quarta-feira, 28 de agosto de 2013

COM TODA A NATURALIDADE

Com toda a naturalidade, é a frase dominante deste governo. Faz tudo, mesmo aquilo que à grande maioria, parece INSANIDADE, e fá-lo com "toda a naturalidade". Atitudes e medidas impensáveis, fá-las com toda a naturalidade. Estamos a falar, de privatizações, de cortes de salários, de pensões, de direitos adquiridos, alguns desde sempre e consignados, quer na constituição, quer nos próprios diplomas da função pública e do seu estatuto. Despede-se, demite-se, troca-se por dinheiro, tudo e todos. As inconstitucionalidades são tidas e repetidas, como se não houvesse limites à sua competência. Entramos numa fase nunca vista: a da ditadura democrática. E as grandes vitimas, são os reformados, sobretudo os da função pública. Em nome da igualdade, fazem-se aberrações, como o tratamento da CGA e daqueles que para ela durante dezenas de anos descontaram, com os que, embora muito mais recente e felizmente, há bem pouco nem o tinham, sem se lembrar, de que quem ingressava na função pública, naquele tempo, tinha, para além de habilitações rigorosamente exigidas e de salários muito baixos, o caso dos professores, dos funcionários da Administração Pública em geral, incluindo a Caixa Geral de Depósitos, os CTT, as Finanças, e centenas de outras instituições, e era a reforma e a segurança no emprego a grande e talvez única compensação para adquirir esse estatuto). Para o conseguir, tinham de se submeter a provas rigorosas de entrada, a estágios gratuitos, a exames ao longo da vida, ( de três em três anos, já depois de se ter entrado para o quadro, o que por vezes acontecia ao fim de dez, onze e mais anos, era obrigatório fazer-se exame de acesso à categoria superior. Se o candidato passava, o que nem sempre acontecia, aguardava a vaga ou que ela surgisse. Se não surgisse durante três, repito três anos, ficava invalidado o exame. Se perdesse, só tinha mais uma oportunidade. Se a perdesse, nunca mais ascendia ao cargo imediatamente superior e ficava a vida inteira por ali A CHUCHAR NO DEDO. Isto é um pouco do que era a função pública. Mas havia muito e muito mais. Era sobretudo uma vida de miséria, o chamado manga de alpaca, alguém defendendo o Estado com unhas e dentes, até onde a alpaca escondia o puído das mangas da camisa. Se quiserem saber mais, estes meninos que venham ter comigo. Votar? Nem pensem... Digam-me a esses senhores, senhores não, meninos, do Governo, se sabem o que era a função pública no meu tempo. A efectividade era de 208 horas mensais. Menos do que isso, o ordenado não vinha inteiro e não era contado para efeitos de reforma, aquilo a que chamavam de efectividade completa. Muita dessa gente que anda nos partidos e nos governos, não sabe nada disso e de muitas outras coisas e do muito que era preciso dizer. Isto a que estamos a assistir, é a ditadura da incompetência e da democrácia. É o deitar abaixo aquilo que levou tantos anos a fazer. Que havia erros, claro. Não há nada que os não tenha, agora em nome de ideais nobres, estar a esfrangalhar e a defraudar as expectativas das pessoas, tirar o emprego e o pão, e pior que isso, por parte de gente que pouco conhece, que pouca experiência tem, que não tem sensibilidade, nem sequer olhos na cara para ver. Pior? Não conheço! Tudo feito "COM TODA A NATURALIDADE E MUITO NATURALMENTE ".

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

AS FESTAS, TAL COMO AS COMENDAS, NÃO SÃO TUDO.

Amigo de saudosos, velhos e incrustados tempos, que respeito e admiro, disse-me certo dia, referindo-de a tempos idos, e à guisa de provocação: "você se não perdesse tanto TEMPO em jornais a defender o "maralhau", "a escumalha" "a corja", tinha feito seguramente muito mais..." Tudo isto, é necessário acrescentar, se passava numa altura, em que o "maralhau" era muito e ninguém ousava defendê-lo, sobretudo em jornais (com medo), e em que os laudatórios eram bem mais fáceis e a gosto da época. Mas, e curiosamente, o 25 de Abril, na sua faceta negativa, deu para esquecer, até aqueles que o fizeram. Para além de se perder a memória, e um povo que a perde, perde-se de seguida, perderam-se referências, e pior do que isso: criaram-se mitos, sobretudo políticos, alimentados sobretudo, pelas claques partidárias. Daí vivermos em graça, sem graça e na desgraça. Por mim sinto-me à vontade. Vou continuar a defender o tal "maralhau" se ele quiser e desejar colaborar ou fazer alguma coisa por isso e pela vida. Vou defender a terra que me acolheu,embora nem todos o mereçam, se houver compreensão da parte deles e dela, ou dos que nela habitam, o que está dificil de acontecer e fazer com que ela-, a terra-, (as pessoas), goste mais de si e dos seus, o que também não está a acontecer e torná-la mais habitável. E torná-la mais habitável, é torná-la mais atraente. E torná-la atraente, é criar-lhe condições de fixação, sobretudo aos mais novos, que são obrigados a sair (emigrar). E torná-la atraente e habitável, não é pensar apenas em ter uma "Semana do Mar" mais lindinha, com conjuntos mais famosos e cachets mais gulosos, mais música pimba, com mais acepipes, mas tornar, por exemplo, o Hospital da Horta mais profícuo e eficiente, com mais valências, (onde se concebe, por exemplo, não haver neurologia, especialidade em que os doentes têm ou devem ter um acompanhamento contínuo?). Fazer também da Horta um polo cultural" açoriano ( porque não nacional), que se orgulhe de si próprio, e do que aqui se faz nessa área e que não é pouco, só não saberá quem não tem essa obrigação, (a de ler o que fala da sua própria terra e o que nela se faz, que nem é pouco), estou a recordar-me daquilo a que chamam festa do livro, na Semana do Mar, nem sequer, e isto em termos de representação literária criativa, tem um exemplar digno dessa nome. Bem me dizia o Fernando Melo, saudoso amigo de mais de cinquenta anos de convivio e homem da escrita, que já lá anda à nossa espera, que por diversas vezes me telefonou, dizendo que deveriamos (nós os autóctones e homens da escrita) exigir a primazia nessa tal feira que virou Festa. E há mais, muito mais. Mas a Horta está há muito adormecida, sem vontade de crescer e sem dar pela beleza que a rodeia. Eis que alguém, ao fim destes anos todos, em que eu andei a dizer e escrever sobre isso, a descobrtiu. Hellas! Mas só beleza, é pouco, tal como, "nem só de pão vive o homem". Faz-me lembrar uma anedota (veridica) que comigo se passou. Em certo Centro de Instrução Militar, estava eu á Porta de Armas (entrada), de serviço (guarda). Às tantas da noite, apresentou-s-me alguém aparentando alguma idade, trajando algo humilde e de escuro, chapéu e sobretudo. Queria entrar. Barrei-lhe logo a porta, tal como rezava o regulamento e fi-lo em posião de sentido de que também rezava a ordem. Disse-me o homem; " É pouco..." Dei-lhe a seguinte alternativa: o "ombro armas", esta msmo só para oficiais, na expectativa de ele o fosse. O homem continuou, descobriu-se; tirou o chapéu e disse em voz sumida,...(É pouco). E ainda antes que o pudcesse deter ou pôr-lhe os olhos ou mão em cima, já ele se ia porta dentro. Queria mais... Mas, afinal, merecia-o, tinha direito ao "apresentar de armas" porque, mau grado meu, era o comandante da Região Militar. É por isso mesmo, que repito: o que se está a fazer pelo Faial e pela Horta em particular, é pouco. E isto dirige-se a todos os que dele ou dela gostem...e de uma ou de outra forma, têm esse poder... puxem por ele ou pelas suas orelhas...que se calhar, são grandes...

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O SER HUMANO ABASTARDOU-SE

Nunca, alguma vez na História, se desceu tão baixo e tão fundo. Com tanta técnica, com tanta magia, nada ou quase nada, valeu tão pouco e foi tão longe. E isto refere-se obviamente, e também, à sociedade-, a sociedade que estamos a gerar-, e ao tipo de sociedade que estamos a criar. É a socieade do "êxito", dos negócios e das negociatas. É a socieade do dinheiro vivo, do lucro fácil, do "ora agora engano eu, ora logo enganas tu". Da destruição do Estado, daquele orgão nascido para proteger os mais desfavorecidos, os mais fracos, os mais pelintras, os que porventura têm menos voz, os mais esquecidos de Deus e dos homens. Porque o Estado de agora, serve de trampolim, de tabuleiro para jogadas dúbias e irresponsáveis, não o garante de quem honestamente para ele trabalhava ou dele dependia e que a troco de um salário por vezes modesto, mas que lhe garantia alguma estabilidade,daí essa razoável opção. Mas eis que tudo se tornou precário, porque o percário significa á partida, desresponsabilidade, descomprometimento, e logo instabilidade, e isso gera a confusão, e há quem saiba e goste de a ter por perto ou de a gerir a seu modo. Nem a área cultural escaou ao "satatus" para que nos encaminhámos. É o primado da mediocridade. Da ganância. Da inutilidade. E com a ciência a dar despreocupadamente um empurrãozinho, tudo se torna bem mais fácil. O Estado está a ser usado, para se lá ir arranjar uma reformazita, um emprego para um parceiro amigo, ou sabe-se lá, dar um geito a um banco ou uma empresa que nos é "cara"...e que está em dificuldade, maioria das vezes, por inépcia ou vigarice. Nesta era de "beats" e de "bites", caminhamos cada vez mais para a era dos "beasts". Choldra, é no que isto se está a tornar. Copiem os antigos, que confiavam nos arcontes, nessa gente velha e experiente...Mas velhice por essa altura, não era o que é hoje...Velhice era saber, era respeitabilidade, rspeito, e responsabilidade dos outros e pelos outros e muitas outras coisas que se perderam...e ninguém as consegue já encontrar.