sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

HONRAR AS PESSOAS É HONRAR A HISTÓRIA. A AUTO-ESTIMA DE QUE O FAIAL PRECISA

Não faz muito tempo,  que andei pela vizinha Ilha Terceira, e constatei, aliás o que era já de meu conhecimento, que os terceirenses, têm, para além de muitas, uma virtude que por cá,  na Ilha do Faial, não se cultiva.
Essa "virtude" chama-se auto-estima, melhor dizendo, gostam de si, dos seus, da sua história, da sua memória, de tudo o que de mais íntimo lhes diz respeito ou possa dizer.
Certo dia passei casualmente pelo Museu, e lá estava a letras gordas e  garrafais, uma homenagem, e bem merecida,  a José Afonso.
José Afonso, "rapaz"  pouco mais velho do que eu, foi um assíduo homem dos jornais do meu tempo, tempo em que pouca gente se "aventurava" pelos meandros da escrita, a não ser  para dar uma "palmadinha" aos barões do regime.
Ángra do Heroismo possuía nessa altura, dois diários: O "Diário Insular", porventura mais conservador, e "A União" jornal já extinto, que, embora pertencendo à Diocese, era bem mais "liberal".
Na Horta, acontecia exactamente o contrtário. Também os jornais eram dois, "O Telégrafo" ( este com mais de cem anos de publicação ininterrupta, ingloriamente desaparecido) e o "Correio da Horta" cpm bem mais de meio século, também ele  desactivado. O primeiro, nitidamente mais "à esquerda",  o segundo,   mais conservador.
Vários, para não dizer muitos, foram os artigos transcritos de "O Telégrafo" para "A União" e vice-versa, alguns da minha modesta e    humilde autoria.
Por isso mesmo, éramos camaradas, (palavra sacrílega nesse tempo),  embora escrevendo em jornais de ilhas diferentes. E isto para dizer, que não éramos únicos; que havia mais gente a escrever ( não muita, já que às vezes doía), por cá e por lá.. Alguma dessa gente, tal como ele, já partiu. Gente, que se calhar merecia ser mais recordada. Não vou citar nomes, nem vou recordar "façanhas", embora me apeteça.
Nem vou sugerir homenagens, nem medalhões. Essas estão  resguardadas para a classe política,  sobretudo aquela que estava invisível ou surgiu após o 25 de Abril.
 Copiar a Ilha Terceira, talvez não  em tudo, mas nesta matéria, acho que sim; que
estão muito melhor do que nós. Ao menos honram ou fazem por honrar a sua história e a sua gente , "coisa" que por cá,  não se  sabe, se desconhece ou ou já esqueceu....


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