QUANDO AS LETRAS SÃO IMAGENS
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
2012 - MAIS UM ANO A PRETO E BRANCO
Entrar pelo esquema mulifacetado da Vida, leva-nos, a um mundo maravilhoso, misterioso e esótérico, que é o terrível mundo do desvario e do pensamento, um mundo em que questionar ou interrogar-se, sobre verdades, mitos, realidades ou mistérios (que os há), ou erros estrondosos que marcaram épocas e que galgaram milénios e que hoje continuam inexplicávelmente ativos, talvez aguardando pacientemente que a mente humana se desenvolva ou se extinga para sempre, numa viagem redonda, sem princípio e sem se pensar alguma vez ter fim.
Mas atendendo, não às profecias, que são muitas, mas aos indícios que marcam a própria entrada deste milénio, a segunda hipótese, é de entre algumas, uma a ter em conta.
Isto quer dizer, que o homem caminha sem saber muito bem de onde veio e para onde vai. E mais. O que veio cá fazer? Para além da procriação-, a continuidade dessa maravilha que é a Vida-, ele adorna o seu tempo e percorre o seu espaço, com futilidades várias, que o ajumentam aos olhos de um "hipotético" Criador. Isto porque, não admira o que lhe vai em volta; não agradece o que lhe foi oferecido; não protege o que o rodeia.
Vive de futilidades. Não se interroga. Despreza ou não lhe interessa o amanhã e o futuro.
Vive de dimensões a preto e branco...
sábado, 22 de dezembro de 2012
O FIM E O PRINCIPIO....
Disseram-nos que, segundo as profecias, ontem o mundo acabava, este mundo tal como o conhecemos. Mas afinal o que aconteceu, é que ainda estamos vivos, e o mais engraçado, a chegar ao Natal.
Mas as tais profecias também dizem, que acabar o mundo, pode até não ser apenas a possibilidade de os polos se achatarem, surgirem colapsos siderais, cometas desavindos das suas órbitas, círcuitos magnéticos extemporâneos, destruição total da civilização humana. E aí está. A destruição pode ser até outra.
Mais subtil? Não. Nada disso. Mais estupidificada e grosseira. Guerra de números, por exemplo, de bens e serviços, de pistolaça a quanto obrigas, nas escolas e nas ruas, de uns comendo tudo e de outros comendo nada, de mentir e enganar a cada instante que passa os mais incrédulos ou deshgraçados, para usufruir de uma fantasmagoria que o homem inventou e dela abusa - o dinheiro.
E fico pensando. Numa altura em que parece nada resultar. Em que a política e a economia vivem momentos de descrédito, o Fim do Mundo e o Natal, não serão apenas coincidência ou um aviso à própria humanidade? O Fim do mundo pressupõe a morte, o fim da Vida.
O Natal, o nascimento-, o princípio, a esperança, a continuidade dessa Vida.
Aguardemos então a nova profecia, esperançados de que esta, ao menos tenha servido de alguma coisa...
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Por mim estou farto. Basta!
Tal como pensar na doença, pensar na crise, tal como ela hoje se apresenta, é pior e mais nefasto do que ela própria e os seus nefastos e execrandos efeitos.
A ganância de alguns, levou a este estado de coisas. É a falência da economia e da política. Pelo que se vê, nem os economistas, nem os politicos, conseguem encontrar solução. É um vê-se-te avias. E o que vemos, é cada vez mais um exercitar da usura, uma usura a servir de escudo ou a legitimar as mais vergonhosas escandaleiras, acobertadas por nomes vagamente técnicos, usados num diálogo confuso e num discurso estéril, que não conduz, nem leva a nada, nem a lado algum...Nós povo, é que temos de a encontrar
São os juros, os PIB, as agências de notação e rating, as reformas estruturais, em que sobressai as privatizações, sempre prontas a favorecer alguém...
Esta gente mais nova, nada e criada na política, engendrou e pensou numa sociedade nova, diferente, de negócios e negciatas. O próprio Estado não lhe escapa. Não é preciso Estado. O que é preciso, é fazer dinheiro de qualquer maneira e a qualquer preço, é preciso lucro. O conceito de Estado desapareceu. Agora o que está a dar, é a empresa, quanto maior, melhor.
Onde diabo foram buscar isso?
Inventaram? Porquê e para quê?
Alguém que mais saiba, me esclereça. Por mim estou farto. Basta!
Custa-me dizer: mas o tal Salazar, salazarento, (de quem eu era muito amigo), tinha certa razão, em algumas coisas.
Assim vamos ter a democracia, mas apenas para alguns...Os que governam, e os que se governam...
É preciso dizer: basta!
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
A Nossa "Jóia da Coroa"
Já, e por diversas vezes, desafiando embora a monotonia de me repetir, quer em colóquios, escritos, apresentação de livros, etc., etc., disse que os faialenses, não apenas os que "por obra e graça do Espírito Santo" nasceram nesta pequena e bela ilha do Faial, tinham (e têm) razões para se orgulhar de muita "coisa" que têm ou que vão acontecendo um pouco por toda a parte: eventos culturais, realizações sociais, obra e criação, (na música, pintura, literatura, teatro), instituições de cariz social, ensino, etc., etc., que funcionam tão regularmente e bem ou até melhor, de tudo o que conheço e há de bom, (e não há muito) neste Portugal afonsino, de brandos e suaves costumes e à beira mar plantado. E digo isto, sem puxar pelo bairrismo ôco e serôdio, que graças a Deus vicejava já no tempo da "outra senhora", um bairrismo que estraga a união destas ilhas, tão carentes de compreensão e de solidariedade, que remonta ao seu próprio achamento.
Ora, e nesse tal pacote de coisas boas, e porque não à frente de todas elas, está o Nosso Hospital da Horta. Falta-lhe, até incompreensivelmente algumas especialidades, ou artefactos técnológicos, de forma até inexplicável, (É bom perguntar isto aos políticos), mas a realidade, quer pela atitude modelar dos seus componentes, (médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar, administrativo, e todo o que compõe o seu staff mais visível ou não), merece ser exaltado, e sobretudo visto com algum carinho e até orgulho.
É a nossa "jóia da coroa".Quem por lá passa, que o diga...
Mais palavras? Para quê?
Vamos gostar mais do que temos. E Mais: VALORIZÁ-LAS.
Os outros, como fazem?
Afinal, apenas sabemos dizer mal...De tudo, até doque é bom...E nosso.
Daí a perda da auto-estima...E o pior: SEM QUALQUER RAZÃO!
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Números, num mundo em que, quem os manipula, caiu em desgraça...
Vão-se sucedendo os governos e os governinhos,
comentava meu compadre Januário. E "para pior! Sempre para pior"... O de lá e o de cá...
Olhem! Uma Ministra de um super Ministério, que nem seque conhece a humilde plantinha que dá o tomate, com três dezenas de anos de "vida "...Será a nobre plantinha do tomateiro? Da pimenteira? Da pimentinha? Do açafrão? Ou a humildérrima beringela?
Isto num governo e num lote de licenciados, de mestrados e mestrandos à mistura, de gente sábia, fina e cultíssima. Cheia de valências e equivalências...que tirarem um cursinho, com o nosso. o dos impostos que nos vão sugando, cada vez mais suados, dá saltos nos alcatruzes do poder, que nem os mais amestrados cangurús da Australásia...
Eu não digo nada a essa gente, porque também ela não me diz nada. Eu trabalhei a vida inteirinha, apanhei o famigerado fascismo de ponta a ponta, comi o pão que o diabo amassou, vivi com o estigma do "amanhã vou dentro", reconhecendo que os do antigamento também tinham virtualidades, e que os de agora, estão a estragar muita coisa...E dizem ser a geração cultivada, a melhor pensante dos últimos anos. Serão?
Mas para mandar é preciso experiência sobretudo de vida. E ela, a vida não é apenas feita de números, num mundo, em que quem os cultiva, ordena e manipula, caiu em desgraça. Num mundo, em que as pessoas estão fartas de tanta aldrabice e tanta mentira...
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
QUE MOTIVAÇÕES OU INTERESSES ANDAM POR DETRÁS DESSA POLÍTICA?
Ao analisarmos, o ainda breve percurso do actual governo, fica-nos a impressão de que há, bem ao contrário do que muita gente PENSA E MUITA comunicação social apregoa, uma linha de rumo bem definida.
Quando se vê privatizar quase tudo que constitue, por assim dizer, o suporte do Estado, na comunicação, nos transportes, até na própria Saude, fica-nos essa impressão cada vez mais vincada de que as reformas estruturais, de que tanto se fala, passam, não pelo emagrecimento do Estado, mas pelo seu esvaziamento. Até a própria Caixa Geral de Depósitos e os CTT, duas referências importantissdimas naquilo a que chamam Portugal, e que têm apresentado resultados positivos,
para além de outras, engrossam a enchurrada das privatizações. De tal forma esta evidência se acentua, e é por vezes tão inconsistente e bizarra, que é curial perguntar:
Até onde vamos parar, com essas reformas? Qual a sua finalidade?
Quem lucrará com elas, já que alguns serviços a privatizar, e como foi dito, dão ou deram lucro ao Estado e fazem jus, e até parte, de um estatuto a que qualquer Estado de direito tem o dever de preservar?
Essa desvirtuação da administração pública é tão visível, quase descarada, por parte de gente que vem das juventudes partidárias, que a desconhece ou nunca soube o que ela representava ou representa para um país, que dá que pensar.
Que motivações ou interesses andam por detrás dessa política, é curial perguntar, já que estamos em Democracia?
E por falar em Democracia: até quando a teremos?
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domingo, 21 de outubro de 2012
PRÓLOGO DO ROMANCE "SINAIS DE INFINITO" de Humberto Moura
Da Condição Humana
ou a necessidade de questionar o mundo
Mantendo o seu habitual "low profile", autor humanista que olha o mundo com insaciável curiosidade, Humberto Moura continua a aguentar o rumo da escrita, num percurso literário cujo universo temático consubstancia à sua volta a distância e a ausência, a solidão e o tempo, o amor e o sonho, a vida e a morte no registo mais sentido de uma escrita pessoalíssima e profundamente humana.
Neste seu último romance, Sinais de Infinito (edição de autor), 2011) o escritor escreve, de forma universal e intemporal, sobre a natureza da condição humana, suas contradições e perplexidades, harmonias e dissonâncias. Trata-se de uma séria reflexão sobre o desconcerto do mundo e sobre o futuro da Humanidade.
Que "sinais" são esses? Antes de mais, os da corrupção e injustiça decorrentes de um capitalismo desenfreado e de um neo-liberalismo feroz com nefastos resultados: crises económicas e financeiras que assolam muitos países. Porque esta obra é uma obra de discutidas ideias e interpretação das mesmas, este é uma espécie de romance tese que evoca e questiona as mitologias do século XX e princípios do século XXI, desmistificando aspectos ligados às civilizações, religiões, culturas, ciências, políticas, poderes, filosofias...Aqui se denunciam os "alcatruzes escorregadios do poder" (pág. 15), os "predadores sociais do universo" e os "sinistros coveiros do ambiente" (pág. 15), a ganância e arrogância dos ditadores.
É o "século da loucura" (pág 421). No que diz respeito a Portugal, o fantasma de Salazar paira e ronda por perto.
" O homem é ainda o grande mistério deste mundo. E a vida a grande justificaçãp para ele ainda por cá continuar", lê-se na página 82.
Acima de tudo esta obra é atravessada por uma séria reflexão sobre o globalização e sobre o destino humano. Porque, afinal de contas, o homem é o grande predador de si e do Universo - esta a grande linha de força deste romance marcado pela ironia, metoníma e sinédoque, e caracterizado por uma boa fluência narrativa, numa articulação feliz entre os discursos directo e indirecto, a discrição, o diálogo e o monólogo interior. Humberto Moura trata bem a língua portuguesa e nele é recorrente verbos pouco utilizados: urissutar e rorejar, por exsemplo.
Voz independente e cujo estilo não mimetiza seja quem for, Humberto Moura lança olhares críticos sobre o que somos e o que fazemos. E isto numa altura em que Portugal, com quase 9 séculos de existência, sabe de onde vem, mas não sabe para onde vai...Estamos a viver uma das piores crises da nossa História e nunca como agora sentimos anecessidade de nos reiventarmos e de buscar um novo paradigma para as nossas vidas.
Sinais de Infinito dá-nos um espantoso retrato psicológico de uma mulher - Harriet Terra Simpson -, jornalista inglesa ao serviço da BBC que, dentro e fora do Faial, procura reconstituir a vida de Alberto Quevedo Silveira Neiva Brum da Terra, seu avô faialensee protagonista de Sismo na Madrugada, (edição de autor, 2003), anterior romance de Humberto Moura. Quevedo que outrora conhecera, como jornalista e escritor, fama e glória e pelo mundo andara repartido, viria a falecer na cidade da Horta aos 79 anos de idade, vítima do sismo que em 1998 devastou a ilha do Faial, deixando escrito um diário...
Transitam daquele para este livro várias outras personagens, com especial destaque para o velho João Maria, farmacêutico, mordaz e irónico, guardador de memórias e dado a esoterismos, e para o jovem médico e homem de ciência Humberto Santos Silva, ambos em busca de um deus ex-machina. Junta-se a este, na presente obra, uma personagem notável: o padre Ezequias Barbosa. Muitas das ideias partilhadas no romance passam por estas três personagens que, ligadas por laços de amizade, mantêm diferentes ideologias, mas respeitando as convicções de cada um. Na tertúlia da Drogaria Hortense (onde noutros tempos pontificavam Nabais e Sampaio, personagens incontornáveis de Sismo na Madrugada, ou à mesa de um bom refogado feito pela serviçal Rosa, este triunvirato ( João Maria, padre Ezequias e Dr. Silva) não se coíbe de discutir e questionar, abundantemente, religião, política, cultura, comunicação social, velhice, vida e morte. Porque se morre? Porque se nasce? Porque se envelhece?
Tal como acontecera a Quevedo, algumas personagens de Sinais de Infinito viajam para fora de ilha como forma de perseguir a felicidade e o sonho e para questionar o mundo: para fazer a reportagem da Guerra do Iraque; Harriet sai da Horta para Bassorá, sendo raptada, juntamente com o seu operador de
câmara, por um grupo terrorista, e posteriormente libertados pela intervenção dos governos norte-americano e britânico. O Dr. Silva deixa o Faial para ir integrar uma missão humanitária no Médio Oriente. O bibliotecário Pedro de Oliveira (personagem riquíssima e uma espécie de alter-ego de Pedro da Silveira) deixa a iolha das Flores para em Lisboa se dedicar aos livros e ao conhecimento da coisa açoriana. Até porque, convirá não esquecê-lo, os Açores possuem uma História que faz parte da História do mundo.
Mas este é também um livro de regressos. Harriet regressará à Horta para prosseguir a pesquisa sobre o avô como se buscasse o Graal. Recebe honras da edilidade faialense (por ter feito um documentário que coloca o Faial no mapa do mundo) e protagonizará aquela que é a mais bela "cena" do romance: banhando-se eroticamente nas tranquilas águas da praia de Porto Pim, e perseguindo uma felicidade idealizada, despe-se e seduz o velho João Maria sem que a cópula se chegue a consumar, naquele que considero um dos mais imprevistos e imprevisíveis desfcechos que tenho lido nos últimos tempos, Curiosamente o romance inicia-se no Cemitério do Carmo com o funeral de Quevedo (morte), e termina na mítica praia de Porto Pim com Harriet banhando-se (vida).
Romance sobre a mundividência açoriana e sua carga simbólica, Sinais de Inifinito é, por conseguinte, uma narrativa de cunho documental e de realidade ficcionada a partir da ilha do Faial ("terra da coisa rara"), mas com rotas que foram traçadas a pensar em espaços universais. A coerência do livro está na unidade que consegue extravasar as fronteiras do local, fixando ânsias e incertezas que rompem um mundo fechado e de horizontes cerrados.
E, tal como em anteriores obras deste autor, os animais, sobretudo os canídeos e os felinos, estão no mesmo patamar de importância e gozam da mesma atenção em relação aos humanos. Podemos aqui ler páginas magistrais sobre o cão "Juiz" ou a gata "Mona Lisa". Curiosamente o autor despende mais tempo a falar da morte do "Juiz" (descrição comovente!) do que a narrar a morte da cozinheira Rosa.
Livro psicológico e reflexivo, a realidade é, em Sinais de Infinito, bem observada e a observação bem exprimida. Isto é clareza na escrita e transparência nas ideias. À boa maneira queirosiana.
Este livro é um monumento. E um belo romance para quem o souber ler.
Victor Rui Dores
domingo, 16 de setembro de 2012
VÃO PARA O INFERNO
Uns tímidos e ainda escassos raios de sol, vão-se esgueirando para a calva resplandecente e calma do Canal. Ao fundo, vai lentamente surgindo o Pico, enlaçado já por míriadas incandescentes, são nuvens e novelos, quais ninfas e medusas, olhando do seu magnificente pedestal, a pobreza das suas irmãs congêneres, mais pequenas, menos próximas do firmamento.
É pouco mais do que madrugada, mas já três ou quatro pesqueiros, grandes e alvos como prata , se vão refastelando a três milhas de distãncia da costa, mar aberto,, aguardando pachorrentemente os redentortes e lucrativos frutos do mar, - a albacora. Vêm de longe, em busca de negócios chorudos.
Vêm à descoberta de uma terra do outro mundo: terceiro ou quarto mundo. É a albacora, recolhida apressadamente para vender lá fora, um "lá fora" onde há muita gula e algum dinheiro para gastar. E compram quase ao desbarato.
Negócios de terceiro mundo. É a política do exaurir e do oferecer sem retorno. Diria mesmo, que é quase descaramento - Estão ali, à vista de terra e de todos, a dois passaos de quem passa na Avenida, que já foi Diogo de Teive e que recebeu outro e outros nomes consoante as políticas e os políticos do tempo. Enriquecendo-se e empobrecendo-nos.Alguém vê isto? Alguém viu ou permitiu isto? Alguém pode concordar com isto? É legisçlação de CEE? Da UE? De outra entidade qualquer, sem rosto e sem nome? Com a concordância de quem? Do Povo? Aquele que mais ordena? Ou aquele que não ordena, e só dá votos aos outros para ordenarem, muitas vezes inexperientes e menores?
Tudo isto com fábricas de pescado enormes, que tiveram grandes produções, com muita gente a trabalhar, agora desativadas, agora com muita gente despedida- Tudo por falta de apoios de quem tem ou deve ter, a obrigação e o dever de as apoiar...
E falam em desenvolvimento? Em oportunidades? Em emprego? Em retoma?
Vão para o inferno!
quinta-feira, 26 de julho de 2012
O que sou, e quem sou eu
EU
Eu?!
O que sou,
e quem sou eu?!
Um maltrapilho,
deserdado?
Um ser faminto de pão,
Paladino de verdade?
Alguém que não sabe o que quer,
Onde está, e para onde vai?
Que ama essa poeira cósmica,
Informe, sedenta de pão,
Toda ela,
Que é Vida,
vertente única da Razão?
Ou serei apenas
mais um fantoche, jactante, insensível,
Transmitindo maldade,
Nas mãos de algum dragão?
Por isso sulplico aos céus:
A jeito de quem quer ouvir:
Eu não sou nada!
Eu não quero nada!
Eu não disse nada!
Mas exijo que me digam,
Porque me puseram aqui,
E o que vim aqui fazer?
E agora a corte de foice,
Porque me vão expulsar?
A mim, um pobre vivente,
Que apenas sabe amar?
H.V. C. de Moura
26-07-2012
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Os Trapos...
Minha santa mãe, que Deus já lá tem, quando se falava de velhice, sempre dizia com alguma graça:" velhos meus amigos, só os trapos". E ela pouco mais tinha, do que a escolaridade obrigatória daquele tempo, a super e famigerada quarta classe. Nada de canudos, titulos, mestrados, doutoramentos... Mas sabedoria tinha e tinha muita.
Porque velhice, pese embora "atenuada" com a honrosa fragância do título "senior", continua um estigma, uma fatalidade à la longue, e não o que deveria realmente ser: um repositório de saberes, de experiências, de aconselhamento, de respeito, muitas vezes, de referência, para todos os que povoam este espaço a que deram o nome Terra.
E para não vos tomar mais tempo, algo precioso, neste espaço tão efémero que se chama vida, citarei apenas dois exemplos de vida longa, mais concretamente, daquilo a que chamam velhice, e que em meu entender, e parafraseando uma ilustre personagem do meu último livro de nome João Maria, que dizia com laivos de provocação, que havia homens que nunca deveriam morrer....enquanto que outros... nunca deviam ter nascido...
Trata-se de José Hermano de Saraiva, e de Manoel de Oliveira.
O primeiro falecido há poucos dias. O segundo, felizmente vivo, lúcido e activo. Um com 93 anos. O outro, com 103.
A pergunta que me surge é esta:
Serão velhos estes homens?
O que é então ser velho? Terá algo a ver apenas com a dimensão tempo?
Ou o conceito não terá de ser ajustado ou se calhar, alterado??
sexta-feira, 15 de junho de 2012
As reformas e o espírito reformador...
Estamos a assistir, a um momento, se não trágico, pelo menos caricato, e mais do que isso, desorientador da História mais recente. Em Portugal, essa "desorientação", aliada a uma juventude, afeita a um certo reformismo, de pendor neo-liberal, sem consistência e consciência da sua história, porque a conhece de outra forma, aquela arquitetada de forma "onírica" no pós 25 de Abril, essa desorientação, dizíamos, é por vezes drástica e incoerente, passando do despesismo ilimitado, (obra de sucessivos governos, carecidos de votos e falhos de visão e imaginação, na gestão da "coisa pública" ou embriegados pelo sonho do poder e o da UE), ao espírito redutor da economia de mercado, do pódio para as grandes empresas, ao lucro desmedido gerado pela liberdade da concorrência, (liberdade ?), e em que viver fica a cargo de quem tem dinheiro fácil ou quem o malbaratou de forma arbitrária e sem regulação.
E as reformas aí estão. Fecham-se escolas, fecham-se hospitais, maternidades, alguns e algumas com curruculos invejáveis como é o caso da Alfredo da Costa e o que mais houver e traga (lucro ou até prejuizo?) ao erário público. Instituições, com uma longuíssima história e uma inquestionável existência de merecimentos para as populações. Vai-se arpoando a um azimute e ao rumo do privado, na Saude, na Educação e a tudo o que cheire e possa dar dinheiro, nas mais diversas áreas.
Vão-se privatizando setores chave da economia, nas comunicações, nas energias, nos transportes, nos serviços. É a ordem da Troika. Vender; vender; privatizar.
O Estado não emagrece, está a esvaír-se: a desaparecer, algo que o próprio Oliveira (paz à sua alma), contrariava. Hoje o próprio Estado, é uma coisa menor.E ser seu servidor, também passopu a ser: uns sangue-ssugas. Onde andamos? Para onde queremos ir? Quem nos acode?
SãO as reformas, uma salvação? De quem e de quê? Quais reformas? Reformar para piorar? Ou piorar, para reformar?
Fechar escolas? Fechar Hospitais? Privatizar tudo e mais O QUE HOUVER? Na saúde? No Ensino? Tornar a função pública e os seus, por vezes míseres seguidores, uma réqua, quando era (embora ganhando menos), há uns anos atrás, motivo de orgulho e de estabilidade para quem a seguia?
EH pah! Que é isto?
Que se passa pela cabeça dessa gente?!
Pergunto a mim próprio, como aliás fez um deputado na Câmara dos Comuns: " O que estão a fazer neste país com a miséria das minhas economia, aquelas que ao longo da quarenta anos da minha vida religiosamente guardei com tanto sacrificio, sem comer, nem comprar o que desejava, para acautelar a minha velhice?
Súcia de...
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Responsabilidade - Precisa-se
Porque carrego no dorso muitos invernos e algumas primaveras, não me posso conter de indignação, com o que vejo e oiço à minha volta.
Será que o ser humano é isto mesmo, ou seja, uma forma de vida que enlouqueceu? Que perdeu o tino, o juízo e o bom senso? O sentido de análise da sua própria consciência? A busca daquele estado de espírito que lhe possa garantir o direito ao sonho e à felicidade?
Mesmo neste pequeno rincão, espaço ínfimo a que chamam Portugal, as acções e as palavras que surgem dos agentes dos poderes, sejam eles políticos, económicos, corporativos ou outros, impressionam pela ligeireza, e controvérsia, com que encaram a realidade e a dor alheia.
Fala-se de deslocalizações, de reformas estruturais, de desemprego, de falências de pequenas e de médias empresas, de mil e uma "panaceias" para as resolver, tão necessárias à "sobrevivência" humana,como o pão para a boca...De feriados e não feriados, dos que devem e não devem ser, de memórias esquecidas e perdidas, de demagogias e mentiras várias e variadas, onde o ter e o não ter, estão sempre em primeiro plano e na ordem do dia.
Mas o que é isto de reformas estruturais? Será o novo paradigma? Um novo sonho? Uma nova ambição, se calhar desmedida e desatempada, que o século vinte um, numa altura em que se morre de fome e de sede por conta própria e a cada canto, não dispensa? Em que os desiquilibrios sociais são imensos e cada vez maiores?
Em que as ganâncias e as fortunas não param de crescer? Num mundo de Lemon Brothers? De Fitche's e de agências de rating, fazendo o seu jogo e ao serviço inconfessável de outros?
Tudo isto num mundo inseguro, fugaz de idéias, de contradições, sem possibilidade de se auto-sustentar, auto-recrear, auto-realizar, e até reinventar.
Em que novo paradigma estão estas novas gerações a pensar?
Que a insegurança e a instabilidade são coisas boasinhas a implementar? Valha-me Deus...
Falta de experiência, de visão, de capacidade, de vontade de aprender e de crescer...
Ou não será mesmo falta de responsabilidade?
quarta-feira, 9 de maio de 2012
domingo, 6 de maio de 2012
Uma Oferenda à cidade da Horta
Duas ou três questões retirei humildemente da análise, aliás profunda, de Victor Rui Dores, sobre o meu último livro, "Sinais de Infinito", lançado na Biblioteca Pública João José da Graça na Horta, em 14 de Outubro último.
Devo dizer, que considero Victor Dores, se não o melhor, pelo menos um dos melhores ensaístas contemporâneos de língua portuguesa. E não só. Também escritor de fôlego, poeta, homem de teatro, música, rádio, TV, e outras actividades culturais, que o tornam, se bem com muito ainda para dar, um "expert" nessas temáticas.
Dizia ele que o autor de "Sinais de Infinito", não "mimicava" quem quer que fosse, isto para dizer que não decalcava, nem plageava nada, nem ninguém.
E é verdade.
Depois de ler muitos milhares de livros, de uma existência relativamente longa, de mais de cinquenta anos de escrita, o autor continua aguentando o rumo da escrita, sem endeusar referências ou sem recriá-las a partir de outros e a fazer uma escrita e um pensamento muito seu, que pode ou não ser susceptível de reprovação ou crírica, mas que é nitidamente o seu e que assume com firmeza e gosto. Nomes grados da literatura portuguesa, (e açoriana), não o fizeram, uns foram em autores franceses, outros, nos nuestros hermanos.
A segunda questão, prende-se obviamente com a temática do próprio livro.
"(...)Este livro é um monumento para quem o souber ler..." diz a certa altura o ensaísta.
Souber ler?
É apenas uma opinião que pode até valer o que vale. Mas recordo. Este livro tem informação e trabalho de cerca de sete anos e todos os dias (todos), o autor andou à sua volta, lapidando, acrescentando, retirando, e limando ou exaltando o que o merecia. Pode até ser um livro incómodo, crítico, irónico, vanguardista, inquietante, diferente e isto porque obriga a pensar, e embora socorrendo-se de uma linguagem ligeira e escorreita, é altamente enganoso. Isto porque aborda temática, que sem fugir à memória, à história, e à realidade ficcionada, é profunda, e que a idade, o tempo, a mistica, o mito e sobretudo a vida contemporânea, não dispensam, não devem ou não podem dispensar.
É um livro sobre os Açores, (Faial e Horta em particular), sobre o Mundo, sobre o Universo, sobre a Vida, sobre a Morte, sobre as grandes paixões do homo sapiens, das suas incongruências, da sua finalidade, do que vale ou valerá a pena, enquanto se vegeta por este lugar que apelidaram de mundo, umas vezes mágico e maravilhoso, outras, controverso e maquiavélico.
Alguém de reconhecida cultura no meio local, terá mesmo vaticinado e cito "que poucos o entenderão".
Se calhar foi ir longe demais pronunciar esta afirmação, ou escrever este livro, que o autor considera "como o livro que alguma vez gostaria de ter lido, se não o </b>tivesse escrito" mas uma leitura não será suficiente, para (talvez) entender o que o que ele quiz transmitir, o que não sabe se terá conseguido.
Mas "Sinais de Infinito" é sobretudo uma oferenda (oferta) especial, à cidade da Horta, ao Faial, aos Açores, a Portugal e ao Mundo, neste mundo conturbado, onde a condição humana se debate em cada dia , com o futuro do seu o espaço, em que destrói o seu sonho, a sua finalidade, e o próprio futuro e o devir da Vida e do Universo.
Humberto Victor Moura
sábado, 28 de abril de 2012
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Mais um amigo que partiu
Foi o Fernando Melo. Alguém com quem convivi mais de meio século.
Agosto de 1960, foi a primeira vez que conversámos. Ali na redação de o jornal "O Telégrafo", um jornal pequenino, mas com algum sumo.
Tempos heróicos, em que escrever, era doloroso, e até perigoso.
Por essa altura ele já lá andava, rabiscando e revendo provas.
Estou a recordar-me de gente desse tempo: de Rogério Gonçalves e as suas "Maneiras de Ver". Da família Gonçalves, Ilidio, Antero, José Maria. Do prof. Ramiro. Do Manuel Gaudêncio. Do Radio Philips, com uma caixa enorme, onde se recebiam as notícias da Emissora Nacional, de lápis na mão, cheia de ruídos e chiadeiras.
O Fernando é desse tempo. Um homem que viveu a comunicação e a escrita, por dentro e por fora.
Escrevia e escrevi durante algum tempo, mais de quarenta anos, primeiro com um pseudónimo. Não fosse o diabo tecê-las...
Escrever era uma aventura, que o Fernando também partilhou, ele e outros, um punhado de aventureiros, como o Jaime Batista, o Ruben e outros que já por cá não andam.
Não vou cair na tentação do laudatório fácil. Porque amigo, é amigo, isto apenas para dizer, que amigo dispensa o lugar comum de ser bom, quando se desiste ou se é forçado a desistir da vida. Amigo, é sempre amigo, vivo ou morto. Amigo é alguém que se respeita, seja como for. Amigo, é alguém que faz falta, vivo ou não, e que a distância não faz esquecer nunca.
Amigo Fernando Melo, onde quer que estejas, um abraço.
Humberto Victor Moura
sábado, 14 de abril de 2012
ORA AGORA ENGANAS TU...
Todo o mundo escancha a boca, a falar na crise. É crise para cá... crise para lá...E é verdade. Mas é sobretudo uma crise de valores. Politicos e economistas não encontram a RAZÃO E O PIOR: a saída, tal a dificuldade; pelo outro lado, há quem se vá governando à fartazana com essa crise.É dar uma olhadela pelas agências de notação. O dinheiro, tanto engorda como condena à miséria e à fome tanta e tanta gente.
Aqui mesmo neste rincão florido de meia dúzia de almas, sufragadas e boas, coisas há que, me dão para rir, que sem darem gozo algum, dão seguramente para pensar.
Se quero comprar por exemplo um "pó-pó" dos que há de mais baratinho; um toyotazinho, vasculho os anúncios, das TV, das Internet, dos catalogos, e lá está: dez mil euros e qualquer coisa. Vou ao mesmo carrinho, de novecentos de cilindrad, aqui à mão e em exposição, custa a bagatela de dezoito mil, repito dezoito mil. Quem vende não consegue explicar. Já nã se pode dizer (enganar) que é dos transportes, porque o IVA para as regiões autónomas (outra alegria), é bem mais barato e dá e cresce para o tal transporte...
Ora amigos, com tanta gente a querer ganhar(?) assim e a querer enganar assim, sem que seja consifderado especulação ou coisa mais séria, grave e sonante...ONde vai isto parar?
E o mentiroso era o engenheiro (que dizem ser), Sócrates...E estes que lá estão? E estes que referi, como comerciantes de boa cepa?
Afinal de contas, a mentira, a aldrabice, o desrespeito, e irreponsabilidade, A IMPUNIDADE, e o que mais, andam à rédea solta...
Quando ponho umas batatinhas no quintal, sempre digo para comigo: para que fazes isto Humberto duma figa, melhor, burro duma figa? Trabalho?! É como dizia o Agostinho da Silva: NADA. O homem não foi feito para isso. Mas para contemplar. Nesse caso, para contemplar, não a naturez, mas a vigarice...algo com que muita gente se cobre...
No meio de tudo isto, dou-lhes um conselho porque a solução está à mão: é seguir à letra o velçho slogan: " Ora agora enganas tu,
Ora logo engano eu"
Santa Democracia...Ou santa autonomia...-
Aqui mesmo neste rincão florido de meia dúzia de almas, sufragadas e boas, coisas há que, me dão para rir, que sem darem gozo algum, dão seguramente para pensar.
Se quero comprar por exemplo um "pó-pó" dos que há de mais baratinho; um toyotazinho, vasculho os anúncios, das TV, das Internet, dos catalogos, e lá está: dez mil euros e qualquer coisa. Vou ao mesmo carrinho, de novecentos de cilindrad, aqui à mão e em exposição, custa a bagatela de dezoito mil, repito dezoito mil. Quem vende não consegue explicar. Já nã se pode dizer (enganar) que é dos transportes, porque o IVA para as regiões autónomas (outra alegria), é bem mais barato e dá e cresce para o tal transporte...
Ora amigos, com tanta gente a querer ganhar(?) assim e a querer enganar assim, sem que seja consifderado especulação ou coisa mais séria, grave e sonante...ONde vai isto parar?
E o mentiroso era o engenheiro (que dizem ser), Sócrates...E estes que lá estão? E estes que referi, como comerciantes de boa cepa?
Afinal de contas, a mentira, a aldrabice, o desrespeito, e irreponsabilidade, A IMPUNIDADE, e o que mais, andam à rédea solta...
Quando ponho umas batatinhas no quintal, sempre digo para comigo: para que fazes isto Humberto duma figa, melhor, burro duma figa? Trabalho?! É como dizia o Agostinho da Silva: NADA. O homem não foi feito para isso. Mas para contemplar. Nesse caso, para contemplar, não a naturez, mas a vigarice...algo com que muita gente se cobre...
No meio de tudo isto, dou-lhes um conselho porque a solução está à mão: é seguir à letra o velçho slogan: " Ora agora enganas tu,
Ora logo engano eu"
Santa Democracia...Ou santa autonomia...-
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
AMORAS COLHIDAS
Duas "coisas" cintilam no meu humilde universo, e que quase admiro, sem copiar: são elas a filosofia de Niestche e o misticismo maçónico.
Outras duas copio, sem me apaixonar e que são: a prática budista e o espírito cristão, aquele que inspirou Cristo.
E nem me perguntem porquê.
Posso ser-vos útil em alguma coisa? Com umas "dicas" por exemplo? Ou apenas com algumas referências espalhadas na História?
Não! Não o vou fazer, e isto para que exerçam o sublime exercício, que é o direito de pensar e o direito à reflexão.
Continuo sendo essencialmente e sobretudo um incondicional apoiante e admirador da Vida (toda), e um, não direi inimigo, já que ninguém o pode ser-, da Morte.
Amo esta Grande Obra, que se chama Universo, em que o Grandioso e porque não (?) o Divino andam de mão-dada; a solidariedade e a fraternidade, aquilo a que Schewietazer chamou de fraternidade na dor.
Desprezo a desonestidade, a intriga, a demagogia, o "lamber de botas", e até certa prostiuição de cariz social. E para não vos cansar,
deixo-vos a pergunta que tantas vezes faço a mim próprio:
Quem sou eu? Qual a finalidade da minha Vida?
O que vim aqui fazer?
E se quiseres saber mais, lê os meus livros. Não todos que isto ia ser fastidioso, cansativo. Algum ou alguns apenas.
Aí saberás o que penso sobre o que somos, o que fomos e para onde talvez vamos ir. A solidariedade que temos, a que queremos, para com a Vida e o respeito por Aquele que nem vês ou nem reconheces, mas que sentes (?), alguma da sua imensa Imanência. Ou pelo contrário, a busca e a imagem de um minusculo hipócrita, que não te vou dizer o nome, que suga o que a Natureza lhe oferece no dia-a-dia, e que em troca a vai conspurcando, chuchando e delapidando até à exaustão , se calhar, ao colapso...sem sequer esboçar um simples agradecimento ou um sorriso...
Outras duas copio, sem me apaixonar e que são: a prática budista e o espírito cristão, aquele que inspirou Cristo.
E nem me perguntem porquê.
Posso ser-vos útil em alguma coisa? Com umas "dicas" por exemplo? Ou apenas com algumas referências espalhadas na História?
Não! Não o vou fazer, e isto para que exerçam o sublime exercício, que é o direito de pensar e o direito à reflexão.
Continuo sendo essencialmente e sobretudo um incondicional apoiante e admirador da Vida (toda), e um, não direi inimigo, já que ninguém o pode ser-, da Morte.
Amo esta Grande Obra, que se chama Universo, em que o Grandioso e porque não (?) o Divino andam de mão-dada; a solidariedade e a fraternidade, aquilo a que Schewietazer chamou de fraternidade na dor.
Desprezo a desonestidade, a intriga, a demagogia, o "lamber de botas", e até certa prostiuição de cariz social. E para não vos cansar,
deixo-vos a pergunta que tantas vezes faço a mim próprio:
Quem sou eu? Qual a finalidade da minha Vida?
O que vim aqui fazer?
E se quiseres saber mais, lê os meus livros. Não todos que isto ia ser fastidioso, cansativo. Algum ou alguns apenas.
Aí saberás o que penso sobre o que somos, o que fomos e para onde talvez vamos ir. A solidariedade que temos, a que queremos, para com a Vida e o respeito por Aquele que nem vês ou nem reconheces, mas que sentes (?), alguma da sua imensa Imanência. Ou pelo contrário, a busca e a imagem de um minusculo hipócrita, que não te vou dizer o nome, que suga o que a Natureza lhe oferece no dia-a-dia, e que em troca a vai conspurcando, chuchando e delapidando até à exaustão , se calhar, ao colapso...sem sequer esboçar um simples agradecimento ou um sorriso...
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Português suave?
Nestas noites invernosas, quase intermináveis, deixa em paz a Internet-, o Facebook, o Twitter-, e desliza por uma boa leitura. Abeira-te de um bom policial, ou de um "magrinho" opúsculo de contos ou novelas. Ou de um vistoso catálogo de fotos bem retocadas, sobretudo com legendas. Ou até, e isto se souberes ler melhor, e quiseres usufruir "daquilo" que a literatura te pode oferecer, como arte, e cultura, de pensamento e de saberes, pega num romance-, num bom romance-, coisa já bem rara na nossa praça editorial (nacional e regional), algo com uma boa história, destas que comportam princípio, meio e fim.
"Sinais de Infinito", talvez possa ser isso, porque é uma história que lança desafios à Vida, e Sinais de esperança à Morte.
Feito por alguém que conheces, que é amigo da terra e da Terra, da Natureza, que vive nos bastidores dos media e da escrita, escrevendo há mais de meio século, sem ganhar um tosto, cujo único interesse é o de deixar aos vindouros o que isto é, era ou talvez venha a ser ou será. Que vive (os Açores por dentro), transportando-os com alma e devoção para a História-, a História do Mundo, de um mundo que se auto-destrói, que se flagela, e uns Açores que carregam consigo o peso de quinhentos anos de solidão e abandono, sem deixar de fora a própria conspiração natural, dos simos e das tempestades.
Açores, nove rincões, nove mundos desconhecidos, caravelas desgovernadas ao sabor de vagas, ventos e procelas. Ilhotas à mercê de gulas e interesses. Ilhas eternamente cotejadas e flageladas pela gula dos tempos.
O livro "SINAIS DE INFINITO" - Realidades e Mitos do Nosso Tempo" pode ser essa cartilha que precisas ou que procuras e onde te podes rever ou rever a tua história.
Um livro sem subsídios, sem apoios, sem editores, sem publicidades, sem interesses, que não sejam os de deixar aos vindouros, o que é que nós por aqui fizémos ou estamos a tentar fazer; aquilo que construímos...Ou se calhar, aquilo que estamos a destruir.
É um acrescentar de ponto, ao mais que renegado mundo da escrita , esta tão mal compreendida e entendida por quem comanda a divulgação desta "coisa" que se chama cultura, por estes lados e por estes ilhéus, onde ela é também usada...Por vezes até mantida com alguma pureza.
Quem se importa?! Com essa escrita? Com essa cultura? Com essa língua? Com estes Açores?!
Apetece-me perguntar aos que se ufanam de nos representar nos areópagos da rex publica: serei mesmo portuga? Ou poderei ter a veleidade ou a ousadia de querer ser também português?
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Ainda O Malfadado Acordo Ortográfico
Vasco Graça Moura, é indiscutivelmente uma figura grada da cultura e escrita portuguesa. Pode eventualmente não se partilhar algumas das suas opiniões ou dos seus ideais e humores, mas no que respeita ao famigerado acordo ortográfico engendrado não se sabe bem por quem, por quê e para quê, tem o meu aval e o meu indiscutível apoio. Porque esse acordo ortográfico, para além de mau (ainda pior do que o da troica) é incoerente e deinteressante. Isto porque a língua portuguesa, é uma das mais valias que conseguimos armazenar ao longo de mil anos, é o nosso único monumento da cariz universal e constitue um patromónio de valor, mais ainda do que os descobrimentos, e que por influências (talvez exigências), estranhas, se estará a degradar.
É o facilitismo e o recurso ao português "tal e qual se fala" na sua pior forma.
Ou não será mesmo o recurso ao "prótuguêz" tal e qual se fala?
Haja tento: na língua e na escrita...
Boleias? Não, nestas coisas, nem a ninguém...
É o facilitismo e o recurso ao português "tal e qual se fala" na sua pior forma.
Ou não será mesmo o recurso ao "prótuguêz" tal e qual se fala?
Haja tento: na língua e na escrita...
Boleias? Não, nestas coisas, nem a ninguém...
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
O QUE VIEMOS NÓS AQUI FAZER?!
Quando me perguntam:" Sabes o que vieste AQUI fazer?"
Digo-lhes sinceramente do fundo da alma o que penso: "Não sei!"
Depois de quase sessenta anos de escritas e leituras, em jornais, revistas, livros, e tudo o que possa BORRAR papel, de sustentar e de dar milhares de opiniões, desde os tempos em que estas nem podiam ser dadas, ou até pensadas, continuo procurando a grande finalidade para a vida, achando-a sempre divina e louvando quem a "inventou</i>", mas admitindo e analisando outras, desde as mais espirituais, às mais terrenas. E a mais palpável e a mais provável, é a continuidade e a preservação, afinal o grande tributo e a maior homenagem a quem a CRIOU.
E é neste iniciar de século e milénio, em que a loucura anda à solta e de "mão dada" com a vida, que me interrogo: "para onde caminha tudo isto"?
Será que há alguém a reflectir neste assunto? Será que há alguém a quem interesse saber o que é, e o que veio "aqui fazer"? Alguém em quem desperte essa simples curiosidade?
A magnificência e a simultânea insignificância da vida, dura muito pouco, mesmo com a evidência de todo o conhecimento que se alcançou; da adaptação, da evolução, que o tempo e a Natureza foram gerando. E hoje tudo, continua como no começo. E a pergunta surge e mantém-se: afinal o que viemos nós cá fazer?
E a resposta continua tão dúbia, quanto verdadeira: continua sendo a Criação, e a especulação da grandiosidade do desconhecido, esta a grande meta do actual pensamento.
Digo-lhes sinceramente do fundo da alma o que penso: "Não sei!"
Depois de quase sessenta anos de escritas e leituras, em jornais, revistas, livros, e tudo o que possa BORRAR papel, de sustentar e de dar milhares de opiniões, desde os tempos em que estas nem podiam ser dadas, ou até pensadas, continuo procurando a grande finalidade para a vida, achando-a sempre divina e louvando quem a "inventou</i>", mas admitindo e analisando outras, desde as mais espirituais, às mais terrenas. E a mais palpável e a mais provável, é a continuidade e a preservação, afinal o grande tributo e a maior homenagem a quem a CRIOU.
E é neste iniciar de século e milénio, em que a loucura anda à solta e de "mão dada" com a vida, que me interrogo: "para onde caminha tudo isto"?
Será que há alguém a reflectir neste assunto? Será que há alguém a quem interesse saber o que é, e o que veio "aqui fazer"? Alguém em quem desperte essa simples curiosidade?
A magnificência e a simultânea insignificância da vida, dura muito pouco, mesmo com a evidência de todo o conhecimento que se alcançou; da adaptação, da evolução, que o tempo e a Natureza foram gerando. E hoje tudo, continua como no começo. E a pergunta surge e mantém-se: afinal o que viemos nós cá fazer?
E a resposta continua tão dúbia, quanto verdadeira: continua sendo a Criação, e a especulação da grandiosidade do desconhecido, esta a grande meta do actual pensamento.
domingo, 15 de janeiro de 2012
CADA VEZ MENOS E PIOR ESTADO
Quando eu era pequeno, e já vão uns anos, dizia-se à boca cheia: "Quem manda?" E a súcia repetia submissa: Salazar! Salazar era tudo. E Portugal era governado por uma "Troica" feita muito à portuguesa, onde quem mandava era um chanceler-, de nome Salazar-, um aldeão que geria um pobre país, de dez milhões de habitantes, cinco dos quais analfabetos... Ainda assim, que não venha a pior...É que, pelo andar do "carroussel", se calhar vai vir...
Hoje no auge daquilo que pomposamente apelidámos de Democracia, coisas há que continuam espantando e preocupando. Não queremos, nem podemos, dirrimir o "valor acrescentado" que trouxe a Portugal a Revolução de Abril, mas francamente...Estou a sentir-me incomodado com tanta tolice e até de pertencer à raça lusitana, se calhar, mesmo à humana.
Isto vem a propósito do título desta reduzida nota.
Naquele tempo, com todas as incongruências, demasiadamente badaladas e conhecidas, e altamente reprováveis, havia coisas que se poderiam ter eviitado e se perderam, desde o respeito, que imposto ou não, existia. O mesmo se poderá dizer à segurança, e à responsabilidade. A paz podia até ser podre, mas havia. E havia algo que hoje não há: havia Estado. O Estado, tal como a ortografia, está irreconhecível: falido. Foi tomado de assalto por gente que tem ganância, mas que não tem, nem experiência, nem noção do que é ser ou pertencer ao Estado.
E ao quererem emagracer aquilo que engordaram e criaram durante anos, e continuam, engordando para agradar às clientelas; ao desprestigiarem o que suporta o próprio Estado- , a Função Pública-, deram-lhe a machadada. Há uns anos a esta parte, que se assiste ao assédio à máquina do Estado e à sua gente. É a gente da política, que virou carreirista, e "tomou de assalto", ou anda de salto, de um lado para o outro, entrando, não por baixo, mas por cima, bem por cima, por vezes sem respeito por quem por lá anda aguentando, Deus sabe como... Vêm de empresas, de bancos, de tudo o que cheire ou tenha uma pitada de política partidária...
Não! Isto não é emagrecer Estado! NÃo! Isto é estragar Estado!
Hoje no auge daquilo que pomposamente apelidámos de Democracia, coisas há que continuam espantando e preocupando. Não queremos, nem podemos, dirrimir o "valor acrescentado" que trouxe a Portugal a Revolução de Abril, mas francamente...Estou a sentir-me incomodado com tanta tolice e até de pertencer à raça lusitana, se calhar, mesmo à humana.
Isto vem a propósito do título desta reduzida nota.
Naquele tempo, com todas as incongruências, demasiadamente badaladas e conhecidas, e altamente reprováveis, havia coisas que se poderiam ter eviitado e se perderam, desde o respeito, que imposto ou não, existia. O mesmo se poderá dizer à segurança, e à responsabilidade. A paz podia até ser podre, mas havia. E havia algo que hoje não há: havia Estado. O Estado, tal como a ortografia, está irreconhecível: falido. Foi tomado de assalto por gente que tem ganância, mas que não tem, nem experiência, nem noção do que é ser ou pertencer ao Estado.
E ao quererem emagracer aquilo que engordaram e criaram durante anos, e continuam, engordando para agradar às clientelas; ao desprestigiarem o que suporta o próprio Estado- , a Função Pública-, deram-lhe a machadada. Há uns anos a esta parte, que se assiste ao assédio à máquina do Estado e à sua gente. É a gente da política, que virou carreirista, e "tomou de assalto", ou anda de salto, de um lado para o outro, entrando, não por baixo, mas por cima, bem por cima, por vezes sem respeito por quem por lá anda aguentando, Deus sabe como... Vêm de empresas, de bancos, de tudo o que cheire ou tenha uma pitada de política partidária...
Não! Isto não é emagrecer Estado! NÃo! Isto é estragar Estado!
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
O SER HUMANO
O ser humano, é apenas mais uma forma bizarra de vida animal, que se distingue de entre as outras, não pela inteligência ou imaginação, mas pela noção de que tem uma consciência: a do que fez ou do que faz, o que lhe confere o direito de ir vivendo os mesmos erros, as mesmas angústias, as mesmas esperanças, e o faz encarar a vida, como um imenso equívoque, quando se aliena dos imensos prodígios que por acaso conseguiu, sem, de entre eles, desvendar a dimensão do absoluto...
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
UM BOM LIVRO?
UM BOM LIVRO, NÃO É AQUIELE QUE TEM MUITAS PÁGINAS, LEVA ANOS A ESCREVER, TEM A ASSINATURA DE UMA PERSONALIDADE CONHECIDA, UMA CARA DA TV, DA POLÍTICA, DA ECONOMIA, EDITADO POR UMA GRANDE EDITORA, DE UM PAÍS IMPORTANTE, PERTO OU DISTANTE.
UM BOM LIVRO, É AQUELE QUE FALA DE COISAS QUE AS PESSOAS CONHECEM, MAS NÃO TÊEM O DESASSOMBRO DE AS DIZER...POR VEZES VINDAS ATÉ DE UMA EDIÇÃO DE AUTOR...DE UM AUTOR QUASE INVISÍVEL, QUE NÃO DESEJA SER TRATADO COMO ESCRITOR, NUM PAÍS ONDE HÁ MUITOS AUTORES E MUITO POUCOS ESCRITORES...
UM BOM LIVRO, É AQUELE QUE FALA DE COISAS QUE AS PESSOAS CONHECEM, MAS NÃO TÊEM O DESASSOMBRO DE AS DIZER...POR VEZES VINDAS ATÉ DE UMA EDIÇÃO DE AUTOR...DE UM AUTOR QUASE INVISÍVEL, QUE NÃO DESEJA SER TRATADO COMO ESCRITOR, NUM PAÍS ONDE HÁ MUITOS AUTORES E MUITO POUCOS ESCRITORES...
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