domingo, 26 de agosto de 2018

REBOBINAR O TEMPO

Precisamente  fazem hoje   84 anos e umas horas ( dia 26 de Agosto de 2018, e um domingo, tal e  como hoje) nascia no número 5 da rua da Praia dos Santos, freguesia de São Roque,  Ponta Delgada, um individuo do sexo masculino, a quem deram o nome de Humberto Victor, provavelmente em memória de um "malogrado" rei Italiano, pertencente à casa de Saboia, em evidencia no tempo (1934), na  insípida comunicação social.
Era uma criança irrequieta, que tinha a particularidade de ter "vindo substituir" um irmão mais velho  que morrera um ano antes, de nome Armando, criança linda ao que se dizia, enquanto ao que também se dizia, o que o viera substituir não  ser assim,  tão bem dotado,  pelo menos fisicamente.
E o tal Humberto Victor, passou a ser sempre diferente aos olhos da mãe, e  sem se saber ao certo,  se este "diferente" significava  melhor ou exatamente o contrário, e a dúvida ficou sem explicação à posteriori. Sabia-se apenas pela sua voz ou sensibilidade de mãe, que era diferente dos irmãos e até dos  da sua idade.
Uma história sem muito interesse e até  muita graça, não fosse a criança, que nascera franzina, uma referência mais tarde,  de energia, em tudo o que exigisse perseverança, sacrifício já que o seu treino favorito era carrejar calhaus para reconstruir as paredes do seu quintal, que anteriormente fora uma estufa de ananases, e que as invernias açorianas e o seu  mar " flagelador, por vezes brutal ", derrubava todos os invernos, e também, no campo atlético sobretudo, a evidencia em saltos e em ginástica, o que se transtornara   mais tarde, em homem dedicado à luta nos  jornais e na escrita, terminando em contador de histórias,  verdadeiro contador de histórias, na crónica, no  conto, na  novela e no romance, sem nunca descuidar uma propensão poética congénita muito enternecedora  nos verdes anos.

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

QUANDO A LOUCURA ANDA POR PERTO

A Democracia que temos; a que não temos; a que desejamos e que desejávamos e que se calhar, nunca vamos ter?
Louvável, a viragem ocorrida com o  25 de Abril de 1974.
Alguns dos ideólogos e protagonistas, são do meu tempo da chamada  "tropa". Tinham a ideia, (aquela  que eu tinha também  na altura), de que a democracia era a solução "para  tudo", quer em termos políticos, quer em termos sociais, quer como forma de vivência da própria comunidade humana. Por mim continuo pensando que tinham, que tínhamos razão. Só que a realidade não é bem assim, nem a mesmo coisa. A aspiração máxima em democracia, é alcançar a Liberdade, a liberdade de expressão, de opinião,  nas suas mais escorreitas e elementares formas. E isto se calhar foi conseguido. Só que os "escolhos" foram surgindo  e  são imensos, dada a complexidade do ser humano, e essa liberdade, tão ciosamente e até penosamente conquistada, está a ser "infiltrada", por loucuras e excessos de confiança e de toda a ordem.
E é verificar o que se passa.
A loucura  tomou a frente e a vanguarda, com dirigentes "democraticamente eleitos" e loucamente agarrados ao poder, porque foram eleitos por formas consideradas democráticas. E então surgiu o "vale tudo", à sombra do voto e do sufrágio directo e universal.
 O  país actualmente mais poderoso da Terra, por exemplo,  tem à sua frente a comandá-lo, alguém que perfila este tipo de "pensamento democrático".
E algumas instituições credíveis, da comunidade humana, vão-lhe seguindo o exemplo. Até a própria justiça, não sabe, ou não quer ser justiça ou no mínimo, ser justa. Tem indecisões. Tratamentos dúbios; demoras excessivas; vazios na sua actuação.
Estamos a trilhar um período "único" na história do mundo: um período de desconfiança: nas pessoas, nas instituições. Na própria concepção, entre o  certo e o errado; entre o bem e o mal, perto, muito perto, do "salve-se quem puder".
Em muito menor dimensão e de muito menores efeitos globalmente "danosos" de "loucos à solta", temos o exemplo do ex ou actual (?),
Presidente do Sporting Clube de Portugal. Estoirou o clube, fazendo crer, que "por amor",  o vale tudo justifica-se, até que seja destruir o que levou mais de cem anos,  a construir...
Fico com a impressão de que trilhamos ou iniciamos,  uma era, que se encaminha ou caminha,  para uma  espécie de princípio de fim,  a nível global, que transbordou para o regional e local. Perderam-se conceitos, referências, exemplos. E isto gerou e gera o desinteresse, a alienação, o "aproveita" que amanhã já não estou cá. É a vida ao milímetro, o principio do soluço, ou o findar do sonho, sem o iniciar.
E que para endireitar tudo "isto", quanto a mim, (tenho para mim, como dizia o meu saudoso amigo Júlio da Rosa) é preciso recuperar duas coisas muito simples: a seriedade e o respeito, que desapareceu ou desapareceram dos horizontes desta obra "magnificente", que se chama vida.
Cultura e Fé, podem ser achegas ou alternativas, nunca perdendo de vista a Morte, algo que deve ser combatido, investigado sempre , até...que ela se extinga ou diminua, e isto  até às últimas "consequências".





PS- Aconselho a leitura do meu derradeiro "livreco" "Sinais de Infinito" que anda pelas  500 paginas motivar" alguém a lê-lo, para seu e nosso bem. Não foi tarefa fácil, quase sete anos.
É  que o "dito cujo" pode motivar-te a encarares a vida de outra forma, se calhar ainda pouco ou mal conseguida.
Recordo que a leitura é um forma de combater a loucura, recorrendo à própria, que galopa neste pequenito astro  a velocidades supersónicas e estonteantes, e a que deram nome Terra e que vai desde o espaço sideral , aos campos de futebol, aos parlamentos dos países ditos mais  evoluídos, e recordo-te que é na morte que tudo acaba e que tudo pode recomeçar, principalmente no vivido e no sentido no teu próprio trajeto de VIDA.

terça-feira, 7 de agosto de 2018

EM TEMPO DE FESTA, UMA REFLEXÃO NÃO FICARIA MAL

Em tempo de festa como agora, em que a "Semana do Mar" atinge o seu grande e maior grau de  fulgor(?),   é altura, em que se torna  obrigatório (e  permitido), fazer uma reflexão, mesmo que "cheire" a critica séria, sobre a nossa terra, a nossa história, o que acaso teremos de menos mau ou  menos bom, para dar, oferecer e vender. Torna-se mesmo quase obrigatório, uma reflexão, que mais não seja para fazermos um balanço sumário e para entendermos o que somos como gente, o que vamos ser ou até o que queremos ser. É costumo dizer-se que o futuro a Deus pertence,  o que me parece   exagero de confiança ou pior,   desinteresse mal assumido. Daí um olhar critico à nossa terra, ao Faial, (considero-a minha, embora não tenha por cá visto a primeira luz do dia), o que não me retira, nem me belisca  autoridade, para esta afirmação,  cito até a  de alguém, que a podia dissertar mais à vontade, dada a sua posição e era também um estranja como eu: fixei-me aqui, dizia,  por gostar desta terra: e fixei-me, voluntariamente. Vocês nasceram...Foram naturalmente   "obrigados", isto para não dizer "coagidos".
Costumo dizer, e já o faço há algumas dezenas de anos, que o Faial e a Horta em particular, é alguém mal amado pelos seus "inquilinos", isto para dizer, que pouca gente está sensibilizada para o seu valor, o que teve ou o que ainda  tem. Passou-se apressadamente um mata-borrão por cima de tudo isto: da memória, das pessoas,  dos factos,  das coisas, e continua-se adoptando este processo, ou melhor, invertendo-o  e que é  a realidade bem pior. Já o meu  amigo Rogério Gonçalves, um "aristocrata" da pena, dizia: A Horta é a terra da "coisa" rara. Isto  para dizer, que se faz um "escarcéu" e um barulho,  maioria das vezes, por nada e logo   de seguida se esquece o que é importante e está mal, à vista de todos..
Esta quanto a mim, é  a tal  teoria da "coisa rara".
Um exemplo prático: a Cultura, sempre bem esculpida nas lapelas dos políticos. Este é como sabemos,  um meio pequeno: pequeno demais  em quase tudo, mas culturalmente houve e há gente que, contra  tudo, vai  fazendo a sua caminhada e  alguma "coisa", muitas vezes com esforços redobrados, em dinheiro, em tempo, em dedicação. As ajudas não surgem de lado nenhum,  na divulgação, já que no trabalho, no tempo e no dinheiro, não ia ser fácil,  nenhum, nem dos municípios, nem das Direcções da Cultura, dos Governos regionais, Centrais, nem sequer das livrarias, que na maioria das vezes, nem se lembram da pagar aquilo que é a "mercadoria", feito a desoras e à consignação, usando do chamado "calote", à  vista desarmada. E parece que o uso tomou forma e não é só da casa.   É esta a realidade generalizada. Não há estímulo, não há interesse, nem sequer há a capacidade de escolher e saber o que está bom,  bem feito, e sobretudo o que é nosso, isto por parte de ninguém. Não se valoriza, nada! Não há apoios. Não há estímulos. Olho para as próprias montras. Não há lá nada ou o que há é muito pouco e não o mais representativo ou o melhor.
Paciência. Santa ignorância e  santa incapacidade.
Amigo que poderei considerar íntimo, que também rabiscava "umas coisas" de quem não vou dizer o nome e que cá já infelizmente já não anda,  quando se versavam  coisas destas sobre a terra, dizia-me logo: "já sei o que vais dizer: Que gostas muito do Faial, mas das pessoas... "
Tratava-se  apenas de  uma graça,  contendo  obviamente uma pitadinha de verdade e de mágoa. O que poderei dizer, é que poderíamos ser melhores, muito melhores, nesta matéria...
Sim. Sinto mágoa, mas penso que tenho feito o que posso. Levo já muitos anos disto. A Ilha é linda;  isto toda a gente   sabe e se não sabe, com os meios que existem, é porque não quer.
Até alguém, com bons  créditos e conhecido pelo seu bom senso, já  alvitrou, que ela, a Ilha, estava em divida para comigo. Eu afinal, sempre disse o contrário. Sempre fui altamente bem aceite e respeitado por isso, a divida era minha.Por isso, retribui-lhe com alguns livros.
  Não! Não está. E se está, não está pelo menos,  só para comigo. Se está, é em primeira mão,   para com  minha  querida mulher, e depois, para com muita mais gente que como  Ela adorava ou adora esta Terra. E eu apenas lhes  segui o exemplo.
Mas o  Amor vale tudo isto  e muito,   muito mais, embora, a mágoa por vezes, e volta-não-volta, teime em reviver, ou viver  em crescendo, mas nunca apagando esse amor...Bem pelo contrário.
Desculpem lá o desabafo. Mas às vezes tem de ser...O que deve ser dito, tem de ser dito.
Bem hajam os que perderam tempo a ler este pequeno desabafo.




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