Estamos em presença de um conturbado momento em que o ser humano ultrapassou já, deliberada, ostensiva e escandalosamente, a barreira do minimamente aceitável em termos de equilíbrio e de consciências, quanto à avaliação e/ou à diferença que separa o bem do mal, o necessário do útil, o urgente do acessório, sobretudo, e mais vincadamente, quando se tratam de decisões políticas, (as suas implicações e sequelas), o que nos leva a pensar, que a insensatez e a loucura neste século, não andarão por longe.
E é na área política sobretudo, que as evidências são mais notórias.
As eleições recentes nos Estados Unidos são a prova disso mesmo.
O slogan de uma personalidade (voltar a ser grande) com um discurso paupérrimo de conteúdo e saudosista, truculento e ignorante, a apelar a tempos áureos de poder, algo que já ouvimos a ditadores do século passado, surtiu efeito - deu para ganhar as eleições.
E isso mesmo com menos de três, a quatro milhões de votos, e contra todas as expectativas, até das sondagens mais optimistas.
Quer isto dizer que, o poder e a Democracia estão de pêsames, e isto no país mais poderoso da actualidade, os Estados Unidos da América.
É, em minha opinião, a decadência do poder, da política e da Democracia.
Aqui neste pequeno rincão florido, à beira mar plantado, -Portugal-, também certo tipo de insanidade, está a aflorar às hostes políticas. E veja-se este caso da TSU.
Isto num país em que, nem só o salário mínimo é uma vergonha: onde é quase tudo uma vergonha.
Isto num país em que o salário mínimo, nem sequer é cumprido. Porque essa meia dúzia de euros de aumento, nada resolvem e levantam enormes problemas; isto porque o que tem um salário de 600 ou 700 ou mesmo mil euros, começa logo a "cuspir", dizendo que tem mais qualificação, que paga mais impostos, que vai ao hospital e tem de puxar pela certeira enquanto o outro não.
Outros "cantam", que não tarda muito, que estejamos todos no salário mínimo nacional, se houver dinheiro para tal.
Mas o mais ridículo, incoerente, e destituído de qualquer sentido (que não o político), é ver-se um PSD, um partido aliado do patronato, votar ao lado do Bloco de Esquerda e do PCP, partidos de convicções fortes, mas que em termos de estabilidade da governação, não sabem, nem querem lidar com ela e que são até nessa matéria, antagónicos.
Resumindo: Quanto à eleição americana: um homem da construção civil, ignorante, arrogante e impreparado (para não utilizar outros adjectivos), com discurso de híbrido de capataz em pre-reforma, é eleito Presidente da mais poderosa nação da Terra.
Por cá, um Partido claramente neo-liberal (o que é favor), vota contra uma "regalia" para o patronato.
A isto chama-se no mínimo "non-sense".
Eu diria que é loucura mesmo...
QUANDO AS LETRAS SÃO IMAGENS
quarta-feira, 25 de janeiro de 2017
terça-feira, 10 de janeiro de 2017
UMA OPINIÃO
Quem por acaso, ou por outra "obra" menos edificante, me tem acompanhado "nos escritos"que produzo, à revelia do ócio, do "demo" ou de outra "quinquilharia" qualquer, sabe como não sou grande apreciador daquilo que se convencionou chamar "homenagem". Num dos meus opúsculos, uma das personagens, recusa-a simplesmente, alegando que há (e há sempre mais gente a merecê-la ), embora fosse homem de lutas e de riscos e merecimentos mil. Isto para dizer, que não discordo das homenagens em si, quando elas são merecidas. Quanto a Soares, concordo totalmente. Ele enfrentou o regime, (embora aí tenha alguma dificuldade, em saber o que era enfrentar o regime e também o que era medo), porque afinal, cheguei a tê-lo.
Escrevia nos jornais, tinha família, "beneficiava" de um emprego público, também ele sujeito a imposições em matéria de colaboração com jornais visto ser nas telecomunicações . Mas continuei e (embora digam que o Mário Soares nunca teve medo) não acredito. O medo existia; andava no ar e descia à terra... E como anteriormente citei, eu próprio o tive algumas vezes. Mas isso de defender princípios e causas, é uma mania como outra qualquer.Por isso, esta homenagem a Soares, (embora ele tenha mais uns anos do que eu, e tenha alguma dificuldade em falar sobre assunto, já que faço parte desse tempo), entendo-a perfeitamente. O medo havia, e era algo respeitável. Se o cidadão não se "manifestava", vivia em "santidade" mesmo que houvesse janelas a caírem. Era uma espécie (perdoem-me o "pleonasmo", de remanso, à beira do fosso. Se pisasse risco, aí sim, era o diabo...
Isto que fizeram ao Mário Soares em termos de reconhecimento, está bem. Porque é algo que faz bem ao amor próprio das pessoas, à alma das gentes, do país, ou/e aos locais que produzem essa gente. E valorizar não faz mal. O único mal, é que grande parte desse "onus", só aos políticos é consagrado . E há por aí tanta gente, com tantas, ou mais valias.. E esperar a morte, também é uma forma, no mínimo esquisita, de manifestar um reconhecimento. Afinal e resumindo, acho que se deveria reconstruir ou talvez reconquistuir essa ideia de reconhecimento dos cidadãos aos que aos que o
mereçam. Não fica, nem faz mal a ninguém. Bem pelo contrario.
Escrevia nos jornais, tinha família, "beneficiava" de um emprego público, também ele sujeito a imposições em matéria de colaboração com jornais visto ser nas telecomunicações . Mas continuei e (embora digam que o Mário Soares nunca teve medo) não acredito. O medo existia; andava no ar e descia à terra... E como anteriormente citei, eu próprio o tive algumas vezes. Mas isso de defender princípios e causas, é uma mania como outra qualquer.Por isso, esta homenagem a Soares, (embora ele tenha mais uns anos do que eu, e tenha alguma dificuldade em falar sobre assunto, já que faço parte desse tempo), entendo-a perfeitamente. O medo havia, e era algo respeitável. Se o cidadão não se "manifestava", vivia em "santidade" mesmo que houvesse janelas a caírem. Era uma espécie (perdoem-me o "pleonasmo", de remanso, à beira do fosso. Se pisasse risco, aí sim, era o diabo...
Isto que fizeram ao Mário Soares em termos de reconhecimento, está bem. Porque é algo que faz bem ao amor próprio das pessoas, à alma das gentes, do país, ou/e aos locais que produzem essa gente. E valorizar não faz mal. O único mal, é que grande parte desse "onus", só aos políticos é consagrado . E há por aí tanta gente, com tantas, ou mais valias.. E esperar a morte, também é uma forma, no mínimo esquisita, de manifestar um reconhecimento. Afinal e resumindo, acho que se deveria reconstruir ou talvez reconquistuir essa ideia de reconhecimento dos cidadãos aos que aos que o
mereçam. Não fica, nem faz mal a ninguém. Bem pelo contrario.
Politico, homem de luta, da Liberdade e da Democracia
Homem da Liberdade, da Democracia, e da política. Assim foi Mário Soares, um laico, republicano, (por vezes até se mostrou controverso nessa matéria), um adversário ferrenho do regime Salazarista, um regime que metia e meteu medo, principalmente a quem discordava dos ditames desse mesmo regime.
Mário Soares encarnou porventura uma maioria silenciosa, que desejava dar corpo ao seu pensamento e à sua palavra. Poder fazer valer da sua condição de cidadão, para votar livremente, e não apenas elogiar a (obra), mas criticar também. Ter direito à participação, à reunião, ao pensamento individual e colectivo.
Mário também sentiu esse medo, mas combateu-o, e lutou para eliminar e conseguiu-o.
Homenagear Mário Soares, é fazê-lo em nome de todos os cidadãos que arriscaram para que essa liberdade fosse uma realidade, através sobretudo da escrita, toda ela controlada pela censura do regime, que dissecava, períodos e páginas, procurando, fosse o que fosse, mesmo que esse fosse, fosse
a "agulha no palheiro".
É esse o grande mérito de Soares. Dar voz aos muitos que morreram e que porventura não alcançaram essa sorte ou esse consolo. E esse consolo e essa sorte, tem um nome: L I B E R D A D E e ter ou possuir a alegria de a ter perto e usufruir dela, de forma positiva e respeitosa.
Mário Soares encarnou porventura uma maioria silenciosa, que desejava dar corpo ao seu pensamento e à sua palavra. Poder fazer valer da sua condição de cidadão, para votar livremente, e não apenas elogiar a (obra), mas criticar também. Ter direito à participação, à reunião, ao pensamento individual e colectivo.
Mário também sentiu esse medo, mas combateu-o, e lutou para eliminar e conseguiu-o.
Homenagear Mário Soares, é fazê-lo em nome de todos os cidadãos que arriscaram para que essa liberdade fosse uma realidade, através sobretudo da escrita, toda ela controlada pela censura do regime, que dissecava, períodos e páginas, procurando, fosse o que fosse, mesmo que esse fosse, fosse
a "agulha no palheiro".
É esse o grande mérito de Soares. Dar voz aos muitos que morreram e que porventura não alcançaram essa sorte ou esse consolo. E esse consolo e essa sorte, tem um nome: L I B E R D A D E e ter ou possuir a alegria de a ter perto e usufruir dela, de forma positiva e respeitosa.
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