É isso. Quer se queira ou não, as ilhas, são ilhas. Ilhas rodeadas de mar por todos os lados, menos por um, que mesmo com as mais valias e benesses da tecnologia actual e de todo o desenvolvimento tecnológico, continuam ilhas.
Ilhas, votadas ao "desencanto", pela descontinuidade, pela geografia, pela natureza, pelo mar, pelas intempéries, pelas irregularidades meteorológicas, pelos sismos.
Claro que esses contratempos podem (e devem) ser vencidos ou no mínimo, atenuados, como no caso vertente, que com apenas mais alguns metros de pista de asfalto no aeroporto talvez se resolvesse. Outras, serão mais difíceis, quiçá impossíveis mesmo. Mas até isto, não foi ainda encarado, apreciado ou visto em pormenor,
Uma Autonomia mais real, racional e equilibrada, impõe-se. E não é por acaso, que a própria divisão administrativa, assaz muito antiga, está a merecer uma sacudidela, mas já assentava, nesse pressuposto, sobretudo dando realce à proximidade, à distância, ou a ambas em conjunto.
Os Açores, e dentro dos Açores, a ilha do Faial em particular, merece uma reflexão. A Horta era uma sede de Distrito, dos três, que compunham a Região Açores, Distritos Autónomos, a saber, Angra, Ponta Delgada e Horta.
Hoje apenas se contemplou a Horta que é mono concelhia, com a sede da Assembleia Regional e um Secretaria Regional.
Já teve uma Secretaria dos Transportes e do Turismo e uma Direcção das Comunidades que lhe coube em sorte, mas isso foi "chão que deu uva".
Mais do que nunca, é uma terra toda ela virada para a emigração, pois não gera emprego e não fixa o que de melhor possui, a sua juventude, um "cadinho" humano, tendo como destino a senda da saudade.
Foram-lhe retirando, palmo a palmo, e colocando tudo o que a Autonomia "achava por bem" noutras paragens, quiçá mais populosas, mais "desenvolvidas", mais apelativas ao voto, não tão "debilitadas", porque não tiveram o martírio das crises sísmicas tão acentuado e prolongado, um despovoamento que nunca mais se reequilibrou.
Hoje, é apenas através do Facebook e de outras redes sociais, que os seus autóctones, vão "matando" saudades, e dedilhando-lhe" alguns, afectos elogiosos, e pouco mais.
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