QUANDO AS LETRAS SÃO IMAGENS
sexta-feira, 15 de junho de 2012
As reformas e o espírito reformador...
Estamos a assistir, a um momento, se não trágico, pelo menos caricato, e mais do que isso, desorientador da História mais recente. Em Portugal, essa "desorientação", aliada a uma juventude, afeita a um certo reformismo, de pendor neo-liberal, sem consistência e consciência da sua história, porque a conhece de outra forma, aquela arquitetada de forma "onírica" no pós 25 de Abril, essa desorientação, dizíamos, é por vezes drástica e incoerente, passando do despesismo ilimitado, (obra de sucessivos governos, carecidos de votos e falhos de visão e imaginação, na gestão da "coisa pública" ou embriegados pelo sonho do poder e o da UE), ao espírito redutor da economia de mercado, do pódio para as grandes empresas, ao lucro desmedido gerado pela liberdade da concorrência, (liberdade ?), e em que viver fica a cargo de quem tem dinheiro fácil ou quem o malbaratou de forma arbitrária e sem regulação.
E as reformas aí estão. Fecham-se escolas, fecham-se hospitais, maternidades, alguns e algumas com curruculos invejáveis como é o caso da Alfredo da Costa e o que mais houver e traga (lucro ou até prejuizo?) ao erário público. Instituições, com uma longuíssima história e uma inquestionável existência de merecimentos para as populações. Vai-se arpoando a um azimute e ao rumo do privado, na Saude, na Educação e a tudo o que cheire e possa dar dinheiro, nas mais diversas áreas.
Vão-se privatizando setores chave da economia, nas comunicações, nas energias, nos transportes, nos serviços. É a ordem da Troika. Vender; vender; privatizar.
O Estado não emagrece, está a esvaír-se: a desaparecer, algo que o próprio Oliveira (paz à sua alma), contrariava. Hoje o próprio Estado, é uma coisa menor.E ser seu servidor, também passopu a ser: uns sangue-ssugas. Onde andamos? Para onde queremos ir? Quem nos acode?
SãO as reformas, uma salvação? De quem e de quê? Quais reformas? Reformar para piorar? Ou piorar, para reformar?
Fechar escolas? Fechar Hospitais? Privatizar tudo e mais O QUE HOUVER? Na saúde? No Ensino? Tornar a função pública e os seus, por vezes míseres seguidores, uma réqua, quando era (embora ganhando menos), há uns anos atrás, motivo de orgulho e de estabilidade para quem a seguia?
EH pah! Que é isto?
Que se passa pela cabeça dessa gente?!
Pergunto a mim próprio, como aliás fez um deputado na Câmara dos Comuns: " O que estão a fazer neste país com a miséria das minhas economia, aquelas que ao longo da quarenta anos da minha vida religiosamente guardei com tanto sacrificio, sem comer, nem comprar o que desejava, para acautelar a minha velhice?
Súcia de...
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Responsabilidade - Precisa-se
Porque carrego no dorso muitos invernos e algumas primaveras, não me posso conter de indignação, com o que vejo e oiço à minha volta.
Será que o ser humano é isto mesmo, ou seja, uma forma de vida que enlouqueceu? Que perdeu o tino, o juízo e o bom senso? O sentido de análise da sua própria consciência? A busca daquele estado de espírito que lhe possa garantir o direito ao sonho e à felicidade?
Mesmo neste pequeno rincão, espaço ínfimo a que chamam Portugal, as acções e as palavras que surgem dos agentes dos poderes, sejam eles políticos, económicos, corporativos ou outros, impressionam pela ligeireza, e controvérsia, com que encaram a realidade e a dor alheia.
Fala-se de deslocalizações, de reformas estruturais, de desemprego, de falências de pequenas e de médias empresas, de mil e uma "panaceias" para as resolver, tão necessárias à "sobrevivência" humana,como o pão para a boca...De feriados e não feriados, dos que devem e não devem ser, de memórias esquecidas e perdidas, de demagogias e mentiras várias e variadas, onde o ter e o não ter, estão sempre em primeiro plano e na ordem do dia.
Mas o que é isto de reformas estruturais? Será o novo paradigma? Um novo sonho? Uma nova ambição, se calhar desmedida e desatempada, que o século vinte um, numa altura em que se morre de fome e de sede por conta própria e a cada canto, não dispensa? Em que os desiquilibrios sociais são imensos e cada vez maiores?
Em que as ganâncias e as fortunas não param de crescer? Num mundo de Lemon Brothers? De Fitche's e de agências de rating, fazendo o seu jogo e ao serviço inconfessável de outros?
Tudo isto num mundo inseguro, fugaz de idéias, de contradições, sem possibilidade de se auto-sustentar, auto-recrear, auto-realizar, e até reinventar.
Em que novo paradigma estão estas novas gerações a pensar?
Que a insegurança e a instabilidade são coisas boasinhas a implementar? Valha-me Deus...
Falta de experiência, de visão, de capacidade, de vontade de aprender e de crescer...
Ou não será mesmo falta de responsabilidade?
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