sábado, 22 de outubro de 2011

MUITOS AUTORES, ALGUNS ACTORES E POUCOS ESCRITORES

Nada ou bem pouco, corre bem, neste paraíso à beira mar plantado, que se chama Portugal.
 Vive-se um dia-a-dia de mãos  vazias ou   cheias de nada.
Para onde vamos ou para onde queremos  ir?
E vamos preenchendo estes dias, umas vezes longos e  sem graça, outras, vagos e sem rumo, mas sempre  efémeros, recorrendo à alienação tecnológica,  ao dolce far niente, à dentada  psicológica, ao recurso  de mistificar  a verdade, (com a verdade me enganas), ao drible  oportuno e viscoso, e ela ( vida), desliza , imperturbável e impassível,  à espera da outra face do poliedro, aquela roda dentada que vai despejando os seus incautos locatários, na frieza da terra.
E não há dinheiro, riqueza,  fortuna, que  a pague, atrase,   ou derrube.
Vive-se a miséria da fatalidade!
E rir é o grande e o melhor remédio. Ou então o cultivo de uma ampla gastronomia, sintética,  regada e atempada, de vinhos finíssimos e sangues variados, levando uma vida fútil, como se de uma peça de   Moliére se tratasse. 
Cómica? Trágica? Melodrama, sem principio e sem se pensar no  fim?
Ordem para desertar, é o que nos espera. 
Mas qual o mal maior? Será o homem, que curiosamente dizem ser a obra máxima da Criação. 
Qual Criação?!
Ora bolas! A ser verdade, sinto-me envergonhado. Ou melhor: sinto vergonha de ser humano.
Penso que a solução será mesmo  outra. Estou a pensar por exemplo, no culto da ignorância, aquilo que mais se cultiva neste momento e neste país, mesmo com tanto canudo à solta e cirandando à volta.... E nem me falem de burrice, porque o burro comparativamente, dá assustadoras lições de civismo a esse ser garboso, que se chama homem,   sobretudo de abnegação e  trabalho. E não tem TV, nem impostos, nem poetas, nem escritores, nem Iva, nem telemóvel, nem  computador, nem preocupações sociais, nem um tecto para se abrigar ou uma encherga para se aconchegar,  nem sequer uma côdea para roer. Vive e convive com a dor diariamente,  mas não se queixa...Que lição!
Quanto a escritores...Alguém os viu? E não nos faltam livros, com caras novas a subscrevê-los, às vezes fotos q.b....Autores? Sim, muitos. Actores? Sim, alguns, sobretudo da nobre arte da política. Escritores? A esta não lhes vou responder... 


Se tiverem uma cara  diariamente na televisão ou em outro malfadado meio de comunicação...talvez, mesmo que ninguém perca tempo com eles...É caso para perguntar. Valerá a pena?
O quê? Viver? Escrever?  Ou ler essa gente? 

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