terça-feira, 10 de janeiro de 2017

UMA OPINIÃO

Quem por acaso, ou por outra "obra" menos edificante, me tem acompanhado "nos escritos"que produzo, à revelia do ócio,  do "demo" ou de outra "quinquilharia"  qualquer, sabe como não sou grande apreciador daquilo que se convencionou chamar  "homenagem". Num dos meus opúsculos, uma das personagens, recusa-a simplesmente, alegando que há (e  há sempre mais gente a merecê-la ), embora fosse homem de lutas e de riscos  e merecimentos mil. Isto para dizer, que não discordo das homenagens em si, quando elas são merecidas. Quanto a Soares, concordo totalmente. Ele enfrentou o regime, (embora aí tenha alguma dificuldade, em saber o que era enfrentar o regime e também o que era medo), porque afinal,  cheguei a tê-lo.
Escrevia nos jornais, tinha família, "beneficiava" de um emprego público,  também ele sujeito a imposições em matéria de colaboração com jornais visto ser nas telecomunicações . Mas continuei e (embora digam que o Mário Soares nunca teve medo) não acredito. O medo existia; andava no ar e descia à terra... E como anteriormente citei, eu próprio o tive algumas vezes. Mas isso de defender princípios e causas, é uma mania como outra qualquer.Por isso, esta homenagem a Soares, (embora ele tenha mais uns anos do que eu, e   tenha alguma dificuldade em falar sobre assunto,   já que faço parte desse tempo), entendo-a perfeitamente. O medo havia, e era algo respeitável. Se  o cidadão não se "manifestava", vivia em "santidade" mesmo que houvesse janelas a caírem. Era uma espécie (perdoem-me  o "pleonasmo", de remanso, à beira do fosso. Se pisasse risco,  aí sim, era o diabo...
Isto que fizeram ao Mário Soares em termos de reconhecimento, está  bem.  Porque é algo que faz bem ao amor próprio das pessoas,   à alma das gentes, do país, ou/e aos locais que produzem essa gente. E valorizar não faz mal. O único mal, é que grande parte desse "onus", só aos políticos é consagrado . E  há por aí tanta gente, com tantas, ou mais valias.. E esperar a morte, também é uma forma, no mínimo esquisita, de manifestar um reconhecimento. Afinal e resumindo, acho que se deveria reconstruir ou talvez reconquistuir essa ideia de reconhecimento dos cidadãos aos que   aos  que o
mereçam. Não fica, nem faz mal a ninguém. Bem pelo contrario.

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