sábado, 8 de dezembro de 2018

OS DE "FÓRA" E OS DE "DENTRO"



O Faial, e a Horta em particular, nunca se libertou de um, certo "snobismo", que o acompanhou ao longo dos tempos. Um snobismo, eventualmente criado, a partir da sua vivência,  do seu  cosmopolitismo, e nalguns casos, das suas próprias origens ou raízes genéticas. Ao longo de todo este tempo, com muito e raras excepções, foram os "estranjas" e os "outsiders",  que acarrearam as rédeas das iniciativas, na defesa dos valores da terra, ao longo da sua história.
Daí que se convencionou proclamar aos quatro ventos, que os de "fora, é que eram os "eleitos", os "exaltados", os "bem aceites", sem que isso o merecessem. Pode até haver algum foro de verdade nesse mito ou nessa crença, mas o  facto, é que "aos de fora" se deve muito ou quase tudo. Não vou falar de governadores, nem de diretores, nem de engenheiros, homens do poder e outros que tais. Falo  de gente humilde, desde o trabalho, ao amanho da terra, das obras mais pesadas ou urgentemente requeridas, como os terramotos. Estou por exemplo a lembrar-me do porto artificial, da avenida marginal  e de muitos  outros empreendimentos. Por isso mesmo, há que respeitar e até admirar, quem por aqui se fixou, trabalhou para dar tudo do que tinha e às vezes, do que  não tinha. Como governadores, darei os exemplos mais recentes: O governador Vieira Santa Rita,  alguém que, quer como governador, quer como ser humano, legou ao Faial e à Horta, um alforge de bons procedimentos, que por cá não se viam. Mais recentemente,  o Dr. Freitas Pimentel, cidadão nascido nas Flores, mas que a esta terra se empenhou, conjuntamente com o Eng. Arantes de Oliveira, e que a dotou, numa altura difícil,   com duas das mais importantes infraestruturas básicas, direi mesmo, hoje indispensáveis: a Avenida Marginal e o Aeroporto da Horta.
Ambos não eram oriundos  desta terra. Portanto, o "snobismo" sempre  evidenciado, não tem qualquer razão,  real ou aparente de ser. Muito pelo contrário, é uma falácia e torna mais negativa, a opinião sobre algumas das suas gentes.
Para terminar, repito apenas as palavras de alguém, que na área da saúde se evidenciou pela forma generosa e complacente, com que conviveu com as populações, que, e quando se punha em causa o seu "amor" pelo Faial, sempre dizia:
"Tu nasceste. Eu optei.". E acrescentava de forma jocosa:..

voluntariamente. 

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