Alguém que trilha a Vida e carrega no dorso o Tempo que vive, e todo este espaço que lhe foi tão magnanimamente outorgado, que afinal nem sequer lhe pertence, sabe e bem, quão e quem é o grande conspurcador dessa mesma Vida.
E esse "conspurcar" é muito mais radical e abrangente do que se pensa e não se confina apenas ao material ou ao físico. É bem mais do que isso. É o aniquilamento das próprias estruturas que levaram milénios a construir, muitas vezes com o sacrificio de gerações, uma memória que esta gente que governa ou se governa, seja Estados, seja empresas, seja lá o que for, onde hajam homens e dinheiros, não avalia, nem sabe o que é, e isto na construção daquilo que se designou chamar sociedade. Refiro-me mais concretamente aos homens que detêm o poder, dos que governam ou têm essa "missão" (e o que é isso de missão?), de gerir os destinos de outros homens ou de outros viventes, uma missão " supra deística" que deveria honrar, mas faz é envergonhar.
Comecemos pelos espaços mais escassos e circundantes do poder : as autarquias.
É um "louvar" a Deus quem a elas se candidata, por lá anda e as decisões que tomam.
Depois damos um salto aos governos, aos ministros, aos ministérios, a toda essa estrutura de poder e a toda a sua filosofia. Servem-se da Rex Publica, da Democracia, de mil e uma frases feitas, de comunicação social sedenta de audiências por vezes demagógicas, para impôr o seu pensamento, a sua filosofia, o que lhes salta à cabeça, às vezes mesmo à boca, vazia quase sempre.
Gente sem experiência, sem valimento, que não seja a da ambição cega, da ganância hipóctita e às vezes a falta de verdade e até de escrúpulos.Gente menor, como dizia Hermano de Saraiva.
Valha-me me Deus e os anjos. E este tipo de democracia serve a esta gente, e serve esta gente, porque aceita o bom, o mau e o péssimo, com a mesma "naturalidade" com que fala de igualdade, de fraternidade, e de outros chavões, eivados de mentira e hipocrisia
Resta-nos, como se costuma dizer, e para nosso consolo, que quem vier atrás que cerre a porta.
Qual porta?
A dos Hospitais? Das escolas? Das organizações que foram privatizadas, algumas centenárias que davam lucro, como os CTT, e que acabaram nas mãos dos chineses, brasileiros, franceses, alemães e um sem número de oportunistas e usurários, que campeiam por este mundo de contradições, corrupção, aproveitamento, e desumanização?
Quem vier atrás...Irá fazer o quê?
Acabar com o que resta? Mas afinal já não resta nada...E ainda faltam fazer reformas...
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