Intoxicados? Não! Desiludidos...
Esta campanha eleitoral (2015), faz-nos rir, sorrir, às vezes a "bandeiras despregadas" e (pasme-se) - iludir-se e iludir-nos.
Ora vejam por exemplo, um interessante e sugestivo "slogan" de campanha: " Portugal à Frente".
Se ainda tivessem colocado em seu lugar um "slogan" como (Privatizações à Frente", "Falácias e Mentiras à Frente" ou " Abaixo Estado e Empresas à Frente", até se acharia alguma graça, já que de graças estamos falando. Assim não! Tal como uma truculenta personagem, (o Quental), quiçá controversa (e um pouco ao sabor do autor), de um livro de um "conhecido" nosso, de nome "SISMO NA MADRUGADA", que a páginas tantas, vocifera indignado com uns velhos anigos empregados de um café lisboeta de outros tempos, o Palladium:
-(...): Parem-me com essa porr...de me chamarem Dr... Não se lembram daquele miserável que pedia "beatas" a vocês?
Mas Democracia é democracia, vale o que vale, pesa o que pesa, tem as benesses e os defeitos que tem..
E por falar de livros e em livros, para amenizar um pouco, e desintoxicar, esta festa das eleições, falaremos deles ( dos livros), já que também a cultura está agora no centro de um dos partidos, sem ser o do "Portugal à Frente", "Portugal Atrás" ou o "Portugal dos Pequeninos e Pobrezinhos".
Falar de cultura e fazer cultura ( são coisas diferentes), mas ganhar com a cultura, viver dela, ou morrer à fome por ela, ainda mais.
Refiro-me concretamente, a quem escreve por estes lados, Faial- Açores, , uma ilha afinal "periférica". Falar sua existência, sobrevivência, continuidade, necessidade (será que ela, necessidade, existe?).
Toda a minha vida escrevi, bem ou mal, mas tenho-o feito. Se tivesse de viver à sua custa, morreria certamente de fome na primeira semana, provavelmente do jejum, talvez assim (sabe-se lá) ganhasse o céu...ou algo mais aquecido.
E já o faço há cerca de sessenta anos... e estou vivinho da Silva. Estarei mesmo?
Então quem ganha? Quem vai ganhando e quem vai perdendo com essa burrice, que afinal não é só minha: se calhar até de muitos.
Penso que seguramente, muita pouca gente, mas quem menos ganha ou mesmo quem nada ganha, é quem escreve, o chamado criador, sem ser óbviamente com letra maíuscula.
A par dos calotes, dos esquecimentos, dos enganos (deliberados ou não) e de mil e um subterfúgios, desde editoras a livreiros, livraias e quejandos, o negócio do livro é um mau negócio para a maioria dos rabiscadores e se foram oriundos destas ilhotas, a dose redobra.
Já dizia o Norberto Ávila, digno açoriano, cultivador de letras e afectos, ao lhe perguntarem porque se havia fixado lá fora, em Lisboa, respondeu pronta e serenamente:"Muito naturalmente, para poder ter alguma visibilidade". E se não fosse essa a razão,- continuou - nem a Natália Correia, nem o próprio Antero de Quental teriam tido essa visibilidade, algo que eu subscrevo muito natural e cabalmente.
Quer isto dizer, que ir apregoando cultura, deixando-a ao "sabor" do lucro e dos negócios, das empresas e do comércio em geral, é "chão que deu uva ou que nunca irá dar "
Por mim, sem me querer alongar, julgo só haver uma solução, que não dá para a ser minima ou seja, se o autor não quiser prostituir-se e mendigar uns "favores ou uns tostõesitos", é seguir as pisadas do Miguel Torga, um senhor em todas as vertentes, (até no seu nariz ao que parece), que sempre se regeu por edições de autor, tal como o humilde rabiscador "destas malfadadas linhas" que,. nunca confiou em editores. Tal como eu, em tempos diferentes, ele lá sabia as linhas com que se cozia...e tinha as suas razões.
O problema é que, essa situação, para além de ter de se cingir ao estatuto de trabalhar por amor á causa, que é pagar e não receber", e pagar ao fim de anos de suor, significa não ir muito para além dos parâmetros " da rua principal ou da rua da igreja da "aldeia" em que vivemos"...Isto é entregue às empresas do ramo,um moisto de cultura vs negócio, o que combina mal, muito mal.
A carolice tem destas bizarrias. O que mais me impressiona é
que não haja quem veja essa incongruência, mesmo em tempo de eleições e falando galhardamente de
cultura... Cultura afinal, para quem e para quê?
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QUANDO AS LETRAS SÃO IMAGENS
terça-feira, 29 de setembro de 2015
sábado, 19 de setembro de 2015
O QUE FAZ CORRER OS " MANELZINHOS"
Mais, e cada vez mais, me impressiona, a forma cínica, hipócrita, até cruel, como o ser humano vai gerindo a sua caminhada neste iniciar de século e de milénio, neste mundo que dizem ser de Deus. E nada escapa à fúria e loucura desse ser feito à sua semelhança (dizem) - o homem...As próprias religiões, criaram um Deus ex-machina, mau, vingativo, destruidor, sempre com alguém pronto a mandar pelos ares, crianças, jovens e velhos, em nome de uma purificação religiosa sem limites.
É a loucura instalada, o "non sense", a "limpeza" dos que não perfilam os nossos (deles) ideais.
E mesmo nas ditas democracias que advogam o poder do povo, as arbitrariedades vão-se acumulando, multiplicando e são enormes.
Na própria trivialidade, o ser humano mostra a magia dos seus dentes. E os dentes, são, não raras vezes, as pilastras do seu "sucesso".
Mesmo nos regimes ditos moderados, onde o voto é permitido, os consensos são entendidos, a dignidade levada menos a sério, os "delizos", as "bocas" e as mentiras, fazem parte do quotidinao e da vida activa da política.E o lema é:
Abaixo a seriedade. Vamos tentar enganar, para conseguir.
É a isto que assistimos.
Tu é que "desgraças-te" o país.Não! Foste tu, meu malandreco!
Não se lembram é de quem é que ficou ou fica "desgraçado". E porque é que ficou, como e quando.
Empurram uns para os outros as culpas de algo que nem se sabe muito bem como, onde e quando começou.O saber, sabe-se, não convém é espiolhar muito, porque se calhar as culpas têm de ser muito repartidas e vêm de longe de gente bem instalada. Enquanto que para uns, o remédio é cortar, cortar, cortar (afinal, o mais fácil, um truque que um merceeiro de bairro faz tão bem como uma ou um primeiro ministro). Para outros, dar, só dar de todo o coração.
Por detrás de tudo isso, não haverá um pacote recheado de mentiras, alguma hipocrisia, e muita incensibilidade?
De qualquer forma, nem é preciso abrir os olhos para escolher. Por mim, prefiro o primeiro, que promete dar, só dar de todo o coração, ao cortar, cortar, sem coração e se forem reformados e pensionstas, maior a gula e maior a faca...
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