Não me envergonho de proclamar aos quatro ventos, que sinto fome de chorar.
Chorar por tudo o que se passa e passou à minha volta. Pela família que foi desaparecendo. Pelos amigos que perdi e que não voltam mais.
Este ano de 2014 foi um espaço doloroso, em que as desistências e as perdições foram mais do que muitas.
Ao toque de reunir da memória, apenas enxergo uma réstea dos "mancebos" do meu tempo.
Vejo-as sorridentes, envolvidos na "lufa-lufa" penosa, do dia-a-dia, ora criando filhos e lutando pela sobrevivência, ora, e logo depois, arcando com as preocupações quanto aos seus futuros.
Mais tarde, a tão almejada reforma. E depois, e lá mais para o fim, o arrumar das botas ou o arrumar impiedoso "na gaveta", para a grande maioria e até a indignidade. Depois a partida...ignara, vil, silenciosa, às vezes redentora, restando para consolo da turba e de uma vida inteira, umas cínicas linhas, ou um laudatório, a sintetizar toda uma vida, num periódico da terra, numa emissora ou TV local mais "complacente", por vezes, nem isso, apenas silêncio para sempre.
É por isso que aqui estou, sem mencionar nomes, sem apregoar façanhas ou feitos, de mente aberta e compassiva, debruçado nas suas memórias, para lhes agradeecer e dizer que cumpriram a escalada, simultaneamente bela e brutal, toda ela que se chamou Vida.
Por tudo isso, neste findar de ano, peço que me deixem, não sonhar, mas chorar.
Onde quer que estejam todos esses entes, a quem rendo o meu preito, o meu eterno e devotado abraço de
solidão e eterna saudade.
Admirador de sempre
Humberto Moura
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