quinta-feira, 29 de junho de 2017

IRRACIONALIDADE?

Irracionalidade? É isso mesmo,   que estamos a assistir: tentar politicamente, arranjar "bodes expiatórios", para que as "culpas não morram solteiras", frase muito a gosto dos políticos e  suas hostes, nos tempos que vão  correndo.
Mas aí está o problema: é que neste caso particular e brutal  do incêndio de Pedrogão Grande, dada a sua dimensão,  condições naturais específicas, tudo ou quase falhou, como as próprias telecomunicações, e as comunicações em geral, e falharam e falham, e vão falhar, se não houver uma prevenção de facto, aturada e consistente, já que, e isto sabe quem durante toda a sua vida andou ligado a essas "ninharias" das telecomunicações,  agora menos "insípidas", por via  dos satélites, mas que continuam a não ter garantia total, nem são cem por cento  fidedignas. Há zonas mortas, temperaturas excessivas, zonas de sombra, condições oro-gráficas, montes e vales e o que mais a natureza e a mão humana, foram derramando  a seu bel prazer. Culpas todos as têm; o que não limpa as suas matas. O que deixa até ao último pedaço de terra, para aproveitar e colocar lá uma árvore. O que não fiscaliza e faz vista grossa à coima. O que larga uma "isca", inconsciente ou conscientemente, a mando de mão criminosa e cria destas tragédias, que se vão repetindo todos os anos pelos  Verões, há muitos  e muitos anos a esta parte
Esta, a primeira questão.
A segunda, prende-se com as chamadas privatizações do tal organismo (SIRESP)  que superintende no sector publico-privado, das ditas telecomunicações.
Note-se que a "essência" do privado, concomitantemente das parcerias publico-privadas, é o lucro e no privado tudo funciona dessa maneira. Se dá ou há lucro: atende-se. Se não dá ou não há prespetiva de o conseguir, que  vá "pentear macacos".
E logo se configura, esse reles principio afinal de desigualdade: as cidades maiores, (como Lisboa, Porto, Coimbra, etc, até Ponta Delgada, empresas com nomes sonantes, como Medis, Medicare,e outras, na área saúde, por exemplo, exibem serviços diferenciados para fazer jus ao que pagam mensalmente os seus beneficiários e justificar o nome.  
Os outros, como nós, e em outros locais mais pechinchinhos, pagam e  de nada beneficiam, Até escandalosamente, pagam sobretaxa para ter médico e enfermeiro ao domicilio,   e nem sequer há um domicilio ou a referência de um médico, para  lá se ir aviar um receituário.
E a pergunta é esta: será isso legal?
Depois fala-se de, solidariedade.
Solidariedade de quem e de quê?
Solidariedade da periferia para o Centro? Ou dos mais  pobres, para os  mais aquecidos e   privilegiados?


terça-feira, 27 de junho de 2017

A "CANALHICE", a sedução do nosso tempo

Sem querer esconder uma pitada de humor "negro", já se vê, digo, que não foi a grande  "gesta" dos descobrimentos, nem sequer a sua  longa e multifacetada história,  geradora de uma cultura apreciável e "sui generis" , a  grande obra de Portugal e a que os portugueses criaram
A sua monumental  obra, foi, de facto, a sua própria  língua.
Nascida na base da  errância, e no descobrir e dar, "novos mundos ao mundo", foi-se enriquecendo e valorizando, tornando-se num "alforge" grandioso e imenso, de ideias e sentimentos, como poucos.
E entre o imenso léxico, que  a comporta, escolhi (por acaso), um vocábulo, pouco ou raramente utilizado, mas que neste século estará na eminência e na evidência de  o ser, direi mesmo, diária e repetidamente.
E o vocábulo é : "a canalhice".
"Acanalhar", um verbo mal aconselhado por ser rude, mas muito forte e real, que significa  usar  todos   os meios,   manhas e fórmulas, para denegrir, apoucar, prejudicar, desferir golpes, "sentenciar", "assaltar" ou "tomar de assalto", até  mesmo caluniar.
E é vê-lo galhardamente, a passear de braço dado com a política, o partidarismo e a partidarite, o futebol e os futebóis e outras "fulgurâncias", que a sociedade actual vai gerando e gerindo.
A necessidade ou a crueldade, de fazer rolar cabeças, sem razão que justifique, de dizer "não" quando se aconselhava  dizer "sim", de apelar à consciência, quando ela, nem sequer existe, de vender mentiras ou meias verdades, a troco de ganhos injustos.
É altura pois de dizer : basta! Vamos ser sérios!





segunda-feira, 19 de junho de 2017

A NOTÌCIA

O outro dia, um rapaz amigo, (rapaz não,  homem, homem também não, velho  e amigo),  deu-me a noticia, que nem era já notícia;
-Sabes quem faleceu?
- Não, disse-lhe. Se calhar,  vou adivinhar. O José?
- Qual  José que estás pensando?
Fiquei a deambular pelo escuro: Josés há tantos de facto...
Ele logo se antecipou.
- É pá: O José Silva.
A confusão continuou, surda, muda, redonda,  "matreira", e o resultado foi mais um naco de silêncio: foi alguém, logo pensei, que nos deixou. Que desapareceu , sem deixar rasto. Que sofreu, que andou por aí. Que chegou "cá", tal como eu,  " nu, descalço e  pontapé no cu... (perdoem lá a rudeza, mas às vezes é "preciso"...
E comecei a pensar no que é e como se comporta "tudo isto", e sobretudo como funciona. Ou se funciona?
E recordei o Fernando Pessoa, que só agora é recordado, talvez por um rebate de consciência, por ter dito "algumas verdades, mesmo que confusas para muitos," naquele tempo", em que também ele, era  "pequenino", como  tanto ele gostava, e "gozava"  dizer, "eles mandam no mundo, e nós somos o mundo", ele que era um humilde "empregadote" de escritório, na rua dos Douradores, terceiro andar, com um Patrão, alegre e rubicundo, sabido e oportuno, vivendo o negócio dos números e dos lucros, por fora e por dentro.
E que olhava  os seus pares, como vitimas da própria vida ou da sua inteligência ou falta dela.
E recordei quem poderia ser ou ter sido, o tal José. Ou o tal Silva.
Os  Josés e/ou os Silvas, qual a  "sina",  que lhes coubera em sorte?
E olhei o mundo mais ao perto. A tal Rua dos Douradores, dos Mercadores,  dos Sofredores. dos Mártires da Pátria ou dos  Mártires, sem ela.
E pensei: Também fui "empregadote" de escritório, numa Rua parecida, mas sem douradores. Cruzei  dias e noites, com gente em busca de nadas, na esperança do nadas.
Gente afinal que nasceu morta, e morreu viva,  aguardando a gentileza ou alguma deferência ou até  compreensão, numa hora sem data e sem fim,  como esta.
E que morreu, sem que isso acontecesse
Ou, como no caso do Pessoa,  retalhos "loucos" que nos deixou de prosa, que  chegaram e ficaram, que deixaram  memória saudosa, não de felicidade, mas  tristeza, o que afinal nos deixou bem claro, que o homem,  qualquer homem, não é assim tão pequeno, como é suposto, mais ainda quando tem a ombridade de se achar como tal, isto é, pequeno,  porque é aí que ele se engrandece,   enrobustece e até cresce.
E a palavra certa, é humildade, afinal toda a pedra e toda a lava de que somos feitos, não mais do que isso:
barro e calhau rolado.

ACONTECEU

Num momento de passagem pela vida, aconteceu.
E o aconteceu, é a tragédia, é a morte, com todo o seu "coro" de tristezas, dúvidas e desilusão.
Estou a pensar no incêndio, sinistro e   brutal, que assolou a parte norte do país, para os lados de Pedrógão Grande, um local pobre, de gente a quem fora consignada a "missão", nobre ou triste, de viver. Viver de forma simples, com muito suor e dor à mistura. Desta vez foi a própria Natureza lhe , aquela mesma que lhes deu a magia da Vida, a retirar-lhes barbara e avaramente de uma assentada reduzindo-a a pó,: árvores, calor, trovoadas, secas.
A isso, chama-se desgraça.
E as desgraças acontecem, de forma por vezes inesperadas e truculentas, até aos mais felizes, novos e saudáveis.
Dá que pensar. E muito.
Falar em resignação, é difícil. Falar em tristeza, também. Mas é a realidade.
Junto a minha tristeza, a todos os que perderam os seus amados familiares, amigos, e
conhecidos.





terça-feira, 13 de junho de 2017

Direita e Esquerda: VOLVER!!
Dirão alguns. Isto é do tempo da "tropa", por onde andou o signatário alguns anos, a um tempo em que era obrigatório e até era a sério e nem fazia mal a ninguém. Outros dirão, esquerdas e direitas, são simplesmente iguais, politicamente. A classe política tem muito em comum, é uma verdade, mas isto de direitas e de esquerdas, não é bem assim.
E para não roubar tempo, a quem tem muito que fazer (o que é isso?),  ou dele precisa, apresento um exemplo "simplérrimo" para não dizer "simplório":
Neste momento "contesta-se" uma nomeação para a TAP, mais concretamente a nomeação de um seu Director. Trata-se de o homem que negociou (e se opôs), a que ela,  TAP, fosse inteira e  integralmente privatizada, como a "tal direita", tão ardentemente desejava.
Bem ou menos bem, foi conseguido 50-0/0 para o Estado, o que não sendo bom, não é mau de todo.
Pois é este o homem que a direita não quer.
Amigos! Tirem lá as suas conclusões, admitindo que a TAP durante largos anos foi bandeira deste "malfadado" país.
Afinal,  melhor, e mais seriamente pensando,  o que interessa, é a sensatez do caso.
E aí sim: há diferenças. E grandes.




sábado, 10 de junho de 2017

UM PAÍS DE AFECTOS E DE MEMÓRIAS

O Portugal em que nasci e me criei, (e vão já muitas décadas), mesmo pobre, amordaçado e triste, era e é, "alguém" que fazia, fez e faz esquecer algumas amarguras e agruras , para que o sentido de pátria e sobretudo, o país dos afectos e das memórias ( que continua sendo),  não  diminua, se altere ou esvaia.
Isto para dizer que Portugal, (os Açores incluídos, sem que isto seja desprimoroso para nada nem ninguém,  bem pelo contrario), é um país que honra e é honrado pelos seus, estejam onde estiverem.
E o Portugal a que me refiro, é sobretudo a sua língua e a sua história, algo que leva à reflexão, num país com dez milhões de habitantes,  um estreito espaço entre o grande  oceano, e a imbatível Espanha de outras eras.
E ser açoriano, é tudo isso de forma acrescida, no que se refere às amarguras e às agruras.


quarta-feira, 7 de junho de 2017

A ENTREVISTA

O Primeiro Ministro, António Costa, nesta entrevista `a SIC, não nos surpreendeu: mostrou-se, aliás como sempre,  um homem sensato, que conhece a política e tem a palavra certa, na altura certa.
É um homem inteligente, que sabe o que quer e para onde vai, contrariando algum ou alguns Primeiros Ministros que o antecederam. O mesmo se poderá dizer, do actual Presidente da República.
Algo que afinal, é bom para o país e para os portugueses.


segunda-feira, 5 de junho de 2017

ILHAS

A Ilha do Faial e  as   suas gentes,  em dia consagrado à Autonomia, à "festa" e à  "folia" do Espírito Santo, surge como algo agridoce   e  suave, às pequenas  contrariedades, que vão surgindo, no  dia-a-dia   do seu quotidiano. Até o Presidente da República, Marcelo , (uma feliz escolha do povo português),    sentiu ele próprio, na pele, aquilo que mais dificulta e "emperra", essa  consolidação, sobretudo aquela  que se deseja, isto é, que  se afirme como região, que é sobretudo devido, à descontinuidade geográfica, já que o avião em que seguia, não conseguiu aterrar no Aeroporto da Horta e teve de desviar-se para  o do Pico, em tempo útil, para que  o Presidente,  pudesse "apanhar a lancha",   celebrar o Grande Dia e também saborear, as  sopas do Espírito Santo, magníficas como sempre, estas a merecerem honras  Guiness, tal a sua profusão.
É isso. Quer se queira ou não, as   ilhas, são ilhas.  Ilhas rodeadas de mar por todos os lados, menos por um, que mesmo  com as mais valias e benesses da tecnologia actual e de todo o desenvolvimento tecnológico, continuam ilhas.
 Ilhas,  votadas ao "desencanto",  pela descontinuidade, pela geografia, pela natureza, pelo mar, pelas intempéries, pelas irregularidades meteorológicas, pelos sismos.
Claro que esses contratempos podem (e devem) ser vencidos ou no mínimo, atenuados, como no caso vertente, que com apenas mais alguns metros de pista de asfalto no aeroporto talvez se resolvesse. Outras, serão mais difíceis, quiçá impossíveis mesmo. Mas até  isto, não foi ainda encarado, apreciado ou  visto em pormenor,  
Uma Autonomia mais real,  racional e equilibrada, impõe-se. E não é por acaso, que a própria divisão administrativa, assaz muito antiga, está  a merecer  uma sacudidela, mas já assentava, nesse pressuposto, sobretudo dando realce à  proximidade, à distância, ou a ambas em conjunto.
Os Açores, e dentro dos Açores, a ilha do Faial  em particular, merece uma reflexão. A Horta era uma sede de Distrito, dos três,  que compunham a Região Açores,  Distritos Autónomos, a saber, Angra, Ponta Delgada e Horta.
Hoje apenas se contemplou  a Horta que é mono concelhia, com a sede da Assembleia Regional e um Secretaria Regional.
Já teve uma Secretaria dos Transportes e do Turismo e uma Direcção das Comunidades que lhe coube em sorte, mas isso foi "chão que deu uva".
 Mais do que  nunca, é uma terra toda ela virada para a emigração, pois não gera emprego e não fixa o que de melhor possui, a sua juventude, um "cadinho" humano, tendo como  destino a senda da saudade.
Foram-lhe retirando, palmo a palmo, e colocando tudo o que a Autonomia "achava por bem" noutras paragens, quiçá mais populosas, mais "desenvolvidas", mais apelativas ao voto,  não tão "debilitadas", porque  não tiveram o martírio das crises sísmicas tão acentuado e prolongado, um despovoamento que nunca mais se reequilibrou.
Hoje, é apenas  através do Facebook e  de outras redes sociais,    que  os seus autóctones, vão "matando"  saudades, e dedilhando-lhe" alguns, afectos  elogiosos,  e pouco mais.
Mas é pouco. Muito pouco...


quinta-feira, 1 de junho de 2017

A FEIRA DO LIVRO DEIXOU DE CÁ CHEGAR

Tempos houve em que a célebre "Feira do Livro", que se realiza todos os anos, sempre por esta altura, em Lisboa, tinha representação nossa, isto é, dos nossos livros ou seja dos livros dos nossos autores, dos nossos escritores, dos nossos poetas e refiro-me aos da Horta.
A própria Câmara se encarregava de o fazer,  para o bom nome da terra, da região, dos seus autóctones. Era uma forma de divulgar o que por cá se fazia em matéria de literatura, de escrita de livros e pensamento.Uma medida que ajudava a divulgar e a mostrar, que também e por aqui, havia Portugal, e havia (e há) escritores e
valores, e língua portuguesa (a única coisa bem feita, que os portugueses criaram, mais ainda do que a gesta dos descobrimentos), 
 e que há  quem perca suor e dinheiro, tentando enriquecer e valorizar a cultura destas terras,ainda tão distantes e tão tradicionalmente abandonadas.
Até isto acabou.
É caso para perguntar: PORQUÊ?

 












































































































































































































SERÁ POSSÍVEL?

Será possível que Donald Trump tenha sido ou seja, o homem escolhido por sufrágio, para dirigir a maior e mais bem apetrechada nação do mundo?
Violando tratados? Dizendo incoerências? Maltratando o bom senso? Gerando mesmo dúvidas, quanto à sua legal e correcta eleição?
É caso para perguntar: onde quer ele chegar? Onde quer levar o seu país?
E por último: o MUNDO?