O "ser humano", sem ter de recorrer ao que, chamarei de "simpático estratagema", de engendrar heterónimos, (outras personalidades e vidas, que eventualmente poderão ser a sua própria, o caso mais elucidativo, o de Fernando Pessoa), deveria antes, poder, sem ter, por trás, a magia da criação, viver na realidade mais vidas, ou melhor, mais Vida. Porque ela, a Vida, é demasiado curta em Tempo, mágica e bela, para ter o fim a que lhe destinam, porque esvai-se tão depressa, sobretudo quando no trilhar dela própria, se atinge algum tempo e a mínima consciência do que somos, do que viemos aqui fazer, do que nos separa de outras vidas, sistemas, forças e grandezas. Esta mesma consciência que nos leva a pensar e a sentir, que somos afinal tão pequenos, inseguros, frágeis, limitados, para entender isso mesmo ou seja, o que somos e para onde vamos ou queremos ir realmente.
Esta vida, que não é obra de forças cegas ou de acasos inseguros, que tudo justificam e de nada nos elucidam; Vida que consegue ela própria, recriar-se, multiplicar-se, entender e entender-se, mas sempre com a limitação permanente, de um fim sempre presente e pouco entendível,
É caso até para "questionar", se toda esta magia é ou não será, uma "falácia ou uma "mentira"?
Afinal, uma mentira, que mesmo repetida, nunca chega a ser verdade.
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