quarta-feira, 15 de junho de 2011

O QUE NOS RESTA

O relativo insucesso das religiões, é o estado a que chegámos. Cada vez mais o homem é o grande predador de si e do universo ...Mas (elas) as  religiões, têm ainda um peso enorme, e talvez um papel importante, na vida quotidiana e na vivência da condição humana.
Podem até ser, em alguns casos, o barómetro da própria sociedade e da sua cultura.
É tempo de Pentecostes. É tempo de falar de Espírito Santo. E falar de Espirito Santo, é falar de partilha e de dádiva. É falar do frade calabrez Joaquim de Fiore e de Francisco de Assis - il povorelle,  o Santo da Natureza. De Alguém que deu outra dimensão ao cristianismo, porque deu tudo, renovando-o, e exorcisando a Terra como lugar de dor e  expiação para  remissão de pecados. Alguém que trazendo a divindade para a rua, chamou pela primeira vez a atenção do mundo para a grande realidade que é a criação e a vida, e que essa vida, toda ela merece ser respeitada e mais do que isso,  amada. E  que despojar-se, é partilhar, e é dar-se...
Assim foi a sua génese. Assim deverá ser a sua continuidade.
Infima parcela dessa Grande Obra e desse imenso e Eterno Infinito, o homem cada vez precisa  repensar a sua caminhada, o Espirito Santo, e a mais íntima concepção de Fiore e de  Assis.
Ao fim de um milênio,  aqui pelos Açores, santuário dessa quimera - igualdade, fraternidade, partilha - resta-nos apenas as sopas do Espírito Santo...
Pena haver algum aproveitamento...
Mas se for para assegurar essa  continuidade, que o mafarrico  não nos leve mais...
Afinal de contas, também eu gosto das sopas,  quando bem confeccionadas, claro...

Sem comentários:

Enviar um comentário