quinta-feira, 19 de outubro de 2017

O Massacre da Comunicação Social

O "massacre" da comunicação social, em tudo o que seja notícia, é uma realidade  comum neste país. Toda ela, anda em roda viva, à espera que aconteça. Que surja a tropelia, o incêndio, o acidente,o sismo, a calamidade, a graça e a desgraça. E levam dias seguidos até que surja outra  " agitação", e até que aquela  morra, e outra "tropelia" surja no horizonte Alimenta-se do caso, da ocasião, do acontecimento, do que correu menos mal ou menos bem, (em seu entender) por vezes até com contornos, que cheiram a política. Vive à sombra da graça e da desgraça. Tudo em nome da informação, da liberdade, (por vezes retirando-a,  a seu jeito), querendo por vezes impor a sua visão e a sua opinião.
O resultado é "surpreendente": cansa as pessoas; satura-as; Faz com que fiquem fartas e cheias, da própria notícia, da própria realidade, afinal  um mau serviço à sociedade.
Sempre fui alguém muito ligado à escrita, aos jornais. E por isso mesmo, é com mágoa, que toco neste assunto. Há excesso de "má" informação, na nossa comunicação, isto para não dizer, que muita dela, anda a reboque da política, do grupo, ou do sistema.
E a comunicação não pode nem deve ser isto.
Há pouco, ouvi esta "coisa", incrível dita na TV, por um  sinistrado dos fogos, que arrasam e desgraçam este país: Deixem por favor, de estar permanentemente a  "falar"ou a "exaltar", os acontecimentos com os fogos florestais. E eu acrescento, principalmente por parte da classe politica.
É que, dizia o tal sinistrado, "já não se pode ouvir..."

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

UM PAÍS DE FOGO E MORTE

Cada vez mais me apercebo e entendo,  que a política é um misto de "sisuda" e às vezes "nefasta palhaçada", com contornos "maquiavélicos", e em que os seus protagonistas, vão dando "uma no cravo", outra na ferradura, tentando de qualquer jeito e maneira, alcançar o poder.
Assim é. Arranjam-se nomes; tiram-se conclusões; subvertem-se razões; queimam-se pessoas;
conotam-se situações; esquecem-se históricos, fala-se de responsabilidades, esquecendo o passado.
A incoerência e ás vezes a própria razão, são postas em causa, com uma ligeireza que causa assombro, até medo.
Será que o poder é assim uma "coisa" tão boa e tão má ao mesmo tempo?  Porquê?
Veja-se por exemplo, o caso presente. Todos sabemos que o país está a atravessar um período, (em termos de destruição e incêndios), um dos piores dos últimos tempos (decénios) da sua história mais recente.
De quem é a culpa? Do governo actual?
Qual governo? Este? E os anteriores?
Isto de incêndios, é algo que sempre conheci, e para os cem, já nem me faltam muitos.
E a culpa, não será de quem não limpa matas, de quem lhes larga fogo, de quem ganha dinheiro (e muito), à conta disto? Dos que corporizam esta palhaçada, que não faz muito, lá estavam à frente de outros governos, com a agravante, de nos irem chupando dinheiro, enquanto que este vai tentando inverter esta situação e fazer alguma coisa de positivo?
E o Povo não tem a sua quota de culpabilidade, ao fazer queimadas por tudo e por nada e em tudo o que é sitio? Ao atear fogo por todos os lados? (Só com um polícia e um bombeiro em cada árvore)
Tadinhos! Não sabem que o fogo queima, mata,   destrói? Que torna a vida um inferno a tudo e a todos? Que mata pessoas, animais,  e  o que mexe e remexe, até aquilo que não mexe, nem remexe.
Tudo isto é uma tristíssima situação, acompanhada de outra:  uma tristíssima palhaçada política.
Que as pessoas percebam: fogo, nunca mais. Que se investigue quem ganha  com isto, e se ajude sem limites, quem perde ou perdeu.
Quem ganha, o que ganha, e a intenção com que larga esse fogo?
E queira-se ou não, a solução, passa pela prevenção, pela educação, pela fiscalização.
E depois, pela coação, dura,
rigorosa.

domingo, 15 de outubro de 2017

JULGAR SEM SER JULGADO

O que se passa neste país, (sem querer enaltecer ou minimizar a sua eficácia e/ou o seu alcance, refiro-me obviamente  à justiça), dá no mínimo para reflectir.
E mesmo sem querer  apontar nomes ou pessoas, vejo que nem sempre (ou mesmo raramente) há consonância nas decisões ou nas conclusões de opinião, (o que pode ser positivo ou pelo contrário), quanto a muito do que se passa e pior do que isso: há uma espécie de "deficit" democrático, em relação à opinião colectiva, de muito do que vai acontecendo,  isto quando se tenta entender aquilo  que se chama justiça, (naturalmente a dos homens, já que a outra é mais complicada, mas também ela a merecer um apontamento), já que  nem sempre nos "agrada" de todo.
E sem querer citar pessoas ou nomes, como atrás referi,  dou o exemplo de Isaltino Morais, que depois de passar pela cadeia alguns anos, continuou a manter a confiança do seu eleitorado, como político e como homem, isto a querer dizer, que é alguém   mais "válido" do que a maioria dos portugueses que o criticaram e rodeiam
Tudo isto vem a respeito do ex primeiro ministro, José Sócrates.
Pode eventualmente não se gostar do seu estilo (a sua desgraça), mas, em minha opinião,  foi um bom estadista, e um bom parlamentar,  homem de palavra certa, na altura certa, sem titubeações, sem medos e receios,  aquele  homem que depois do 25 de Abril congregou mais poder e mais força e até mais simpatia popular, e que desafiou tudo e todos e que foi, apesar do terrível período em que governou e pelas imensas afrontas que passou, (crises internacionais nunca dantes vistas e  ocorridas, uma campanha feroz da oposição, por vezes a rondar o desonesto) principalmente a financeira e a partir dos Estados Unidos,  uma oposição impiedosa e cerrada, tentando o alcance do poder, de uma direita que acabou por desarticular todo o equilíbrio do país, em termos organizativos, quer de sistema económico, quer de sua própria  riqueza autóctone. Veja-se o caso das privatizações.Até os CTT COM MUITAS CENTENAS DE ANOS DE "BOM", AO SERVIÇO DO ESTADO, e que sempre deu lucros fabulosos, não escapou à gula das privatizações
Sócrates, foi em minha opinião, o homem  que desafiou  o "indesafiável":
À justiça, cortou-lhes os privilégios; ao Alberto João da Madeira, os orçamentos regionais que eram iguais (um arquipélago com duas ilhas - a Madeira, recebia o mesmo do que um outro, com nove - os Açores-, algo que se intrometia pelos olhos dentro, mas que nunca ninguém deu por isso). A própria Ferreira Leite aventou a hipótese de fazer coligação com o PS, mas com a única condição, de não incluir o José Sócrates.
Afinal, e melhor pensando,  tudo uma questão de birra e de estilo. Daí fazerem tudo e mais alguma coisa, para o deitar abaixo.Os políticos e a comunicação social temiam-no. Era alguém que tinha de ir abaixo. E assim foi.
E essa perseguição continuou e continua.
Em minha opinião, o Sócrates foi um "senhor" da política contemporânea, quer se goste ou não dele. Homem sem medo, que  defendeu  princípios: era totalmente contra as privatizações. Não sei como vêm com esta, de que estava (feito) com os empresários e banqueiros. Ele próprio tentou salvaguardar  a PT, com a chamada "golden share", algo que no governo seguinte, foi logo e apressadamente eliminado. É uma história mal contada.
Em resumo. Sócrates, nas super  difíceis condições que governou, foi um bom Primeiro Ministro, um grande parlamentar, um desafiador nato da comunicação social, que o odiava e  temia, (e em que  "se privilegia"  o sensacionalismo e até em alguma, a mentira), já que não teve nunca, nem jornalistas, nem comentadores  à sua altura, e isto ganhou-lhe ódios que acabaram por conseguir o seu desiderato: queimá-lo vivo e destruí-lo, o que, e melhor pensando,  não acredito de todo.
Tudo isto está a tornar-se demasiado estranho. Demasiado politizado para o meu gosto.
E a destruição de uma, duas, ou um  milhar de pessoas em  em hasta publica, não me agrada, nem nunca me agradou. E a "raivinha" ou a "dentadinha", mesmo quando subtil, também não.
Vamos aos factos. O homem já apanhou, (e isto em democracia), um ano de cadeia sem culpa formada. Já lá vão quatro anos de inferno e ainda nem se sabe muito bem o que aconteceu e o que vai acontecer. Só se sabe que o homem foi trucidado.
A justiça é ou deve ser cega? Mas para o bem e não para  o contrário.
Vamos fazer um julgamento honesto,  sem folclore.
Antes de mais. Vamos lá saber, a quem faltou o dinheiro, se alguém se queixou, e se ele o roubou? Só ou acompanhado?
E mais. Se é o único, neste Portugal afonsino, a cometer falcatruas?