domingo, 19 de maio de 2013

HOMENAGENS, CONTRA-HOMENAGENS E AUTO-HOMENAGENS

Velho e sábio  amigo, ao falar-se de "homenagens" e talvez  rebatendo o meu próprio  espírito irrequieto e irónico,  quando surgia o tempo dessas  homenagens, sempre me dizia com um  certo  sorriso no olhar e  um  ar da sua graça: "Recebem- se,  mas  não se comentam..".
Claro, que nunca fui homem para me calar,  dar por vencido ou deixar passar em claro um desafio.  E aquilo era um desafio. Assim, e  no mesmo tom, e até  sorriso, sempre lhe dizia: ora amigo, isto   era no tempo da "outra senhora".
Mas  verdade, é que, com esta ou    outra  senhora qualquer,  (seja   ela rex pública,  ditadura,  democracia,  monarquia),  as homenagens surgiram,  vão surgindo, e  continuam para durar. São do homem, fazem parte dele. E eu concordo  com elas até certo ponto.
Porém e tal como questionava ao meu saudoso amigo, só são válidas, quando alguém  as merece,  alguém que deixou obra, que foi diferente, que fez o que pouca gente conseguiu, fez ou  foi alvo da própria mesquinhice humana ou dela se libertou. Isto para dizer, alguém que sendo igual, foi diferente.
E tal como hoje,  questionava da sua  avaliação, de como era feita, de quem a fazia ou tinha esse poder, essa virtude, essa qualificação, essa competência, essa capacidade, ou até  esse até sexto sentido.
Vinha como resposta:  havia os curriculos, as opiniões, o povo, os políticos, os governos, as autarquias, os poderes, os académicos, um rór de gente, que tudo sabe e tudo faz, mas que  não  fez ou  deixou     pouco feito  ou quase nada. Mas o povo, leia-se O ZÉ POVINHO, esse protagonista avalisado a avalisador, (quando convém),  ainda sabe menos, por isso mesmo, o meu amigo tinha razão.
As homenahgens são para se receber. Mesmo aquelas, (a grande e a maior parte), as chamadas auto-homenagens,
Aquelas feitas da família à família, à parentela, à classe,  à cor, à simpatia, ao amigo, ao chefe, ao filho, ao neto, à sogra, ao perceiro do lado  ou à parceria e irmandade. Ou àquele que leva a vida a tê-las, sem saber bem como e  porquê de as ter?
Ao passar mais um período de homenagens pelo terrítório português, o Continental, sufragando um poeta - Camões- , que quando vivo passou  fome, e aqui pelos Açores, uma festa que virou festança-,  O Espírito Santo-, malgrado a própria igreja a seu tempo ficar desagradada, e que a política aproveita e bem, apetece-me concluir: Isto é, e foi sempre igualzinho. As moscas é que são apenas  outras...




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