Não faz muito tempo, que andei pela vizinha Ilha Terceira, e constatei, aliás o que era já de meu conhecimento, que os terceirenses, têm, para além de muitas, uma virtude que por cá, na Ilha do Faial, não se cultiva.
Essa "virtude" chama-se auto-estima, melhor dizendo, gostam de si, dos seus, da sua história, da sua memória, de tudo o que de mais íntimo lhes diz respeito ou possa dizer.
Certo dia passei casualmente pelo Museu, e lá estava a letras gordas e garrafais, uma homenagem, e bem merecida, a José Afonso.
José Afonso, "rapaz" pouco mais velho do que eu, foi um assíduo homem dos jornais do meu tempo, tempo em que pouca gente se "aventurava" pelos meandros da escrita, a não ser para dar uma "palmadinha" aos barões do regime.
Ángra do Heroismo possuía nessa altura, dois diários: O "Diário Insular", porventura mais conservador, e "A União" jornal já extinto, que, embora pertencendo à Diocese, era bem mais "liberal".
Na Horta, acontecia exactamente o contrtário. Também os jornais eram dois, "O Telégrafo" ( este com mais de cem anos de publicação ininterrupta, ingloriamente desaparecido) e o "Correio da Horta" cpm bem mais de meio século, também ele desactivado. O primeiro, nitidamente mais "à esquerda", o segundo, mais conservador.
Vários, para não dizer muitos, foram os artigos transcritos de "O Telégrafo" para "A União" e vice-versa, alguns da minha modesta e humilde autoria.
Por isso mesmo, éramos camaradas, (palavra sacrílega nesse tempo), embora escrevendo em jornais de ilhas diferentes. E isto para dizer, que não éramos únicos; que havia mais gente a escrever ( não muita, já que às vezes doía), por cá e por lá.. Alguma dessa gente, tal como ele, já partiu. Gente, que se calhar merecia ser mais recordada. Não vou citar nomes, nem vou recordar "façanhas", embora me apeteça.
Nem vou sugerir homenagens, nem medalhões. Essas estão resguardadas para a classe política, sobretudo aquela que estava invisível ou surgiu após o 25 de Abril.
Copiar a Ilha Terceira, talvez não em tudo, mas nesta matéria, acho que sim; que
estão muito melhor do que nós. Ao menos honram ou fazem por honrar a sua história e a sua gente , "coisa" que por cá, não se sabe, se desconhece ou ou já esqueceu....
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QUANDO AS LETRAS SÃO IMAGENS
sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
terça-feira, 23 de dezembro de 2014
O Diagnóstico do Papa Francisco
O Chefe da Igreja Católica Romana, cada vez mais nos surpreende. Desta vez, olhando para dentro da sua própria casa, uma casa de há muito a necessitar de "uma limpeza intelectual" , e aderir ao que Cristo, nos deixou nos Evangelhos, quer sinópticos, quer Joaninos, quer ainda noutros, que a própria Igreja em Concilio, nos cerceou.
As 15 doenças por ele apontadas, afinal um recado para toda a comunidade, a começar pelos seus "santos chefes", é de uma agudeza e de uma acutilância, que merece da minha parte, a concordância e até um "bravo", que atinge o seu ponto mais alto, ao dizer que a igreja (referindo-se obviamente aos que a dirigem), sofre da doença de Alzeimer intelectual, e que toda ela está imbuída de sentimentos de imortalidade, verdades que ninguém ousa trazer à superficie da realidade, mas que são a verdade, neste século que ora se inicia.
É mais um passo que FRANCISO dá em frente, para acreditar o catolicismo, tão carente deste e de outros desassombros que merecem, carecem e precisam de ser desmistificados.
Ele próprio termina dizendo para o seu "exército": os padres são como os aviões: Só "passam" a notícia, quando caiem..." isto para nos transmitir, também ele, que há aviões a cair ou na eminência de o acontecer no seio da sua comunidade".
Palavras e pensamento que para além de as subscrever, algumas vezes as tenho aflorado oralmente e por escrito.
Obrigado Papa Francisco, estás
As 15 doenças por ele apontadas, afinal um recado para toda a comunidade, a começar pelos seus "santos chefes", é de uma agudeza e de uma acutilância, que merece da minha parte, a concordância e até um "bravo", que atinge o seu ponto mais alto, ao dizer que a igreja (referindo-se obviamente aos que a dirigem), sofre da doença de Alzeimer intelectual, e que toda ela está imbuída de sentimentos de imortalidade, verdades que ninguém ousa trazer à superficie da realidade, mas que são a verdade, neste século que ora se inicia.
É mais um passo que FRANCISO dá em frente, para acreditar o catolicismo, tão carente deste e de outros desassombros que merecem, carecem e precisam de ser desmistificados.
Ele próprio termina dizendo para o seu "exército": os padres são como os aviões: Só "passam" a notícia, quando caiem..." isto para nos transmitir, também ele, que há aviões a cair ou na eminência de o acontecer no seio da sua comunidade".
Palavras e pensamento que para além de as subscrever, algumas vezes as tenho aflorado oralmente e por escrito.
Obrigado Papa Francisco, estás
sábado, 20 de dezembro de 2014
ESTÁTUAS? ORA BOLAS...
Poder ver a sua própria figura, num andor, numa praça ou no cimo de uma escada e de um pedestal marmóreo, não é para todos. Poder fazê-lo em vida, só para alguns. E os futebolistas estão a ser uma excepção à regra, e mesmo esses, muito poucos conseguiram, apenas dois: Eusébio da Silva Ferreira, um deus para os fãs do "Glorioso"; e Ronaldo, outro deusinho, porque muito mais novinho, para os amantes do Bailinho.
Aí há uns anos atrás, as estátuas estavam "reservadas" aos estadistas, escritores, poetas, humanistas, artistas, gente que deixara obra, por toda uma vida dedicada a causas nobres, à cultura, à ciência, à arte, mas atenção: só depois de mortos...
Agora chegou a vez de as apascentar (as estátuas), ainda vivos os seus patronos; e são os futebolistas, os que têm a primazia, como lhes compete, (jogadores que são), de dar o pontapé de saída.
Admiro-me bastante não serem os políticos, muito embora sabendo-se que eles lá estarão por detrás dessas e de outras bizarrias...
É caso para dizer: ora bolas!
E já que de bolas estamos falando, temos que admitir, que assim vai o mundo.
Os conceitos e os valores vão-se alterando. E vão se alterar tanto, que o próprio merceeiro, também terá democraticamente direito à sua estátua
Porque não? Se ele até paga os seus impostos?.
Aí há uns anos atrás, as estátuas estavam "reservadas" aos estadistas, escritores, poetas, humanistas, artistas, gente que deixara obra, por toda uma vida dedicada a causas nobres, à cultura, à ciência, à arte, mas atenção: só depois de mortos...
Agora chegou a vez de as apascentar (as estátuas), ainda vivos os seus patronos; e são os futebolistas, os que têm a primazia, como lhes compete, (jogadores que são), de dar o pontapé de saída.
Admiro-me bastante não serem os políticos, muito embora sabendo-se que eles lá estarão por detrás dessas e de outras bizarrias...
É caso para dizer: ora bolas!
E já que de bolas estamos falando, temos que admitir, que assim vai o mundo.
Os conceitos e os valores vão-se alterando. E vão se alterar tanto, que o próprio merceeiro, também terá democraticamente direito à sua estátua
Porque não? Se ele até paga os seus impostos?.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
NESTE NATAL, NÃO ME ENVERGONHO DE DIZER, QUE SINTO "FOME", NÃO DE SONHAR, MAS DE CHORAR...
Não me envergonho de proclamar aos quatro ventos, que sinto fome de chorar.
Chorar por tudo o que se passa e passou à minha volta. Pela família que foi desaparecendo. Pelos amigos que perdi e que não voltam mais.
Este ano de 2014 foi um espaço doloroso, em que as desistências e as perdições foram mais do que muitas.
Ao toque de reunir da memória, apenas enxergo uma réstea dos "mancebos" do meu tempo.
Vejo-as sorridentes, envolvidos na "lufa-lufa" penosa, do dia-a-dia, ora criando filhos e lutando pela sobrevivência, ora, e logo depois, arcando com as preocupações quanto aos seus futuros.
Mais tarde, a tão almejada reforma. E depois, e lá mais para o fim, o arrumar das botas ou o arrumar impiedoso "na gaveta", para a grande maioria e até a indignidade. Depois a partida...ignara, vil, silenciosa, às vezes redentora, restando para consolo da turba e de uma vida inteira, umas cínicas linhas, ou um laudatório, a sintetizar toda uma vida, num periódico da terra, numa emissora ou TV local mais "complacente", por vezes, nem isso, apenas silêncio para sempre.
É por isso que aqui estou, sem mencionar nomes, sem apregoar façanhas ou feitos, de mente aberta e compassiva, debruçado nas suas memórias, para lhes agradeecer e dizer que cumpriram a escalada, simultaneamente bela e brutal, toda ela que se chamou Vida.
Por tudo isso, neste findar de ano, peço que me deixem, não sonhar, mas chorar.
Onde quer que estejam todos esses entes, a quem rendo o meu preito, o meu eterno e devotado abraço de
solidão e eterna saudade.
Admirador de sempre
Humberto Moura
.
Chorar por tudo o que se passa e passou à minha volta. Pela família que foi desaparecendo. Pelos amigos que perdi e que não voltam mais.
Este ano de 2014 foi um espaço doloroso, em que as desistências e as perdições foram mais do que muitas.
Ao toque de reunir da memória, apenas enxergo uma réstea dos "mancebos" do meu tempo.
Vejo-as sorridentes, envolvidos na "lufa-lufa" penosa, do dia-a-dia, ora criando filhos e lutando pela sobrevivência, ora, e logo depois, arcando com as preocupações quanto aos seus futuros.
Mais tarde, a tão almejada reforma. E depois, e lá mais para o fim, o arrumar das botas ou o arrumar impiedoso "na gaveta", para a grande maioria e até a indignidade. Depois a partida...ignara, vil, silenciosa, às vezes redentora, restando para consolo da turba e de uma vida inteira, umas cínicas linhas, ou um laudatório, a sintetizar toda uma vida, num periódico da terra, numa emissora ou TV local mais "complacente", por vezes, nem isso, apenas silêncio para sempre.
É por isso que aqui estou, sem mencionar nomes, sem apregoar façanhas ou feitos, de mente aberta e compassiva, debruçado nas suas memórias, para lhes agradeecer e dizer que cumpriram a escalada, simultaneamente bela e brutal, toda ela que se chamou Vida.
Por tudo isso, neste findar de ano, peço que me deixem, não sonhar, mas chorar.
Onde quer que estejam todos esses entes, a quem rendo o meu preito, o meu eterno e devotado abraço de
solidão e eterna saudade.
Admirador de sempre
Humberto Moura
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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
A MESMA MENTALIDADE RETRÓGADA
Rebuscando na memória, posso, sem esforço, recordar momentos de orgulho e respeito, que senti, ao ler e reler, a "gesta" portuguesa, desde a sua fundação, a partir de um minúsculo rectânguo-, o Condado Portucalense-, insignificante pertença de "nuestros hermanos", passando pelos descobrimentos, e toda a sua gigantesca história, a sua singular cultura, não esquecendo a língua, considerando-a como a sua grande e maior obra,
Mas tantas vão sendo as arbitrariedades, as faltas de bom senso e de carácter, as incoerências e o desrespeito por essa própria história, que me atrevo. a dizer, que estou a sentir vergonha de ser português.
Com os anos que temos como nação soberana, (seguramente uma das mais velhas da Europa), não deveríamos copiar ninguém, mas antes servir de exemplo e exigirmos a nós próprios, ser esse exemplo.
Não vou advogar a tese do Quinto Império, nem sequer o sonho do Pe. António Vieira. Longe disso.
A mágoa que sinto, é que Portugal ou a sua gente, não consegue entender um regime - o democrático - que abraçou ou lhe deram à mão-beijada.
Vivemos entre meios e extremos. Ou vamos à caça. Ou somos os caçados.
Presentemente Portugal é um país politizado no seu sentido mais pejorativo. As grandes paixões repartem-se pela política, pela religião e pelo futebol. O fado, como forma de exorcizar a sorte ou a má sorte, foi perdendo terreno, para dar lugar à política.
Pode já não ser o país dos três FFF, mas a mentalidade contínua igual e a mesma:
tacanha e provinciana, volta-não-volta, com laivos de malvadez...E isto aplica-se mais, aos graudos os comummente ditos "de cima",
do que aos que "militam" mais cá por baixo"...
Mas tantas vão sendo as arbitrariedades, as faltas de bom senso e de carácter, as incoerências e o desrespeito por essa própria história, que me atrevo. a dizer, que estou a sentir vergonha de ser português.
Com os anos que temos como nação soberana, (seguramente uma das mais velhas da Europa), não deveríamos copiar ninguém, mas antes servir de exemplo e exigirmos a nós próprios, ser esse exemplo.
Não vou advogar a tese do Quinto Império, nem sequer o sonho do Pe. António Vieira. Longe disso.
A mágoa que sinto, é que Portugal ou a sua gente, não consegue entender um regime - o democrático - que abraçou ou lhe deram à mão-beijada.
Vivemos entre meios e extremos. Ou vamos à caça. Ou somos os caçados.
Presentemente Portugal é um país politizado no seu sentido mais pejorativo. As grandes paixões repartem-se pela política, pela religião e pelo futebol. O fado, como forma de exorcizar a sorte ou a má sorte, foi perdendo terreno, para dar lugar à política.
Pode já não ser o país dos três FFF, mas a mentalidade contínua igual e a mesma:
tacanha e provinciana, volta-não-volta, com laivos de malvadez...E isto aplica-se mais, aos graudos os comummente ditos "de cima",
do que aos que "militam" mais cá por baixo"...
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
OS MIMOS
Que se saiba, nunca um governo eleito democraticamente em Portugal, mereceu tantos "mimos", apupos, atenções , e comiseração por parte de alguns sectores mais "eloquentes" da sociedade, nomedamente dos seus próprios correligionários, e isto duga-se, desde o liberalismo, época em que a Liberdade tomou o seu maior fôlego e dimensão, passando pela primeira e segunda Repúblicas, desembocando neste conturbado século - o XXI-, como o que agora viceja no areópago português.
Desde o intrépido e musculado Soares, ao eterno e truculento Jardim, transitando pelo "erudito" e indegeste Pacheco Pereira, todos vão dedilhando a seu modo, e a seu jeito e talento, "augúrios de boa sorte", ao heróico Passos Coelho e seus mais directos e ilustres comparsas.
São arremedos e ditos, ao que parece, que não o incomodam minimamente, tal a paixão com que ele, e seus pares, se entregam à tarefa de "governar", perdão, de cortar, dedilhando em tudo que seja dinheiro, principalmente nos "ricaços" da comiseranda e descamisada função pública.
E mesmo com o Constitucional à perna, é um vê-se-te-avias quando a inconstitucionalidade, (o que se tornou, regra e hábito), vem a terreioro ou bate à porta.
Fazem-se os cortes e a velha máquina de calcular, não se cansa, nem se farta. O dito cujo chega mesmo a dizer, que as soluções não se esgotam. Quem se esgota, muito naturtalmente, e ao que parece, são as pessoas ou ele é que as vai esgotando.
Soares no dia do seu 90º. aniversário, não se coibuiu de atirar mais uns mimos e umas pedradas, logo secundado por Jardim.
País de cócoras, gestão ruinosa e desumana, e algumas mais, diga-se, verdades, que em período natalício, com mesa mais vazia e futuro mais cinzento, dá para reflectir.
Mas seja lá como for, é um governo de jovens, rapazolas inventores de uma nova e estranha forma de estar e de ser, que também e comigo, não faz gala, não vai com a minha cara, nem dá para para inquirir, se quero ir por aí...
Mas como a vida é curta e a mente humana também, apetece-me mandar toda essa gentinha toda, aprender, ganhar experiência e depois, logo se vê...Assim não!!! Nem para o céu...com eles e seus pares...
Mas como é Natal as BOAS FESTAS são requeridas, mesmo aos que têm a bariga vazia...Esses
se calhar nem fazem parte desse malfadado lote de criaturas humanas (serão mesmo?),...
que manda ou recebe Boas Festas...com sabor a tristeza.
.
Desde o intrépido e musculado Soares, ao eterno e truculento Jardim, transitando pelo "erudito" e indegeste Pacheco Pereira, todos vão dedilhando a seu modo, e a seu jeito e talento, "augúrios de boa sorte", ao heróico Passos Coelho e seus mais directos e ilustres comparsas.
São arremedos e ditos, ao que parece, que não o incomodam minimamente, tal a paixão com que ele, e seus pares, se entregam à tarefa de "governar", perdão, de cortar, dedilhando em tudo que seja dinheiro, principalmente nos "ricaços" da comiseranda e descamisada função pública.
E mesmo com o Constitucional à perna, é um vê-se-te-avias quando a inconstitucionalidade, (o que se tornou, regra e hábito), vem a terreioro ou bate à porta.
Fazem-se os cortes e a velha máquina de calcular, não se cansa, nem se farta. O dito cujo chega mesmo a dizer, que as soluções não se esgotam. Quem se esgota, muito naturtalmente, e ao que parece, são as pessoas ou ele é que as vai esgotando.
Soares no dia do seu 90º. aniversário, não se coibuiu de atirar mais uns mimos e umas pedradas, logo secundado por Jardim.
País de cócoras, gestão ruinosa e desumana, e algumas mais, diga-se, verdades, que em período natalício, com mesa mais vazia e futuro mais cinzento, dá para reflectir.
Mas seja lá como for, é um governo de jovens, rapazolas inventores de uma nova e estranha forma de estar e de ser, que também e comigo, não faz gala, não vai com a minha cara, nem dá para para inquirir, se quero ir por aí...
Mas como a vida é curta e a mente humana também, apetece-me mandar toda essa gentinha toda, aprender, ganhar experiência e depois, logo se vê...Assim não!!! Nem para o céu...com eles e seus pares...
Mas como é Natal as BOAS FESTAS são requeridas, mesmo aos que têm a bariga vazia...Esses
se calhar nem fazem parte desse malfadado lote de criaturas humanas (serão mesmo?),...
que manda ou recebe Boas Festas...com sabor a tristeza.
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