomia mais real,  racional e equilibrada, impõe-se. E não é por acaso, que a própria divisão administrativa, assaz muito antiga, está  a merecer  uma sacudidela, mas já assentava, nesse pressuposto, sobretudo dando realce à  proximidade, à distância, ou a ambas em conjunto.
Os Açores, e dentro dos Açores, a ilha do Faial  em particular, merece uma reflexão. A Horta era uma sede de Distrito, dos três,  que compunham a Região Açores,  Distritos Autónomos, a saber, Angra, Ponta Delgada e Horta.
Hoje apenas se contemplou  a Horta que é mono concelhia, com a sede da Assembleia Regional e um Secretaria Regional.
Já teve uma Secretaria dos Transportes e do Turismo e uma Direcção das Comunidades que lhe coube em sorte, mas isso foi "chão que deu uva".
 Mais do que  nunca, é uma terra toda ela virada para a emigração, pois não gera emprego e não fixa o que de melhor possui, a sua juventude, um "cadinho" humano, tendo como  destino a senda da saudade.
Foram-lhe retirando, palmo a palmo, e colocando tudo o que a Autonomia "achava por bem" noutras paragens, quiçá mais populosas, mais "desenvolvidas", mais apelativas ao voto,  não tão "debilitadas", porque  não tiveram o martírio das crises sísmicas tão acentuado e prolongado, um despovoamento que nunca mais se reequilibrou.
Hoje, é apenas  através do Facebook e  de outras redes sociais,    que  os seus autóctones, vão "matando"  saudades, e dedilhando-lhe" alguns, afectos  elogiosos,  e pouco mais.
Mas é pouco. Muito pouco...


quinta-feira, 1 de junho de 2017

A FEIRA DO LIVRO DEIXOU DE CÁ CHEGAR

Tempos houve em que a célebre "Feira do Livro", que se realiza todos os anos, sempre por esta altura, em Lisboa, tinha representação nossa, isto é, dos nossos livros ou seja dos livros dos nossos autores, dos nossos escritores, dos nossos poetas e refiro-me aos da Horta.
A própria Câmara se encarregava de o fazer,  para o bom nome da terra, da região, dos seus autóctones. Era uma forma de divulgar o que por cá se fazia em matéria de literatura, de escrita de livros e pensamento.Uma medida que ajudava a divulgar e a mostrar, que também e por aqui, havia Portugal, e havia (e há) escritores e
valores, e língua portuguesa (a única coisa bem feita, que os portugueses criaram, mais ainda do que a gesta dos descobrimentos), 
 e que há  quem perca suor e dinheiro, tentando enriquecer e valorizar a cultura destas terras,ainda tão distantes e tão tradicionalmente abandonadas.
Até isto acabou.
É caso para perguntar: PORQUÊ?

 












































































































































































































SERÁ POSSÍVEL?

Será possível que Donald Trump tenha sido ou seja, o homem escolhido por sufrágio, para dirigir a maior e mais bem apetrechada nação do mundo?
Violando tratados? Dizendo incoerências? Maltratando o bom senso? Gerando mesmo dúvidas, quanto à sua legal e correcta eleição?
É caso para perguntar: onde quer ele chegar? Onde quer levar o seu país?
E por último: o MUNDO?



quarta-feira, 31 de maio de 2017

DENÚNCIA PREMIADA?

Ser justiça ou fazer justiça,  é, e será por muitos e bons anos, uma tarefa imensa e uma  dificuldade enorme para o ser humano.
Mas essa justiça quando feita, deverá no seu mínimo, ser conseguida através de meios coerentes e minimamente democráticos.
A delação ou denúncia premiada, em termos populares, "bufice", é, em minha opinião, uma antítese à própria justiça.
Dar "regalo",  dar "gozo" ou dar  regalias ao pequeno "traidor", facilitando a vida ao "justiceiro", mesmo atropelando por vezes, defesas e defensores, para além de riscos imensos, é de uma incoerência política e humana enormes.
Que me perdoem lá, os defensores dessa tese.
Mas, em minha opinião, é tornar ainda mais "injusto", aquilo  que chamam justiça.

domingo, 21 de maio de 2017

UM "BASTA", MAIS "ENVOLVENTE"

Não sei se tenho o direito de  "rir", ou se  posso. Se devo dizer sim, não, ou  basta.
Vem tudo isto a respeito do muito  que passa, após o 25 de Abril, afinal, algo que  trazia já  "balanço", de   outros   tempos e eras, menos democratizados.
E a constatação é esta:
Os políticos continuam a ser os "alegres"  contemplados dos regimes, sejam eles, democráticos ou não, mesmo levando consigo,  epitáfios  pouco lisonjeiros. E é um ver "se te avias" com as "guloseimas", que vão usufruindo, além dos proventos das suas carreiras meteóricas, uns, antes ainda de  partirem para outras e novas  " vidas" lá muito longe,  outros, continuando no remanso inesgotável, que as situações vão oferendando em cada dia.
E o "rir", vem daí. Quem se segue? Quem vai ser?
  E as políticas, e seus mentores, dão voltas à mona?  Como,  vai ser com este? Um largo?  Praça?  "Medalha"? Estatueta em estanho? Bronze? Lata?  Numa ruela escondida? Num pátio "sem cantigas"?
E surgem os nomes e as personalidades. E surgem as perguntas e as interrogações também seguidas de comentários:
É pá!   Quem é este? E  aquele?  Que fez? Tem obra feita?
Ninguém sabe.
E vem a resposta: Foi político. É político. E isso basta. E o basta, devia ser mais "envolvente".
Só que não é...


E dá que pensar. Tudo muito politico, muito banal, muito desigual, muito superficial, muito...feio.
Não é apanágio das democracias, mas elas ajudam. E a liberdade é também isto.
Mas tem uma "coisa". Rir não está  proibido (por enquanto).


GRANDEZA, NA PEQUENEZ

Convém não esquecer, que nós homens, somos muito pequenos, em relação a "Isto" que nos rodeia. Por isso mesmo, opiniões e pensamentos, "como dizem os comentadores", valem o que valem. E é no limiar deste mesmo pensamento, que, e segundo recentes "acontecimentos", no caso religiosos, dá-nos para pensar.
Primeiro: a visita do Papa à Cova da iria. Sem discutir., origens, causas, factos e efeitos, e respeitando quem  entende, que a fé lhe é necessária e imprescindível, penso que qualquer humano deve reflectir a seu modo, este acontecimento, sobretudo o que o leva a acontecer.
O segundo: Trata-se das festas do Santo Cristo dos Milagres. E sem querer olvidar ou enfatizar a sua  longa história, devo dizer que sobremodo me impressiona essa manifestação de fé.  A própria imagem, com o seu semblante triste, embora recamada de jóias e de pedras preciosas, revela uma espécie de riqueza e uma memória, que impressiona sobretudo pelo seu semblante e o seu olhar, de
compaixão, sofrimento,  e dor, que nos leva a convocar, a uma espécie de reflexão, que bem vista e  observada, traz-nos sempre algo  novo, mas muito antigo, a perder-se nas profundezas do Tempo.
E que as religiões, no caso e  sobretudo do "lado Ocidental", deste pequeno espaço que se chama Terra,  o Cristianismo, que não demitindo réis nem cabeças coroadas ou dividindo mundos, tal como o fez no Tratado de Tordezilhas, é ainda uma força  altamente considerável e porque não,   também,  respeitável.

sexta-feira, 19 de maio de 2017

UM MUNDO A REPETIR-SE

A insatisfação ou a "saturação" de um mundo, quiçá  semi-louco e hostil, está a levar-nos, por um trilho "estranho",  a "regressar" e/ou  a repetir, atitudes e temas do passado.
Nessa linha,  estará, por exemplo, a heroicidade de ganharmos, pela vez primeira, um primeiro lugar, numa canção da euro visão. Uma temática e até um estilo, que fez gala há uns  anos atrás e que não dava para concursos "festivaleiros" como a eurovisão: amor, ternura, e outras "bem-aventuranças" que eram considerados lugares comuns, no dia a dia das gentes.
E isso, em alguns aspectos, quer na arte, quer na própria escrita e até na cultura, nem é mau de todo, porque afinal fizeram-se coisas boas no passado, que foram esquecidas e rotuladas de "deja vue",  "demode", etc., etc.
As opiniões mudam  e os gostos também, e mudam como o vento, mas o bom permanece eterno, e  "irrevogável"
, não tanto como aconteceu com certo político da nossa praça.
E é bom que assim seja. A mudança é precisa, mas sempre para melhor ou para melhorar, não o contrário.
É o que penso.
E fazer comentários, de que isto e aquilo, é o "melhor" ou o "maior", é preciso ter cuidado, até mesmo em futebol, afinal outra loucura do nosso bemfazejo e abençoado tempo.





segunda-feira, 15 de maio de 2017

Tal como minha santa mae dizia: velhos, sao os trapos

Cada vez mais e mais, dificultam a vida aos velhos; "eufemisticamente" falando, aos "seniores".
Um vê se te avias, meus caros: de governos, governantes e governadores. Em tudo o que mexe, remexe e manda. Nas  apólices dos seguros,  nas cartas de condução etc., etc., etc. quando, até na condução, provado está, que o maior e mais significativo número de acidentes, acontece entre os mais jovens. Isto para dizer, que os "velhos" são tratados como "coisas", lixo, ou abaixo disso.
Olhando bem a história, e olhando o passado, eram os mais velhos, considerados os mais sábios: Os arcontes,  anciãos das velhas, Grécia e Roma.
Isto para dizer, que o respeito acabou, pelo tempo, pela experiência e pela sabedoria que  ele ele inspirava.
A seguir só falta mesmo a "injeçãozinha da ordem", a chamada  "eutanásia da bicheza",  aquela que faziam alguns "lúdicos", amantes da  natureza e da "coisa com vida", ( e que ainda continuam), aos canídeos e gatídeos abandonados e apanhados, na rede da desgraça.
Ora digam-me o que é isto?



UMA "INESPERADA ONDA DE ALEGRIA... TALVEZ  RODEADA "AINDA" DE TRISTEZA, SE INICIOU.
A visita do Papa Francisco,  o Festival da Canção, (conquistado por um "herói"), o crescimento  económico,  (algo que não acontecia há uns anos), o governo "positivo" de António Costa, a Presidência do país  de Marcelo Rebelo de Sousa, os índices da economia, jamais  alcançados depois do 25 de Abril, são sinais evidentes, de que uma certa alegria,  se iniciou, neste pequeno "rincão florido" à beira mar plantado, todo ele chamado Portugal.
Tudo isto, é algo que o povo português já há uns tempos vem merecendo.
Mas a teimosia de alguns e porque não, a estupidez de outros, foi protelando.
Primeiro, a política, a demagogia, o aqui "mando eu", e mais algumas diatribes rodeadas de floreados políticos, afinal que nem são apanágio deste ou daquele governo, mas de um século que se iniciou sob a égide da incerteza e porque não (?), da loucura,  e que vem castigando a raça humana.
É caso para dizer: vamos ajudar para que se consiga sair desta fossa que nos metemos,
ou melhor, que nos meteram?
Vamos a isso!






terça-feira, 2 de maio de 2017

A ARROGANCIA, A INDELICADAZA, O DERESPEITO, A GROSSERIA E A FALTA DE VERGONHA

A arrogância, mais do que uma atitude individual e colectiva, alias reprovável, eh para alguns,  uma forma de estar na vida, de pensar e de sentir, que remonta a velhos tempos do anterior regime. Com mais de quarenta anos de democracia em Portugal, pensávamos, que, com o "beneplácito" dos ideais democráticos, ela se extinguisse ou pelo menos fosse banida ou compelida a diminuir. Nada mais errado. Cresceu a olhos vistos. E eh ve-la de todos os ângulos e por todos os lados. Desde as mais altas magistraturas, ao mais sisudo e humilde  manga de alpaca.
 A pseudo-importância, ou um poder mal assumido, gera essa confusao e essa gente, sequiosa de parecer ou querer ser grande. E ela arrogância, nao vem sozinha, traz consigo companheiros e companhias, que sao a indelicadeza, o desrespeito, a grosseria, e a falta de vergonha.



quinta-feira, 27 de abril de 2017

O "laicismo" e a vinda do Papa a Portugal

Neste Portugal  "democrático", onde de tudo há um pouco, vão surgindo novidades, em cada dia que passa.
Agora o assunto   em destaque e que aquece  ânimos, não será  propriamente esta memorável visita   do Papa Francisco, ou a canonização dos pastorinhos, embora essa esteja "resguardada" pela comunicação dita social, para mais tarde. Não! Trata-se precisa e talvez ridiculamente apenas de uma "dispensa de ponto" no dia em que ele, o Papa, nos visita. Socorrem-se, os políticos mais "farfalhudos" ou "esquerdizantes" para não dizer fanáticos,  de que Portugal, sendo um pais seguidor do laicismo, e o governo não pode "transigir" nesta matéria, como se o laicismo fosse assim tão dominador nas decisões de um governo, ele próprio laico e socialista, mas, ao fim e ao cabo, demonstrando  bom senso, em  bem receber, e até seguindo uma antiga tradição que tem sido a de proceder desta forma anteriormente com outros sucessores de Pedro.
Os exageros e os radicalismos são maus conselheiros em tudo, até na politica.
O único "senão" que se poderia apontar, é o facto de ser apenas atribuído à função publica e nada mais. Mas isto, nem sequer é da exclusiva competência do governo. Uma dispensa de ponto, é da iniciativa da própria entidade patronal.
Mas o mais interessante e até curioso, é que o  Papa que escolheu e bem, o nome de Francisco merece-o.
O próprio Presidente da Republica já o afirmou: tem sido este o procedimento com outros papas que nos visitaram.
Porque não  com este, que afinal, e se é  diferente, é para para melhor.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Fragilidade e pequenez, tudo o que nós somos

O "ser humano", sem ter de  recorrer ao que, chamarei de  "simpático estratagema",  de engendrar heterónimos, (outras personalidades e vidas, que eventualmente poderão ser a sua própria, o caso mais elucidativo, o de Fernando Pessoa),  deveria antes, poder, sem  ter,  por trás, a magia da criação, viver na realidade mais  vidas, ou melhor,  mais Vida. Porque ela, a Vida, é demasiado curta em Tempo, mágica e bela, para ter o fim a que lhe destinam, porque  esvai-se tão depressa, sobretudo quando no trilhar dela própria, se atinge algum tempo e a mínima consciência do que somos, do que viemos aqui fazer, do que nos separa de outras vidas, sistemas, forças e grandezas. Esta mesma consciência que nos leva a pensar e a sentir, que somos afinal tão pequenos, inseguros, frágeis, limitados, para entender isso mesmo ou seja, o que somos e para onde vamos ou queremos ir realmente.
Esta vida, que não é obra de forças cegas ou de  acasos inseguros, que tudo justificam e de nada  nos elucidam;  Vida que consegue ela própria, recriar-se, multiplicar-se, entender e entender-se, mas sempre com a limitação permanente, de um fim  sempre presente e pouco entendível,

É caso até para "questionar", se toda esta magia  é ou não será, uma "falácia ou uma "mentira"?
Afinal, uma mentira, que mesmo repetida, nunca chega a ser verdade.


sábado, 11 de fevereiro de 2017

Novidades? Sim. A CGD e a tal mentira,isto como se os políticos não mentissem, nunca...Dá no míinimo para rir... Havia até um que nunca tinha dúvidas e raramente se enganava...

Cada vez mais me impressiona, como a classe política da oposição, gere as suas forças no ataque.
Isto que acontece agora com a CGD, é de uma inusitada vergonhice. Arranjam no "mercado" financeiro, um "credenciado" banqueiro da concorrência, e toca a convidá-lo para a gerência do banco público de nome Caixa Geral de Depósitos. O homem aceita (o ordenado é grosso) mas  propõe ou impõe condições, como se  pudesse fazê-lo, isto à revelia de todos e de tudo até do Constitucional e do próprio PR. Mas o Constitucional já, e por diversas vezes, foi ele próprio ignorado e até alvo de ameaça de ser dissolvido para se conseguir arranja-lo mais a jeito dos proponentes. E isso é que é grave ou era e pouco se falou sobre isso. Eis a grande questão de agora;  alguém está a "mentir " ou a falsear de que havia um acordo para não se dizer quanto onerava o nosso homem da banca. Esta foi considerada a mentira do ano, como se os politicos, todos os que povoam essa esfera, não mentissem. Um crime de lesa majestade, assim considerado pela direita portuguesa, como se a política fosse isenta de mentiras e outras incongruências, neste caso  presente, que mesmo  a ser verdade, é algo sem qualquer importância, maquinado somente para desestabelizar e truncar o que estava a ser feito e talvez bem feito.
Quando tanto se necessita de estabilidade e entreajuda, porque o país precisa e os portugueses também, surgem estas tricas, sem coerência e sem graça, um revanchismo idiota que a ninguém interessa e a ninguém beneficia, nem mesmo aos que desejavam privatizar a todo o gaz a CGD, e alcançar o retorno ao poder.



quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

O NON-SENSE OU AS VICISSITUDES DE UMA CRISE DE VALORES

Estamos em presença de um conturbado momento em que o ser humano ultrapassou já, deliberada, ostensiva  e escandalosamente, a barreira do minimamente  aceitável em termos de equilíbrio e de consciências, quanto à avaliação e/ou  à diferença que separa o bem do mal, o necessário do  útil,  o urgente  do acessório, sobretudo, e mais vincadamente, quando se tratam de decisões políticas, (as suas implicações e sequelas), o que  nos leva a pensar, que a insensatez e a loucura neste século,  não andarão por longe.
E é na área política sobretudo, que as evidências são mais notórias.
As eleições recentes nos Estados Unidos são a prova disso mesmo.
O slogan de uma personalidade (voltar a ser grande) com um discurso paupérrimo de conteúdo e saudosista, truculento e ignorante, a apelar   a tempos áureos de poder,  algo que já ouvimos a ditadores do século passado, surtiu efeito - deu para ganhar as eleições.
E isso  mesmo com menos de  três, a quatro milhões de votos, e contra todas as expectativas, até  das sondagens mais optimistas.
Quer isto dizer que,  o poder e a Democracia estão de pêsames, e isto no país mais poderoso da actualidade, os Estados Unidos da América.
É, em minha opinião, a decadência  do poder, da  política e da Democracia.
Aqui neste pequeno rincão florido, à beira mar plantado, -Portugal-, também certo tipo de insanidade, está a aflorar às hostes políticas. E veja-se este caso  da TSU.
Isto num país em que, nem só o salário mínimo é uma vergonha: onde é quase tudo uma vergonha.
Isto num país em que o salário mínimo, nem sequer é cumprido. Porque essa meia dúzia de euros de aumento, nada resolvem e levantam enormes problemas; isto porque o que tem um salário de 600 ou 700 ou mesmo mil euros, começa logo a "cuspir", dizendo que tem mais qualificação, que paga  mais impostos, que  vai ao hospital e tem de puxar pela certeira enquanto o outro não.
Outros "cantam", que não tarda muito,  que estejamos todos no salário mínimo nacional, se houver dinheiro para tal.
Mas o mais ridículo, incoerente, e destituído de qualquer sentido (que não o político), é ver-se um PSD, um partido aliado do patronato, votar ao lado do Bloco de Esquerda e do PCP, partidos de convicções fortes, mas que em termos de estabilidade da governação, não sabem, nem querem lidar com ela e que são até nessa matéria, antagónicos.
Resumindo: Quanto à eleição americana: um homem da construção civil, ignorante,  arrogante e impreparado (para não utilizar outros adjectivos), com discurso de híbrido de capataz em pre-reforma, é eleito  Presidente da mais poderosa nação da Terra.
Por cá, um Partido claramente neo-liberal (o que é favor), vota contra  uma "regalia" para o patronato.
A isto chama-se no mínimo "non-sense".
Eu diria que é loucura mesmo...






terça-feira, 10 de janeiro de 2017

UMA OPINIÃO

Quem por acaso, ou por outra "obra" menos edificante, me tem acompanhado "nos escritos"que produzo, à revelia do ócio,  do "demo" ou de outra "quinquilharia"  qualquer, sabe como não sou grande apreciador daquilo que se convencionou chamar  "homenagem". Num dos meus opúsculos, uma das personagens, recusa-a simplesmente, alegando que há (e  há sempre mais gente a merecê-la ), embora fosse homem de lutas e de riscos  e merecimentos mil. Isto para dizer, que não discordo das homenagens em si, quando elas são merecidas. Quanto a Soares, concordo totalmente. Ele enfrentou o regime, (embora aí tenha alguma dificuldade, em saber o que era enfrentar o regime e também o que era medo), porque afinal,  cheguei a tê-lo.
Escrevia nos jornais, tinha família, "beneficiava" de um emprego público,  também ele sujeito a imposições em matéria de colaboração com jornais visto ser nas telecomunicações . Mas continuei e (embora digam que o Mário Soares nunca teve medo) não acredito. O medo existia; andava no ar e descia à terra... E como anteriormente citei, eu próprio o tive algumas vezes. Mas isso de defender princípios e causas, é uma mania como outra qualquer.Por isso, esta homenagem a Soares, (embora ele tenha mais uns anos do que eu, e   tenha alguma dificuldade em falar sobre assunto,   já que faço parte desse tempo), entendo-a perfeitamente. O medo havia, e era algo respeitável. Se  o cidadão não se "manifestava", vivia em "santidade" mesmo que houvesse janelas a caírem. Era uma espécie (perdoem-me  o "pleonasmo", de remanso, à beira do fosso. Se pisasse risco,  aí sim, era o diabo...
Isto que fizeram ao Mário Soares em termos de reconhecimento, está  bem.  Porque é algo que faz bem ao amor próprio das pessoas,   à alma das gentes, do país, ou/e aos locais que produzem essa gente. E valorizar não faz mal. O único mal, é que grande parte desse "onus", só aos políticos é consagrado . E  há por aí tanta gente, com tantas, ou mais valias.. E esperar a morte, também é uma forma, no mínimo esquisita, de manifestar um reconhecimento. Afinal e resumindo, acho que se deveria reconstruir ou talvez reconquistuir essa ideia de reconhecimento dos cidadãos aos que   aos  que o
mereçam. Não fica, nem faz mal a ninguém. Bem pelo contrario.

Politico, homem de luta, da Liberdade e da Democracia

Homem da Liberdade,  da Democracia,  e  da política. Assim foi Mário Soares, um laico, republicano, (por vezes até se mostrou controverso nessa matéria), um adversário ferrenho do regime Salazarista, um regime que metia e meteu medo, principalmente a quem discordava dos ditames desse mesmo regime.
Mário Soares encarnou  porventura uma maioria silenciosa, que desejava dar corpo ao seu pensamento e à sua palavra. Poder fazer valer da sua condição de cidadão, para  votar livremente, e não apenas elogiar a (obra), mas criticar também. Ter direito  à participação, à reunião, ao pensamento individual e colectivo.
Mário também sentiu esse medo, mas combateu-o, e lutou para  eliminar e conseguiu-o.
 Homenagear  Mário Soares, é fazê-lo em nome de todos os cidadãos que arriscaram para que essa liberdade fosse uma realidade, através sobretudo da escrita, toda ela controlada pela censura do regime, que dissecava, períodos e páginas, procurando, fosse o que fosse,  mesmo que esse fosse, fosse
a "agulha no palheiro".
É esse o grande mérito de Soares. Dar voz aos muitos que morreram e que  porventura não alcançaram essa sorte ou esse consolo. E esse consolo e essa sorte, tem um nome: L I B E R D A D E e ter ou possuir a alegria de a ter perto e usufruir dela, de forma positiva e respeitosa.