quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

NESTE NATAL, NÃO ME ENVERGONHO DE DIZER, QUE SINTO "FOME", NÃO DE SONHAR, MAS DE CHORAR...

Não me envergonho de proclamar aos quatro ventos,  que sinto fome de chorar.
Chorar por tudo o que se passa e passou à minha volta. Pela família que foi desaparecendo. Pelos amigos que perdi e que não voltam mais.
Este ano de 2014 foi  um espaço doloroso,   em que as desistências e as perdições foram mais do que  muitas.
Ao toque de reunir da  memória,  apenas enxergo uma réstea dos "mancebos" do meu tempo.
Vejo-as sorridentes, envolvidos na "lufa-lufa"  penosa, do dia-a-dia, ora criando filhos e lutando pela sobrevivência, ora, e logo depois, arcando com as  preocupações quanto aos seus futuros.
Mais tarde,  a tão almejada reforma. E   depois, e lá mais para o fim, o arrumar das botas ou o arrumar impiedoso "na gaveta", para a grande maioria e até a indignidade. Depois a partida...ignara, vil, silenciosa, às vezes redentora,  restando para consolo da turba e de uma vida inteira, umas cínicas linhas, ou um  laudatório, a sintetizar toda uma vida,  num periódico da terra, numa emissora ou TV local mais "complacente",  por vezes, nem isso, apenas silêncio para sempre.
É por isso que aqui estou, sem mencionar nomes, sem apregoar façanhas ou feitos, de mente aberta e compassiva, debruçado nas suas memórias,  para lhes agradeecer e dizer que cumpriram a escalada, simultaneamente bela e brutal,  toda ela que se chamou Vida.
Por tudo isso, neste findar de ano, peço que me deixem, não sonhar, mas chorar.
Onde quer que estejam todos esses entes, a quem rendo o meu preito, o meu eterno e devotado abraço de
solidão e  eterna saudade.

Admirador de sempre

Humberto Moura

.



Sem comentários:

Enviar um comentário